Em maior ou menor medida, as diversas abordagens da psicologia buscam investigar como um indivíduo se relaciona socialmente e os impactos dessas relações em si e nos outros. Quando falamos em terapia em família, estamos dando um foco especial nesse núcleo de relações, que é central no desenvolvimento e no bem estar. Contudo, é preciso utilizar o método correto e, principalmente, discernir a linha metodologicamente adequada para isso.
Normalmente, a terapia em família está associada à abordagem sistêmica. A harmonia entre essa abordagem e a prevenção do adoecimento mental por meio do contexto social faz com que ela seja a mais adequada ao lidar com as famílias. Por isso, explicaremos um pouco melhor sobre a terapia em família a seguir.
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O que é psicologia sistêmica
Uma forma de compreender a psicologia sistêmica é como uma abordagem que atua entre as relações, e não dentro dos objetos individuais. O próprio nome dá um bom indício: a ideia é que os sistemas de relação sejam avaliados. Segundo a psicologia sistêmica, a compreensão do comportamento de um indivíduo é compreendida com base nas suas relações sociais.
Isso significa dizer que uma pessoa não pode ser avaliada clinicamente em um contexto isolado. No caso de relacionamentos dos mais diversos tipos, existe um conjunto de pessoas envolvido. Quando entendemos que a individualidade não está dissociada da cultura e do relacionamento, entender todas as partes envolvidas em determinado sistema é essencial para evitar o adoecimento e melhorar o bem-estar.
Os humanos são, essencialmente, sociáveis. Compreender que essa é uma condição inata e, ao mesmo tempo, heterogênea, ocorrendo em diversos tipos de sistema, é o que sustenta a abordagem sistêmica. Esse tipo de abordagem é como água caindo em um copo dentro de uma bacia: você pode preenchê-lo e, se continuar depositando água, todo o sistema também irá encher.
Vale pensar que um sistema é complexo e interdependente. Isso quer dizer que todo o benefício promovido ao indivíduo que atingir um sistema de relacionamentos, inevitavelmente retornará ao primeiro indivíduo. Os relacionamentos melhoram e, mais do que isso, se influenciam positivamente.
Como a família não é o único sistema que pode ser avaliado, é preciso fazer uma análise da dinâmica dos diferentes sistemas em que uma pessoa pode estar envolvida. A terapia em família não é a única forma de fazer uma abordagem sistêmica, ainda que seja uma das principais expressões dessa abordagem. Entenda a seguir um pouco melhor.
Como funciona o atendimento de terapia em família
O objetivo da abordagem sistêmica no atendimento da terapia em família é delinear as particularidades desse sistema. As formas de comunicação estabelecidas pelos indivíduos, bem como outros padrões de relacionamento, buscam compreender a família dentro da sua complexidade.
Essas normas estabelecidas na família servirão de insumo para a abordagem clínica dos pacientes. De forma mais específica, as ações do terapeuta vão identificar as dinâmicas particulares de cada um dos relacionamentos da família e promover uma intervenção neles. A intimidade, autoridade, forma de comunicação, distanciamentos e proximidades serão observados.
As atividades propostas na terapia em família buscam explicar o que não está claro. Como todos os membros da família estão fortemente envolvidos afetivamente e emocionalmente dentro das relações, pode ser difícil observar exatamente como se manifestam suas relações. O terapeuta terá por objetivo facilitar a compreensão desses fenômenos e, quando necessário, buscar ativamente uma intermediação para elas.
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É até por esse motivo que também é importante manter um objetivo dentro da psicologia sistêmica. As famílias devem ser capazes de observar uma evolução. Com uma abordagem coletiva, eles precisam conseguir ver conjuntamente a evolução de uma melhora comum.
Diferença da orientação de pais e terapia familiar
A orientação parental tem objetivos específicos associados ao comportamento dos filhos. Ela não busca necessariamente uma mudança positiva e ativa na dinâmica do sistema familiar, mas sim uma resposta mais imediata a condutas indesejadas. É uma intervenção mais prática e pontual, que olha para a situação específica da criança e trabalha o que — e como — os pais devem lidar com tal comportamento ou situação.
Um exemplo é o de filhos que não desejam fazer atividades domésticas ou fazem “birra” para começar as lições de casa. Com uma orientação de pais, é possível encontrar formas de lidar especificamente com cada uma das situações e tentar buscar soluções que resolvam esses problemas particularmente. Eles, contudo, não observam a relação sistematicamente.
E a reunião de família?
Apesar de reuniões de família serem uma importante forma de diminuir impressões hierárquicas e igualar um debate familiar saudável, elas são uma estratégia da disciplina positiva, que busca soluções comuns para questões do dia a dia. Nesse tipo de dinâmica, o poder da palavra passa por todos os integrantes da família, que ativamente atuam na resolução de problemas.
Qualquer psicólogo pode atender a família?
A resposta para essa pergunta é não. Uma terapia em família demanda uma abordagem clínica específica. As especificidades de cada uma delas determinam se é possível fazer um atendimento familiar ou não. Desde a anamnese até as sessões possuem características diferentes. No caso da psicanálise, por exemplo, não é indicado que o mesmo analista atenda pessoas próximas.
O importante é saber quando buscar ajuda
Mesmo que a terapia em família possa ser uma importante ferramenta de promoção de bem-estar mental e prevenção de adoecimento, ela não é a única. O trabalho do psicólogo, independentemente da sua abordagem, tem essa busca como prerrogativa. Quando falamos em tratamento clínico, não estamos pregando que apenas pessoas com transtornos sejam tratadas. O ambiente da clínica também é um ambiente de promoção de qualidade de vida.
E se você quer saber mais sobre esse tipo de tema e compreender mais profundamente a prática da psicologia, siga acompanhando o blog da tia Paulinha. Por aqui, temas como desenvolvimento infantil, transtornos e dicas para pais caminham junto em busca de definir melhores práticas para psicólogos e famílias. Não vai perder, certo? Então acompanhe os conteúdos publicados!
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