Sem dúvida nenhuma, os temas relacionados à homosexualidade são temas amplamente procurados atualmente. E embora tenhamos maior facilidade ao acesso à informação e uma população LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou transgêneros, queer, intersexo, assexual e demais possibilidades de orientação sexual ou de gênero) cada vez maior, a sociedade ainda precisa aprender bastante sobre isso. Por essa razão, pais e mães que começam a identificar o filho com trejeitos femininos, por exemplo, ficam com muitas dúvidas em relação ao que devem ou não fazer para ajudar e orientar seu filho.
É sempre bom deixar claro que, como nossa sociedade é bastante conservadora, muitas vezes diferenciam-se “coisas de menino e de menina” desde a infância, alguns padrões são tão instaurados que, muitas vezes, se torna algo automático na criação, por exemplo, roupa azul e roupa rosa, brinquedo de carrinho e de boneca, bola de futebol e panelinhas, e tantas outras coisas. É válido lembrar que não são as crianças que fazem essa diferenciação, mas sim quem dá os “presentes”. As crianças só estão preocupadas em brincar e se divertir com o objeto recebido.
Enfim, por mais que os pais detectem o filho com trejeitos femininos, é preciso sempre analisar o contexto em que a criança está inserida. Você sabia que 320 mil crianças foram registradas sem o nome do pai nos anos de 2020 e 2021? Isso representa um aumento de 30% comparado a 2019. (os números são da Arpen – Brasil – link da notícia aqui) Então existem famílias que não contam com uma figura patriarcal.
Dessa maneira, se o seu filho convive muito mais com mulheres (irmãs, primas, tias, professoras, cuidadoras e amigas etc) pode-se considerar natural que ele tenha uma educação diferente, consequentemente até tendo trejeitos mais afeminados. Mas, calma! Ter um filho com trejeitos femininos jamais pode ser considerado um problema, seja ele por imitação de pessoas próximas ou por realmente não se identificar com o gênero masculino.
Analisar se isso é uma questão para a criança
Bom, agora que você já sabe que ter um filho com trejeitos femininos envolve muito mais do que apenas o gênero, existem muitas outras coisas para analisar. Quer dizer, assim como lá atrás os brinquedos foram “impostos” pela sociedade, a escola e outros ambientes de convívio também costumam ter um pensamento mais conservadores. A partir daí, você pode começar a entender o comportamento do filho.
Dessa maneira, é claro que a principal preocupação dos pais precisa ser com a saúde, bem-estar e a felicidade do filho. Aliás, ele continuará sendo seu filho independente da sua orientação e identidade sexual. Posto isso, é necessário fazer perguntas em todos os ambientes, com o intuito de descobrir se a criança sofre com isso.
Além do mais, como dissemos um pouco acima, muitas vezes ter um filho com trejeitos femininos pode estar mais ligado ao contexto em que ele está inserido. Até por isso, será importante levá-lo a um psicólogo somente se ele começar a se questionar sobre o tema, ou seja, ele mesmo queira saber mais sobre esse universo.
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No final das contas, se tudo foi analisado e não existe nenhum desafio, sofrimento ou prejuízo que a criança esteja passando, o maior problema de ter um filho com trejeitos femininos poderá ser o próprio preconceito dos pais. De forma resumida, como muitas vezes os pais planejam e edificam que uma criança de determinado sexo “corresponda ao seu aparelho genital”, e corresponda ao que a sociedade espera de um menino, a frustração parte do lado deles. É comum vermos casos de pais que, por conta da presença instaurada do machismo na criação de um filho homem, idealizam a construção de uma família heteronormativa. Bom, nesse caso, quem precisa ir ao psicólogo são os próprios pais, não as crianças/filhos.
Identifiquei filho com trejeitos femininos, devo ir ao psicólogo?
Enfim, como mencionamos brevemente acima, ter um filho com trejeitos femininos pode impactar os dois lados (pais e filhos). Como é fundamental que os familiares sejam o ponto de sustentação, quanto mais você demorar a procurar um psicólogo para trabalhar estas questões, mais você sofrerá e correrá o risco de ver seu filho sofrendo também.
Isso porque, o mais importante de tudo talvez seja a questão da aceitação. Como nem todo filho com trejeitos femininos é aceito, é válido lembrar que, no caso dos filhos, um terapeuta só deve fazer intervir com determinadas mudanças de comportamentos quando aquele comportamento trouxer prejuízos para ele. Quer dizer, apenas quando estiver afetando diretamente a felicidade e o desenvolvimento.
Dessa forma, o psicólogo poderá ter um papel de contextualizador, ajudando a entender o caminho a seguir. Veja mais abaixo sobre a importância desse profissional!
Importância do psicólogo
Portanto, como já disse no decorrer do texto, ter um filho com trejeitos femininos pode não ser um indício de homossexualidade, como também pode sim ser um sinal. Desse modo, se o filho for realmente homossexual, pode ser importante para ele ter um apoio psicológico, um local seguro para ser quem ele é e lidar com os possíveis preconceitos e dificuldades que a sociedade poderá ter.
O psicólogo pode ser fundamental para a conscientização da identidade e de como ele se identifica no mundo, como ele se enxerga e como se aceita. Isto é, como nessa fase a criança ou adolescente começa a perceber sentimentos e emoções diferentes da maioria das outras crianças e até mesmo daquilo que lhe foi ensinado, o terapeuta é importante para a busca de entender quem ele é.
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Além disso, os pais muito provavelmente também precisarão passar por terapia, seja para “aprender” a saber aceitar, acolher e encontrar maneiras de apoiar seu filho. Afinal, você já parou para pensar por que um filho com trejeitos femininos é um problema? O simples fato de você estar buscando ajuda em algo que poderia ser muito mais natural no processo da criança se descobrir quem realmente é, nos diz muito sobre a nossa sociedade.
Por fim, além de buscar um psicólogo, também é de suma importância que os pais busquem mais informações sobre o assunto. Até mesmo conversar com outros pais pode te trazer aprendizados interessantes.
Veja mais sobre a Tia Paulinha!
Bom, agora que você leu um pouco mais sobre o tema “filho com trejeitos femininos”, que tal ir até o meu blog e acompanhar mais textos relacionados ao universo infantil? Basta acessar esse link que você será redirecionado para os melhores conteúdos da psicologia infantil.
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Confira um conteúdo meu relacionado à educação sexual infantil: “Educação sexual infantil, o que precisamos saber?”
Continuará sendo seu filho independente da sua orientação sexual.
Quanto mais você demorar a procurar um psicólogo para trabalhar estas questões que é sua, mas você sofrerá e poderá no futuro ver seu filho sofrendo também. filho é filho independente se seu comportamento corresponde ao seu aparelho reprodutor “masculino ou feminino”.