Nos dias atuais, a questão da sexualidade é algo muito mais presente na criação dos filhos do que há alguns anos atrás. Isto é, com o advento da tecnologia, o maior acesso à informação e o crescimento de discussões relacionadas a esse assunto, a luta da sociedade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou transgêneros, queer, intersexo, assexual e demais possibilidades de orientação sexual ou de gênero) é muito mais presente no dia a dia das crianças. Até por isso, é cada vez mais importante que as mães e os pais que querem ajudar seus filhos se fizerem a pergunta: meu filho é gay , o que fazer? 

Calma, primeiro que o fato de seu filho(a) ser homossexual não altera em nada a pessoa que ele é. Logo, existem algumas atitudes importantes a serem feitas por parte dos pais. A aceitação, é claro, precisa ser de forma que seu filho realmente se sinta bem, confortável. Quer dizer, aceitar, escutar, abraçar, acolher. Todas essas são ações que permitem sensação de lar ao ser humano. 

Além disso, existem alguns dados que impressionam quando o assunto é a importância da aceitação. A população LGBT tem uma chance de 2 a 4 vezes maior de cometer suicídio, e o principal motivado é a falta de aceitação.

Dessa forma, é extremamente importante que os familiares sejam o ponto de sustentação. O pensamento deve ser: se o meu filho é gay, como posso ajudar ele e ser um ponto de suporte a ele! Afinal as chances dele sofrer com pessoas preconceituosas, é enorme e ele precisa enxergar na família um apoio.

E ainda, o não acolhimento deixa a pessoa em uma situação de risco ainda maior, pois provavelmente ela irá lidar com os preconceitos cotidianos de nossa sociedade. Fato é que os pais têm um papel fundamental. Separei algumas dicas de como proceder se você se vê nessa situação:

Se meu filho é gay, o que eu posso fazer?

Como foi falado acima, é de primordial importância o acolhimento dos pais. No entanto, muito por conta da forma como algumas pessoas foram criadas, muitas vezes existe uma vergonha por parte dos pais em tratar do assunto.

Isso acontece justamente por estarmos inseridos em uma sociedade amplamente machista e homofóbica. Todavia, o orgulho e a ignorância precisam ser deixados de lado para que o apoio seja completo. Afinal, basta vocês se colocarem no lugar deles e experimentarem a sensação de afastamento que essas ações trazem. 

→ Buscar mais informações sobre o assunto 

Com as novas formas de interação entre as pessoas, qualquer informação desejável pode ser buscada através da internet. Isto é, está em dúvida do que fazer. Basta acessar o youtube e digitar: “meu filho é gay, como posso ajudar?” ou então ver vídeo de pessoas homossexuais dizendo o que elas gostariam que os pais tivessem de atitude.

Quer dizer, naturalmente, para que você consiga entender os sentimentos de seu filho em questões da orientação sexual, identidade ou expressão de gênero, é necessário ir atrás de informação. Além disso, procurar pais que tenham passado por esse momento pode ser um aprendizado interessante.

→ Apoiar

Dentro das famílias, uma coisa bastante comum é vermos pais e mães idealizando o futuro dos filhos. Dito isso, é muito comum casos de pessoas que se frustraram com a escolha de carreiras, por exemplo, justamente por conta dessa pressão familiar. Acontece da mesma forma na questão de gênero. 

Isso porque, por conta da presença instaurada do machismo na criação de um filho homem, atrela-se a idealização da construção de uma família hetenormativa. Com isso, muitas vezes existe a questão da ocultação por parte da pessoa, o que pode acarretar sérios problemas de ordem social, comportamental e psíquica.

→ Evite retaliações e julgamentos

Além de não ter vergonha de dizer: “meu filho é gay!”, os pais também precisam de mais ações que os ajudem nessa luta, como evitar retaliações e ofensas que façam alusão à sexualidade como forma de ofensa, por exemplo. Isto é, talvez o principal passo a ser dado seja desconstruir a homossexualidade como xingamento, principalmente em grupos de homens. 

Também existe uma questão bastante presente nos lares brasileiros: a religiosa. Vale frisar que existem religiões que aceitam, outras que condenam e as que tratam com indiferença. Dessa maneira, é sempre importante buscar interpretações diferentes e tentar inserir menos a religião ao tratar do tema, justamente para que o acolhimento possa acontecer.

→ Evite tratar diferente aos irmãos héteros

Existe também a questão de pais que possuem filhos de diferentes sexualidades. Isto é, é muito comum irmãos (homens ou mulheres) de diferentes orientações sexuais crescerem juntos, e aí entra um importante papel dos pais: tratá-los de maneira igual. 

Quer dizer, com relação à trazer parceiros para casa, por exemplo, os argumentos precisam ser os mesmos nos dois casos. Isto é, você não pode deixar o seu filho heterossexual dormir com a namorada na sua casa e não deixar seu filho homossexual não dormir. Precisa existir uma igualdade, para que a sociedade comece a refletir isso em outros âmbitos. 

Por fim, se você anda com dúvidas em relação à sexualidade do seu filho e sempre fica com aquela perguntinha do começo do texto (“meu filho é gay, o que fazer?”) na cabeça, tente começar a entender melhor todo o universo LGBTQIA+. 

→ Lembre que não existe cura gay, psicólogos que prometem a cura gay estão sendo antiéticos e desrespeitosos com a profissão.

Recomendo que assistam esse vídeo do Vitor di Castro contando como foi a sua infância quando os pais o colocaram em uma terapia de “cura gay” e o quanto isso gerou sofrimento e traumas em seu processo de aceitação.

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Para você que acabou de ler um pouco mais sobre o que fazer quando surge aquela dúvida comum para muitas mães e pais do Brasil (“meu filho é gay, como proceder?”), saiba que você pode se informar muito mais sobre assuntos como esse através das minhas redes sociais.

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