O conceito de terapia multidisciplinar no autismo vem sendo cada vez mais discutido e aplicado em clínicas que atendem crianças que possuem o espectro autista.
De modo geral, trata-se da atuação de mais de vários profissionais durante o processo de intervenção. Na sequência, veremos mais a fundo o que significa esse conceito, quais são as principais terapias utilizadas e como elas podem interagir entre si.
O que significa terapia multidisciplinar?
Para começar a falar sobre a terapia multidisciplinar no autismo, é importante entender sobre o que se trata o termo “multidisplicinar”. De maneira resumida, a multidisciplinaridade ocorre quando um assunto específico é debatido, estudado e abrangido por visões de diferentes áreas.
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É um conceito muito aplicado nas escolas, por exemplo, quando um professor utiliza as ideias de mais de mais de uma área de estudo para debater o mesmo tema, mesmo sem existir uma conexão direta entre os campos. Como veremos na sequência, a multidisciplinaridade pode ser aplicada na ajuda no desenvolvimento dos autistas, através da terapia multidisciplinar.
Quais são as terapias mais comuns no trabalho com a criança TEA?
Muitos pais não sabem a quem recorrer quando percebem alguns sinais característicos do autismo em seus filhos. O mais comum, naturalmente, é ir atrás de um psicólogo. Mas você sabia que a psicologia não é a única área que pode ajudar no desenvolvimento dessa criança?
No trabalho em crianças com autismo, é totalmente possível aplicar a multidisciplinaridade, formando a terapia multidisciplinar. Isso ocorre quando mais de um profissional se juntam para ajudar aquela criança com TEA para ajudar ela a se desenvolver mais.
Com o crescimento de informações, pesquisas e trabalhos em relação ao autismo, a terapia com crianças TEA se tornou mais abrangente, atingindo resultados cada vez mais impactantes na vida de autistas.
A terapia multidisciplinar no autismo ajuda os pacientes com TEA a melhorarem sua qualidade de vida durante a infância, adolescência e também na fase adulta, visto que, além de ser um modelo de terapia que abrange diferentes áreas, trabalham diretamente com a participação dos familiares dos pacientes para conseguir atingir um objetivo.
Para entender como funciona a terapia multidisciplinar, é importante conhecer quais são as terapias mais comuns e mais utilizadas no trabalho com crianças com TEA (Teor do Espectro Autista). Explicaremos na sequência como elas funcionam e qual a função dos profissionais envolvidos. Confira quais são:
- Fonoaudiologia;
- Psicologia.
- Terapia ocupacional (integração sensorial e AVDs) ,
- Psicomotricidade (relacional / aquática) no autismo.
- Musicoterapia.
- Grupos de habilidades sociais.
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Fonoaudiologia no autismo
Uma das principais características do TEA, principalmente na infância, é a dificuldade existente na comunicação com as pessoas. Ou seja, como essa é uma área que trabalha diretamente com a comunicação, tanto na audição como na fala, acaba sendo um dos pilares da terapia multidisciplinar.
O profissional que atua nessa área (fonoaudiólogo), deve ter um panorama completo do diagnóstico de autismo dos seus pacientes, entendendo o nível de autismo de cada paciente, e compreendendo as necessidades de cada criança. Esse trabalho é realizado para que a criança consiga melhorar sua comunicação ainda na infância, mantendo esse caminho durante as restantes fases da vida.
Psicologia no autismo
O papel da Psicologia no autismo é um dos mais importantes quando falamos em terapia multidisciplinar no autismo e também na vida das crianças que possuem o TEA.
Além de ser fundamental no diagnóstico do autismo, o terapeuta é o profissional responsável por auxiliar o paciente a enfrentar e até mesmo superar os desafios encontrados, tanto no aspecto individual, como social, das crianças que possuem o TEA.
Para isso, o terapeuta deve obter o diagnóstico o mais rápido possível, aumentando as chances de obter um acompanhamento efetivo. O profissional deve realizar um estabelecer recursos terapêuticos adequados para cada situação e nível de autismo, utilizando estratégias e métodos bastante conceituadas no ramo da psicologia, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e Psicólogo e Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Terapia ocupacional no autismo
Outro tipo de terapia bastante importante para lidar com TEA, complementando o espectro de terapia multidisciplinar, é a Terapia Ocupacional.
Esse modelo de terapia pode ser aplicada em diferentes pacientes, que possuem condições distintas. Normalmente são utilizadas em pessoas que são portadores de déficits cognitivos, distúrbios emocionais, afetivos, perceptivos e psico-motoras.
Um dos principais objetivos traçados pelo terapeuta ocupacional, que é o profissional que atua nessa área, é estimular a autonomia de seus pacientes, através de trabalhos e atividades específicas que são elaborados de acordo com cada condição.
A integração sensorial e AVDs, por exemplo, são termos e conceitos muito explorados pelos profissionais da terapia ocupacional que engloba a terapia multidisciplinar no autismo.
Quando falamos em integração sensorial, nos referimos à forma como as pessoas com TEA recebem as informações dos sentidos. Ou seja, o terapeuta busca trabalhar essa captação, mediante a aplicação de atividades que exploram cheiros, o toque, utilizando texturas, entre outros aspectos, ajudando as crianças a entender melhor o recebimento desses estímulos, que muitas vezes são aversivos.
Psicomotricidade
Apesar de não ser um termo tão “conhecido” como os anteriores, a Psicomotricidade também é uma área que faz parte da terapia multidisciplinar no autismo e pode ser explorada no processo terapêutico em crianças com TEA.
De modo geral, a Psicomotricidade compreende atividades que ajudam a estimular o corpo, gestos, percepção do interno e externo, além de auxiliar no crescimento e desenvolvimento da capacidade cognitiva.
Muitas atividades bastante conhecidas, que você provavelmente praticou muito durante a sua infância, são trabalhadas pelo profissional durante o processo, tais como:
- Pular corda;
- Saltar elástico;
- Pega-pega
- Vivo ou morto;
- Cambalhotas e estrelinha;
- Queimada
- Amarelinha;
- Cobra-cega;
- Pista de obstáculos;
- Escravos de Jó;
Essas e outras brincadeiras são estimuladas para que o pequeno consiga entender suas capacidades e seus limites relacionados ao seu corpo, ajudando a desenvolver a lateralidade, equilíbrio corporal, motricidade fina, noção do próprio corpo, controle da respiração, entre outros.
Musicoterapia no autismo
A Musicoterapia no autismo, como o próprio nome já indica, é modelo de intervenção que utiliza elementos da música, como melodia, harmonia e ritmo.
Apesar de não ser tão aplicada como outras intervenções da terapia multidisciplinar, existem evidências que mostram a musicoterapia como um método interessante para o processo terapêutico em crianças com TEA.
Através desses elementos musicais, do canto, do toque de instrumentos musicais e do ouvir música, o musicoterapeuta ajuda a desenvolver as habilidades sociais e comunicacionais dos pequenos, trazendo benefícios na comunicação, entendimento e expressão dos sentimentos e até mesmo diminuição do estresse.
Grupos de habilidades sociais no autismo
Para finalizar os tipos de terapias existentes no aspecto da terapia multidisciplinar, é interessante citar os Grupos de habilidades sociais no autismo. Esse modelo de intervenção ocorre, como o próprio nome já indica, em um trabalho em grupo, com profissionais terapêuticos que conhecem o método ABA para autismo.
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Nessa ideia, as crianças são colocadas em um ambiente preparado e controlado, onde cada uma delas está sob a responsabilidade de um terapeuta em específico. Esses profissionais devem, em conjunto, estimular propostas e atividades que possibilitem a interação dessas crianças em grupo, mediante a participação de uma coordenadora, que é responsável por organizar e aplicar as propostas.
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