No mundo em que vivemos, problemas como ansiedade e depressão estão sendo cada vez mais frequentes. Até por conta do isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, o número de casos de depressão e ansiedade aumentou cerca de 25%, de acordo com dados da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde). Quer dizer, com o aumento tão grande do número de casos de depressão em todo o mundo, a doença atinge pessoas de todas as faixas etárias, inclusive crianças e adolescentes: a chamada depressão infantil. 

Em linhas gerais, a depressão é definida como um transtorno psicológico, na qual as características evidentes são a tristeza persistente, a falta de vontade e falta de interesse para realizar aquilo que um dia já foi considerado divertido. Sendo assim, a depressão infantil é como a depressão em adultos, mas existem algumas dúvidas que pairam sobre a cabeça dos pais, visto que a depressão (sem saber realmente o que é, obviamente) pode ser vista como uma fase do crescimento/amadurecimento. 

Quer dizer, aí que mora o grande perigo. Afinal, como os sinais de depressão são os mesmos, é possível notar as alterações no comportamento, seja da criança ou do adoslencente. Eles ficam mais quietos, mais desinteressados. Todavia, como muitas vezes as crianças não sabem muito bem como manifestar esses sentimentos, muitas vezes isso é tratado como birra (veja mais sobre a diferença entre birra e crise clicando aqui). 

Bom, para saber um pouco mais sobre depressão infantil, seus sintomas característicos e a importância das pessoas próximas e de um acompanhamento profissional, confira mais no texto a seguir que eu te explico!

Sintomas da depressão infantil

Como mencionei brevemente acima, os sintomas da depressão infantil podem ser tratados como normais da idade, mas precisam ser investigados mais a fundo para que a depressão infantil seja completamente descartada. Isto é, por se tratar de uma questão muito séria e que pode acarretar problemas no desenvolvimento da criança, não pode ser negligenciada.

Vale frisar que, tal qual outras doenças, os sintomas variam de idade para idade. Por exemplo, no caso da depressão infantil de uma criança de até dois ou três anos de idade, é ainda mais complicado detectar os sinais, visto que eles costumam aparecer como recusa alimentar, estatura e peso abaixo da média, atraso para começar a desenvolver a fala e distúrbios do sono. Ou seja, não é algo que fique tão evidente para os pais. 

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Continuando a falar da depressão infantil nas crianças (até 12 anos), o período da infância também apresenta alguns sintomas que costumam indicar a depressão. É claro que é algo que varia de ano para ano, mas dá para identificar. Antes do período escolar, por exemplo, o número excessivo de vezes que a criança faz xixi na cama, as frequentes “birras” e até mesmo a dificuldade em se afastar dos pais são indicativos. 

Focando um pouco mais na fase escolar, pode-se listar alguns outros sintomas que podem significar a depressão, são estes: dificuldade para aprender e se concentrar, alto índice de notas vermelhas, isolamento, alta irritabilidade, e até mesmo dor de cabeça e de estômago. Além disso, também é comum a sensação de inferioridade e desimportância. 

Por fim, a adolescência é um período bastante conturbado na vida de algumas crianças. Isso porque, com as mudanças da puberdade, as emoções e os sentimentos ficam ainda mais aflorados. Dito isso, a depressão na adolescência desencadeia alguns sintomas mais comuns, como falta de sono, falhas de memória, falta de auto-estima e sentimento de inutilidade. Até por isso, é importantíssimo que a doença seja levada a sério e seja corretamente tratada. 

Importância de levar para um profissional

Embora os sintomas acima nem sempre estejam relacionados à depressão infantil, é interessante que os pais e as pessoas que convivem com a criança fiquem sempre atentos. Ademais, se os sintomas acima persistirem, é mais do que um sinal para buscar algum tipo de tratamento, seja médico ou terapêutico. 

Vale ressaltar também que a escola pode ter um papel importante na detecção da doença. Isto é, como muitas vezes a criança fica até mais tempo na escola do que com os pais, é mais fácil para os professores e funcionários darem o suporte e comunicarem a necessidade de ajuda psicológica. Ainda na ótica da escola, situações de bullying, maus-tratos e violência também são causas que podem desencadear a depressão infantil, o que colabora ainda mais para o que foi dito mais acima. 

Posto isso, é fundamental a busca pelo tratamento, já que não estamos falando de um problema pequeno. Normalmente, as crianças até 9/10 anos de idade realizam o tratamento por meio de sessões de psicoterapia com um psicólogo infantil, assim como eu. Já para crianças maiores e adolescentes, a psicoterapia somente pode não funcionar, o que acarreta na necessidade do uso de medicamentos antidepressivos, como fluoxetina, sertralina ou paroxetina, por exemplo. 

Dessa maneira, dependendo da situação de cada paciente e da avaliação do médico, ainda podem ser utilizados outros remédios, tais quais estabilizadores de humor e estimulantes. 

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Para finalizar essa questão da depressão infantil, existem duas coisas que também podem colaborar para a melhora, além dos remédios e da psicoterapia. Primeiro, os entes e pessoas mais próximas podem colaborar com a auto-estima do adolescente, principalmente. Isto é, atitudes que mostrem a ele sua importância, promovendo uma sensação de bem-estar. Por último, a prática de esportes e de outras atividades culturais também são ferramentas importantes para tentar se recuperar da depressão. 

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