Uma das maiores dúvidas dos pais na infância está relacionada à sexualidade. Isto é, muitas vezes, existe o dilema sobre precisar começar a explicar questões sexuais para os filhos ou não. Isso porque, de fato, existe uma preocupação muitas vezes excessiva, que impede com que a criança tenha contato com esses assuntos. Por isso, vamos contar mais sobre como é importante ensinar a educação sexual infantil.
Primeiramente, é necessário entender que educação sexual infantil não tem nada a ver com o ato de fazer sexo. Vai muito além do simples fato do conhecimento teórico do funcionamento dos órgãos sexuais, sexo de fato, mas sim na linha de desenvolver a pessoa no decorrer da infância. Afinal, a sexualidade está presente em conteúdos facilmente acessados por muitas crianças de 7 anos.
Desse modo, o mais importante é saber trabalhar a educação sexual infantil correta para cada idade. Isto é, o ideal é ir apresentando a ideia aos poucos, justamente para que isso sirva principalmente como forma de desenvolvimento e aprendizado. Dessa forma, a educação sexual infantil é importantíssima na prevenção de abusos e violências sexuais. Quer dizer, como o número desses casos no nosso país é grande, muitas vezes só o fato de a criança não saber o que é pode ser perigoso, pois ao ser abusada ela não entende o que aconteceu e normalmente sente vergonha de contar para os pais.
Por isso, agora a intenção é tentar te explicar um pouco mais sobre a importância da educação sexual infantil, qual a melhor idade para apresentar o tema a seus filhos e etc.
Desde de quando podemos educar as crianças?
Como já cheguei a mencionar acima, a maioria dos especialistas em sexualidade afirmam que é necessário começar a educação sexual antes dos 10 anos de idade. No entanto, não é algo que precisa ser feito de forma única, tal qual um curso de matemática ou português. O ideal é mostrar o universo da sexualidade de acordo com o próprio desenvolvimento do ser. Fique com a reflexão da psicóloga Leiliane Rocha (especialista em sexualidade humana e educação parental) a respeito da visão sobre o tema na palestra “Inteligência sexual: ajudando pais a falar sobre sexo com os filhos“:
“Qual visão que normalmente temos sobre sexualidade das crianças? Que criança é um ser angelical, puro, inocente, assexuado. Não há link nenhum na mente humana entre criança e sexualidade. Mas a sexualidade faz parte do universo infantil. Precisamos saber urgentemente a diferença entre sexo e sexualidade”
Isto é, para crianças de quatro e cinco anos, que ainda estão naquela fase pré-alfabetização, é mais interessante focar em questões básicas, como o nome dos órgãos genitais, a função de cada vestuário de roupa (seja íntima, de banho ou do dia-a-dia, já que tem a ver com a privacidade) e o conceito básico da vida humana (de onde vêm os bebês).
Além disso, a partir dessa fase já é importante deixarmos claras algumas questões fundamentais na prevenção de crimes sexuais. A título de exemplo, a criança precisa saber que se alguém pedir para ela encostar em alguma parte íntima, ela precisa pedir socorro e buscar ajuda.
Portanto, não se tem uma idade certa e marcada para começar a introduzir a educação sexual infantil, já que a saúde sexual é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade (sexualidade é definida como “a energia que há no ser humano e que leva à busca do prazer em todas as áreas da vida”). Quer dizer, as dúvidas de cada faixa etária precisam ser sanadas para que o desenvolvimento da criança como ser humano seja mais completo.
Como podemos introduzir a educação sexual infantil?
Em linhas mais gerais, em uma sociedade tão conservadora como a que vivemos, é sempre difícil saber o momento certo de introduzir a educação sexual infantil. Aliás, muitas vezes o que mais gera dúvidas é a forma como isso será feito. Afinal, você também não quer que a criança “aprenda errado”. Todavia, o diálogo sobre o assunto é uma das principais formas de educar nesse sentido.
Ademais, é sempre bom normalizar perguntas a respeito do tema e respondê-las de acordo com cada idade. Vale frisar que em cada idade surgirão dúvidas a respeito do assunto, mas é de extrema importância não ter medo em falar sobre sexo com seu filho(a). Aliás, lembre-se que você deve ser a fonte mais segura para falar sobre, já que, por se tratar de uma necessidade de natureza humana, provavelmente seu filho buscará a informação de outra maneira.
Agora, além de toda a importância na questão da prevenção de abusos e de um melhor entendimento do mundo por parte das crianças, é válido ressaltar que existe aquele ponto: se seu filho fala sobre sexualidade com você e é correspondido, muito provavelmente ele não terá receio em falar de outros assuntos.
Agora, se mesmo assim você não se sinta confortável em falar, mas sabe da importância que isso tem para o desenvolvimento do ser humano, existem profissionais que auxiliam nesse processo de educação sexual infantil.
Vale ressaltar também que, em um mundo na qual existe muito maior diversidade de gênero, a educação sexual pode facilitar o entendimento do mundo afora. Isso sem falar do próprio autoconhecimento do corpo. Portanto, não ignore a educação sexual infantil na vida de seu filho. Lembre-se, educação sexual infantil não é ensinar a fazer sexo, mas sim proteger contra abusos.
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