Estimular a fala de uma criança autista não verbal é um processo que requer paciência, estratégias adequadas e uma compreensão profunda das necessidades e habilidades individuais da criança.
São diversas as crianças com autismo que podem enfrentar desafios na aquisição da fala, por diferentes razões. No entanto, é importante lembrar que cada criança é um universo único e pode responder de maneira diferente às estratégias de estimulação da fala, ou simplesmente não responder.
There is no ads to display, Please add some
Antes de tudo:
A identificação e o diagnóstico de uma criança autista não verbal podem ser um processo demorado, repleto de documentos, sessões, avaliações, compartilhamento de informações entre profissionais, entre outras especificidades, uma vez que a criança tem dificuldade em se comunicar verbalmente.
No entanto, existem sinais e avaliações que os profissionais de saúde e especialistas em autismo podem usar para identificar e diagnosticar o transtorno. E existem algumas etapas-chave no processo que você pode esperar encontrar durante a elaboração do diagnóstico.
Sinais precoces:
Os pais e cuidadores muitas vezes são os primeiros a observar sinais de desenvolvimento atípico em uma criança. O que pode incluir a falta de resposta ao nome, a ausência de contato visual, atrasos no desenvolvimento da linguagem e o isolamento social.
É importante observar que o autismo é um transtorno espectral, o que significa que os sintomas e o grau de gravidade podem variar amplamente entre as crianças. E nem todas as crianças autistas são não verbais, algumas até adoram falar e compartilhar informações sobre seus tópicos favoritos!
Avaliação neurológica e médica:
A avaliação de uma criança suspeita de ser autista não verbal geralmente começa com uma visita a um pediatra ou médico de família. O médico fará uma avaliação inicial do desenvolvimento e do comportamento da criança.
Se houver preocupações significativas, o médico pode encaminhar a criança para um especialista em desenvolvimento infantil, um psicólogo infantil, um fonoaudiólogo ou um neurologista para uma avaliação mais aprofundada.
Avaliação diagnóstica:
O diagnóstico formal de autismo é geralmente realizado por uma equipe de profissionais de saúde que inclui um psicólogo infantil, um pediatra ou um neurologista. A avaliação diagnóstica envolve uma revisão detalhada do histórico médico e de desenvolvimento da criança, bem como observação direta do comportamento da criança.
Os profissionais utilizarão critérios diagnósticos baseados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que descreve os sintomas do autismo. Testes específicos, como o Protocolo de Observação para o Diagnóstico de Autismo, ou ADOS, do inglês Autism Diagnostic Observation Schedule, e o Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI-R), ou Entrevista Diagnóstica para o Autismo Revisada, podem ser usados para auxiliar no diagnóstico.
Exclusão de outras condições médicas:
É importante excluir outras condições médicas que possam estar contribuindo para a falta de fala ou comunicação da criança, como perda auditiva, distúrbios motores ou outras deficiências e comorbidades.
Trabalho em equipe:
O diagnóstico de autismo é frequentemente resultado de uma avaliação interdisciplinar, na qual médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e outros profissionais trabalham em conjunto para obter uma imagem completa das necessidades da criança, e não virá de visitas únicas a apenas um profissional.
Desenvolvimento do plano de intervenção:
Uma vez diagnosticada, a criança autista não verbal deve receber um plano de intervenção individualizado. Esse plano pode incluir terapia da fala, terapia ocupacional, terapia comportamental e outras abordagens terapêuticas.
É importante lembrar que o diagnóstico precoce e a intervenção especializada podem fazer uma diferença significativa no desenvolvimento e na qualidade de vida de uma criança autista não verbal. E elas não podem ser dispensadas, mesmo ao adentrar a adolescência e a fase adulta.
E depois do diagnóstico e da certeza?
O primeiro passo fundamental é buscar uma avaliação profissional para determinar as necessidades específicas da criança. Um fonoaudiólogo especializado em autismo pode realizar uma avaliação abrangente da comunicação da criança, identificando seus pontos fortes e desafios. Essa avaliação ajudará a criar um plano de intervenção personalizado.
Estimule sempre!
Iniciar a estimulação da fala o mais cedo possível é fundamental. Bebês e crianças pequenas podem ser expostos a uma variedade de sons, palavras e interações verbais. Brincadeiras interativas que envolvem a repetição de sons e palavras, como canções infantis e rimas, podem ser particularmente úteis.
Os cuidadores e terapeutas podem modelar a fala da criança repetindo as palavras ou frases que a criança está tentando comunicar. Isso demonstra o uso apropriado da linguagem e incentiva a criança a imitar.
Oportunidades para usar a comunicação verbal:
Crie oportunidades para interações sociais estruturadas, nas quais a criança seja encorajada a interagir verbalmente. Por exemplo, jogos de faz de conta, como brincar de casa ou escola, podem incentivar a criança a usar a fala para comunicar suas necessidades e desejos.
Bastante paciência e reforço positivo:
A paciência é fundamental ao trabalhar com crianças autistas não verbais. Reconheça todos os esforços de comunicação da criança, mesmo que sejam gestos, olhares ou vocalizações não verbais. E se sinta livre para usar o reforço positivo, como elogios e recompensas, para incentivar tentativas de comunicação.
Ambiente de enriquecido:
Crie um ambiente que estimule a comunicação. Isso pode incluir painéis com figuras ou palavras visuais que a criança pode apontar para se comunicar, ou disponibilizar brinquedos e objetos que incentivem a interação verbal.
Inclusão da criança nos eventos e acontecimentos:
Promova oportunidades de inclusão social para a criança autista não verbal em ambientes onde ela possa interagir com outras crianças e modelos de fala. A interação com colegas da mesma idade pode ser motivadora para a criança tentar se comunicar verbalmente.
Explorar intervenções complementares:
Além da terapia da fala, outras abordagens terapêuticas, como terapia ocupacional e terapia comportamental, podem ser benéficas para crianças com autismo. Essas terapias podem abordar questões relacionadas à sensibilidade sensorial, habilidades sociais e comportamento.
Individualização do plano de intervenção:
Cada criança é única, portanto, o plano de intervenção deve ser individualizado para atender às necessidades específicas não somente de um autista não verbal, mas do indivíduo que convive com o transtorno. Isso pode envolver a combinação de várias estratégias de comunicação.
There is no ads to display, Please add some
Lembrando que o desenvolvimento da fala da criança autista não verbal pode ser um processo gradual e, em alguns casos, a comunicação verbal pode não ser a forma predominante de expressão.
Gostou do conteúdo? Eu sempre compartilho novidades sobre a psicologia infantil aqui no meu blog e nas minhas redes sociais (YouTube, Instagram, Facebook e TikTok), não deixe de conferir as demais postagens!