Homoafetividade na adolescência, o que preciso saber?

Homoafetividade na adolescência
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Por mais que estejamos no ano de 2022, a sociedade como nós conhecemos é algo recente na história. Isto é, se formos falar de lutas e outras questões relacionadas à população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou transgêneros, queer, intersexo, assexual e demais possibilidades de orientação sexual ou de gênero), somente de uns anos pra cá que estamos percebendo um espaço cada vez maior sendo conquistado. Portanto, minha ideia é contar um pouco mais sobre homoafetividade na adolescência, que é justamente a fase onde estamos nos descobrindo. 

Em linhas gerais, a primeira coisa que precisa ficar clara é o significado do termo homoafetividade. Isto é, no mais puro significado de um dicionário, homoafetividade é relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo. Isto é, não é algo que envolve apenas a relação sexual, mas também toda a questão da afetividade. As relações são marcadas – em grande maioria – por um vínculo amoroso e de carinho.  

E era justamente aí que eu queria chegar. Isso porque, no caso de homoafetividade na adolescência, as relações muitas vezes acabam sendo ainda mais complexas. Como já mencionei em outros conteúdos do meu blog, os pais muitas vezes ficam sem saber como reagir a situação de descoberta da orientação sexual do filho(a). Muito mais desafiador também por conta das expectativas criadas durante a infância, às vezes eles não sabem como ajudar, apoiar e orientar seus filhos.

É de suma importância que, além de introduzir a educação sexual infantil desde cedo, os pais estejam bem informados sobre questões relacionadas a esse universo, principalmente se não tiverem conhecimento e repertório sobre as comunidades LGBT. Dessa forma, as questões de homoafetividade na adolescência podem ser minimizadas e mais compreendidas.


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Mas, lembre-se: a melhor forma de agir é sempre escutar e acolher. E isso é válido tanto para pais e mães, quanto para profissionais de terapia. Confira então um pouco mais a respeito de alguns pontos importantes ligados à homoafetividade na adolescência: 

Qual é a diferença entre orientação sexual, identidade e expressão de gênero?

Depois de uma breve introdução, a primeira coisa a ser explicada é a diferença entre alguns termos do nosso vocabulário. Primeiramente, o termo orientação sexual é o que está mais relacionado à atração, ao interesse sexual, mas tentarei esmiuçar bem os significados de cada um deles. 

Bom, como sabemos, a sexualidade humana é a soma de uma junção de fatores compostos por quatro termos mais importantes: identidade de gênero, expressão de gênero, orientação sexual e sexo biológico. Trazendo alguns conceitos e definições sobre a temática para tentar entender melhor a homoafetividade na adolescência, primeiro vamos tentar entender melhor o que é orientação sexual. 

De forma mais resumida, pode-se dizer que orientação sexual é a atração afetiva. Dentro dessa ótica, são mais conhecidas esses três tipos: 

  • Heterosexual: atração afetiva e sexual por pessoas do sexo oposto;
  • Homossexual: atração afetiva e sexual por pessoas do mesmo sexo e gênero;
  • Bissexual: atração afetiva e sexual por pessoas de ambos os sexos/gêneros;

Ainda falando mais sobre a orientação sexual, é sempre bom fazer a ressalva de não utilizar o termo opção sexual, visto que não se trata de uma escolha (no caso específico da homoafetividade na adolescência e em toda a vida). 

Já no caso do termo identidade de gênero, o significado é bem diferente. Em linhas gerais, identidade de gênero é a percepção que a pessoa possui de si, seja em relação ao gênero feminino, masculino, ambos, ou até mesmo nenhum dos dois. Dessa maneira, já aproveitando para falar do sexo biológico, que diz respeito às características biológicas que a pessoa tem ao nascer (cromossomos, genitália, composição hormonal, etc), a identidade de gênero não tem relação alguma com isso. Isto é, se trata basicamente da como a pessoa se vê, de como ela quer ser vista e reconhecida. Veja alguns dos conceitos: 

  • Cisgênero: identificação do gênero de acordo com o determinado em seu nascimento;
  • Transgênero: Não se identifica com comportamentos convencional do gênero de seu nascimento;
  • Queer: Não se enquadra em nenhuma identidade ou expressão de gênero. 
  • Mulheres Transexuais e Homens Trans: São aquelas pessoas que podem realizar modificações corporais por meio de terapias hormonais ou cirurgias, em busca do atributo físico que lhes conforta.

Por último, entender um pouco melhor sobre o termo expressão de gênero também pode te fazer entender mais sobre as questões de homoafetividade na adolescência. Enfim, a expressão de gênero tem menos a ver com as características biológicas e mais – como o próprio nome diz – com a forma de expressão. 

Também falando de maneira breve, é algo que tem a ver com a forma que a pessoa manifesta socialmente sua identidade de gênero. Quer dizer, tem a ver com nome, roupas, cabelo, forma de usar a voz e forma de expressão do corpo. Para exemplificar melhor, como não necessariamente a expressão de gênero tem a ver com a orientação ou a identidade. No entanto, é interessante deixar claro que a expressão de gênero engloba todos os tipos de identidade, desde a cisgênero até  travestis e drag queens.  

Respeitar, se informar e apoiar seu filho(a) – em primeiro lugar

Enfim, agora que os conceitos já estão bastante claros, é importante deixar claro que, se você for pai/mãe e estiver notando algum sinal de homoafetividade na adolescência de seu filho(a), saiba que, antes de mais nada, é preciso buscar informações e evitar qualquer tipo de retaliação. 


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Isto é, além de procurar pais que tenham passado por isso, é fundamental que se acolha independentemente de sua opinião. Aliás, a violência na história da população LGBTQIA+ tem muito a ver com o “querer controlar” a orientação sexual das pessoas. Quando se trata de homoafetividade na adolescência, essa questão de controle é bastante evidente. 

Por isso, busque o máximo de informações sobre a homossexualidade e evite idealização da construção de uma família hetenormativa.

Ter um espaço aberto e seguro para seu filho(a) se expressar

Por último, mas não menos importante, depois de entender melhor sobre alguns conceitos e entender a importância da aceitação e do acolhimento, também é importante ter um espaço seguro.

Como todo adulto já foi adolescente, todo mundo sabe que a adolescência é o período da puberdade e de mudanças notórias em nosso corpo e em nossa mente. Agora, se para alguém enquadrado nos padrões da sociedade (heterossexual) as mudanças já são grandes, quem dirá para adolescentes com outra orientação sexual. 

Enfim, acho que já deu pra entender, não é? É fundamental que haja um espaço para discutir tudo sobre a homoafetividade na adolescência com seu filho(a), ainda mais se ele(a) estiver envolvido com alguém do mesmo sexo. 

Confira mais sobre a Tia Paulinha e homoafetividade na adolescência 

Bom, agora que você já ficou mais inteirado(a) no tema homoafetividade na adolescência, que tal conferir mais assuntos relacionados ao universo infantil no meu blog? Basta clicar nesse link e conferir tudo de mais interessante, desde temas mais simples, como 9 formas de empreender na psicologia, até temas mais delicados, como 5 coisas que você pode fazer se o seu filho é gay. Também me siga no Instagram e no TikTok, além de se inscrever no meu canal no Youtube!  


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