A percepção de si mesmo é um elemento muito importante na saúde mental das pessoas. Principalmente, no caso das crianças e adolescentes, afinal, a fase de crescimento é um período de autoconhecimento, ao mesmo tempo que as suas identidades estão em constante transformação. Desse modo, desenvolver a autoestima infantil é fundamental para que a criança aprenda desde cedo a se valorizar e, consequentemente, se torne um adulto mais saudável.

Na verdade, uma criança com uma boa autoestima não só se torna um indivíduo mais feliz, mas pode, inclusive, influenciar positivamente as outras crianças à sua volta. Para entender melhor essa habilidade tão indispensável, preparei um artigo com tudo sobre o assunto, incluindo como a autoestima infantil pode ser estimulada e qual o papel dos pais nesse processo.

O que é a autoestima?

Antes de explicar a maneira que essa habilidade se desenvolve nas crianças, vamos, primeiramente, entender o que é, de fato, a autoestima.

Em linhas gerais, o termo está relacionado à percepção que uma pessoa tem de si mesma, isto é, das suas ações, sentimentos e capacidades. No entanto, a autoestima não é algo que envolve apenas essa autoavaliação. Na verdade, essa habilidade também diz respeito ao modo que o indivíduo enxerga e se compara às outras pessoas.

Para ser mais específica, vou utilizar os conceitos elaborados no livro “Apaixone-se por si mesmo”, escrito pelo psicólogo clínico, Walter Riso, que é especializado em terapia cognitiva. Segundo ele, a autoestima é sustentada por quatro pilares: o autoconceito, a autoimagem, o autoreforço e a autoeficácia.

O autoconceito está ligado ao conjunto de opiniões que temos de nós mesmos. Já a autoimagem tem a ver com o modo de se apresentar, de descrever a si mesmo, considerando não só a aparência física, mas também a sua personalidade. 

O autoreforço é a nossa capacidade de elogiar e demonstrar respeito por nós mesmos. 

E, por fim, a autoeficácia é a habilidade de confiar nas nossas próprias capacidades.

É importante lembrar que ter uma baixa autoestima não é o único jeito de enganar a si mesmo, distorcendo a realidade. Na verdade, existem muitas pessoas que sofrem do problema oposto, ou seja, que se julgam melhores ou mais capazes do que realmente são. Essa distorção pode se caracterizar como diagnósticos específicos, dependendo do caso.

Como a autoestima infantil se desenvolve?

Agora que você entende como funciona a autoestima, é hora de aprender como ela se forma em cada um.

A autoestima não é uma habilidade inata. Ou seja, nós não nascemos com ela, mas somos ensinados a desenvolvê-la ou a suprimi-la durante a nossa vida, sendo que, a infância é uma período em que estamos mais vulneráveis a essas influências.

Dito isso, a autoestima infantil é desenvolvida através de vários meios. Um dos principais é o modo que os pais tratam a criança. Isso envolve a maneira e a frequência com que ela é corrigida, elogiada e valorizada, ou seja, qualquer forma de interação entre a criança e as pessoas que são importantes para ela. No tópico seguinte, mostrarei algumas dicas de como agir visando sempre o desenvolvimento de uma boa autoestima.

A escola também é um ambiente fundamental nesse sentido. Isso inclui não só o método de ensino e avaliação, mas também o convívio social com as outras crianças pode influenciar muito no modo que elas lidam com conflitos e enxergam a si mesmas. 

Dicas para os pais

Agora que você entendeu que o desenvolvimento da autoestima é algo que inicia desde os primeiros anos da criança, podemos deduzir que os pais, ou quem quer que sejam os seus responsáveis, têm uma responsabilidade muito grande. Por isso, separei algumas dicas que podem ajudar muito no estímulo de uma boa autoestima infantil, confira:

Em primeiro lugar, é muito importante estimular a autonomia do seu filho. Portanto, dê algumas tarefas para ele fazer, como, por exemplo, guardar os seus brinquedos. Ou, ainda, deixe-o tomar algumas decisões, mesmo que sejam pequenas. Isso irá criar um senso de responsabilidade pessoal e fará com que ele se sinta mais útil e capaz.

A minha segunda dica complementa a primeira: não seja superprotetor. É claro que você deve proteger os seus filhos, porém, a ideia é não exagerar. Ao tentar livrar a criança de quaisquer problemas e conflitos, você a impedirá de aprender na prática a lidar com situações desagradáveis e exercer a sua independência, o que causará muitas dificuldades no futuro, quando ela inevitavelmente terá que colocar essas habilidades à prova.

Dependendo da idade das crianças, elas podem aprender muito mais com as suas ações do que com as suas palavras. Por isso, uma sugestão imprescindível é ser um bom exemplo para os seus filhos. Você deve ensinar valores para ele, porém, certifique-se de não contradizê-los com o seu comportamento, afinal, as crianças são mais atentas do que parecem ser.

Para finalizar: evite comparações! Infelizmente, essa ainda é uma prática muito comum e pode ser um grande causador de baixa autoestima infantil. Entenda que todas as pessoas são diferentes, cada uma com suas aptidões e limitações. Por isso, comparar o seu filho a irmãos e outros colegas de classe é algo injusto e irá pressioná-lo desnecessariamente.

Conclusão sobre autoestima infantil

Podemos concluir que a autoestima infantil é determinada por diversas influências ao longo da fase de crescimento da criança: as suas experiências, a forma que ela é educada, os valores ensinados pela família e a sua vida social. Por isso, é fundamental estar atento ao modo de vida e comportamento dos seus filhos. Dessa forma, aumentam-se as chances das crianças se tornarem adultos mais confiantes e, portanto, mais saudáveis. 

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