Existe autismo regressivo? Entenda de onde vem esse termo. 

Existe autismo regressivo? Entenda de onde vem esse termo. 
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Embora muitos casos de autismo sejam identificados desde os primeiros anos de vida da criança, existe uma forma específica de autismo conhecida como “autismo regressivo” que se destaca por uma característica única: a perda de habilidades previamente adquiridas.

O que isso significa? 

O termo autismo regressivo é considerado uma “subcategoria” do transtorno do espectro autista (TEA) que se diferencia pelo seguinte padrão: uma criança que estava desenvolvendo habilidades sociais, linguísticas e de comunicação de maneira típica perde subitamente essas habilidades, experimentando e apresentando regressão no seu processo de desenvolvimento.

Essa perda de habilidades costuma ocorrer em crianças diagnosticadas entre os 15 e 24 meses de idade, mas pode ser observada em crianças mais velhas também, pois não é uma característica comprovadamente restrita a determinada faixa etária.  

As habilidades perdidas geralmente incluem, por exemplo, a capacidade de falar ou se comunicar de forma eficaz, interagir socialmente com familiares e até mesmo a capacidade de realizar atividades cotidianas, como o uso do banheiro. 

E uma forte característica da regressão é o sentimento de frustração tanto para a criança quanto para os pais, uma vez que a criança parece perder o contato com o mundo ao seu redor de forma abrupta.

De onde vem o nome? 

O termo “regressivo” quando aplicado ao desenvolvimento infantil, indica uma reversão ou perda de habilidades previamente adquiridas e internalizadas pela criança, em outras palavras algo que “é dado como certo e resolvido”, como utilizar os talheres ao se alimentar, por exemplo.

A origem específica do termo não é clara, mas provavelmente evoluiu a partir de relatos clínicos e observações de profissionais de saúde e pesquisadores que notaram essa característica em crianças dentro do espectro autista. 

É importante notar que o termo “autismo regressivo” é uma descrição clínica e não denota uma causa biológica específica para essa regressão. A causa exata da regressão no desenvolvimento de cada criança ainda é objeto de pesquisa e permanece uma área de investigação ativa na compreensão do transtorno.

Existe autismo regressivo? Entenda de onde vem esse termo. 

Quais os sinais que indicam regressão no desenvolvimento da criança com autismo? 

Identificar o autismo regressivo pode ser desafiador, pois cada criança se desenvolve de forma única, com um ritmo próprio, e possui diferentes habilidades a serem consideradas. Por outro lado, os padrões existem e podem ser encontrados também nas regressões. 

Alguns são: 

Perda de habilidades de comunicação: A criança deixa de falar palavras ou frases que anteriormente usava regularmente. Pode haver uma redução drástica na comunicação verbal e no uso de sinais específicos.

Declínio nas interações sociais: A criança pode começar a evitar o contato visual, não responder ao seu nome ou mostrar menos interesse em interagir com os pais, avós, irmãos, etc.

Comportamentos repetitivos: Padrões repetitivos de comportamento, como movimentos estereotipados ou fixações em objetos específicos, podem se tornar mais evidentes e constantes.

Perda de habilidades motoras: Algumas crianças podem perder habilidades motoras, como a capacidade de se vestir sozinhas, alimentar-se ou realizar outras atividades de autocuidado.

Mudanças na rotina de sono e na alimentação: Dificuldades com o sono e a alimentação, como insônia ou seletividade alimentar, podem surgir ou se agravar.

Existem causas conhecidas? 

A causa exata do autismo regressivo ainda não é totalmente compreendida, e várias teorias foram propostas e consideradas pela psicologia. Alguns pesquisadores acreditam que fatores genéticos desempenham um papel fundamental, uma vez que há uma tendência de períodos regressivos serem comuns para os membros da família.

Outras teorias sugerem que fatores ambientais, como infecções, toxinas ou inflamações, podem desempenhar um papel central na regressão. Algumas evidências sugerem que o sistema imunológico e a resposta inflamatória do corpo também podem estar envolvidos.

Existem, ainda, teorias que enfatizam a importância do desenvolvimento cerebral durante os primeiros anos de vida, indicando que as conexões neurais e a organização cerebral podem ser diferentes em crianças com autismo. Uma disfunção nesse desenvolvimento cerebral inicial pode vir a contribuir para a regressão.

Porém, não há uma resposta padrão ou “certa”. 

E o diagnóstico? 

O diagnóstico do autismo regressivo envolve uma avaliação cuidadosa por profissionais de saúde, como pediatras, psicólogos e neurologistas. É importante que os pais compartilhem suas preocupações sobre a perda de habilidades com as pessoas que acompanham o desenvolvimento da criança fora de casa. 

O diagnóstico é geralmente baseado em observações do comportamento da criança e, em alguns casos, pode envolver testes neuropsicológicos. Uma vez estabelecida a certeza, a intervenção é iniciada para prevenir o agravamento ou possíveis limitações. 

Abordagens terapêuticas com base em evidências, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapia da fala e terapia ocupacional, podem ser benéficas para ajudar a criança a recuperar ou desenvolver novas habilidades de comunicação, interação social e comportamento.

Existe autismo regressivo? Entenda de onde vem esse termo. 

Qual o papel dos pais perante a situação? 

Os pais desempenham um papel crucial no apoio à criança com autismo regressivo. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os pais podem ajudar:

Buscar informações sobre o que está acontecendo, quais as razões e as opções de intervenção disponíveis é essencial. Quanto mais os pais compreendem a condição, melhor podem ajudar seus filhos.

Os pais devem, ainda, em diversas situações, ser defensores de seus filhos, insistindo junto à instituições como a escola, hospitais e clínicas, a garantia da disponibilização dos serviços e apoios necessários para que os avanços adquiridos pela criança não sejam comprometidos. 

Trabalhar com terapeutas para continuar as estratégias terapêuticas em casa também é uma maneira eficaz de apoiar o progresso da criança. Embora as causas ainda sejam objeto de pesquisa, a intervenção precoce e o apoio contínuo são cruciais para ajudar as crianças com autismo regressivo a desenvolverem seu pleno potencial.

Os pais desempenham um papel vital no processo, ao buscar diagnóstico, apoio terapêutico e criar um ambiente de aceitação e amor dentro de casa. Com a compreensão e o suporte adequados, muitas crianças que convivem com o Transtorno do Espectro Autista podem superar desafios e alcançar uma qualidade de vida permanente e significativa.

Ainda com dúvidas? Eu estou sempre disponível pelas minhas redes sociais (YouTube, Instagram, Facebook e TikTok), no meu blog você também encontra diversas informações, dicas e práticas que vão de encontro às necessidades do seu pequeno, ou pequena! 

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