Os sintomas de TOD infantil se caracteriza, principalmente, por um padrão persistente de desafio, hostilidade, desobediência e irritabilidade em relação a figuras de autoridade, como pais, professores e adultos desconhecidos.
Porém, esse comportamento vai além das manifestações típicas do desenvolvimento infantil e pode causar sérios problemas nas relações interpessoais e no funcionamento social, acadêmico e familiar da criança. Em outras palavras, não é “birra” ou “má vontade”.
O processo diagnóstico do TOD envolve uma avaliação cuidadosa realizada por profissionais como psicólogos, psiquiatras e pediatras especializados em saúde mental infantil. Ele não é simples, nem rápido, e envolve algumas etapas que não podem ser relevadas ou deixadas de lado.
O diagnóstico:
O profissional realiza entrevistas detalhadas com os pais ou cuidadores da criança para obter informações sobre o comportamento da criança em diferentes contextos, como em casa, na escola e em interações sociais para identificar se há, efetivamente, sintomas de TOD infantil.
É comum que o profissional observe pessoalmente o comportamento da criança em diferentes situações, para avaliar como ela interage com figuras de autoridade, pares e em ambientes específicos, como a escola.
Pode ser necessário coletar informações adicionais de fontes diferentes, como os professores e pedagogos, para ter uma visão abrangente do comportamento da criança em diferentes ambientes e contextos.
O diagnóstico do TOD é baseado nos critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), e conta com um considerável respaldo técnico e literário. Para receber o diagnóstico de TOD, a criança deve atender a critérios específicos relacionados à frequência e gravidade dos sintomas de TOD infantil.
E é por esta razão que se dá a importância de excluir outras condições médicas ou psiquiátricas que possam estar contribuindo para um comportamento desafiador pontual, como transtornos de ansiedade, depressão ou transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O profissional que acompanha a criança avalia, ainda, o impacto do comportamento desafiador no funcionamento global da criança, incluindo seu desempenho acadêmico, relações sociais e funcionamento familiar.
Após uma avaliação completa e profunda, o profissional pode fornecer um diagnóstico de Transtorno Opositivo-Desafiador se a criança atender aos critérios estabelecidos no DSM-5.
É importante notar que o diagnóstico do TOD não deve ser dado precipitadamente, uma vez que comportamentos desafiadores podem ser uma resposta a diversas outras situações estressantes ou problemas subjacentes. Para evitar tentativas e intervenções que irão gerar frustração e resistência por parte do paciente.
Portanto, uma avaliação cuidadosa dos sintomas de TOD infantil trazidos pela família é essencial para garantir que o diagnóstico seja preciso e que a criança receba o apoio que ela precisa e não a “remediação” de comportamentos disruptivos que causam transtorno para a família.
Sendo assim, vamos lá!
1. Raiva e irritabilidade frequentes: Crianças com sintomas de TOD infantil muitas vezes exibem explosões de raiva intensa e irritabilidade, ficando facilmente com raiva, especialmente em situações que desafiam seu desejo de controle. Essas explosões de raiva são caracterizadas por uma intensidade emocional significativa e podem ocorrer em resposta a demandas simples ou frustrações cotidianas.
2. Discussões frequentes com adultos: O comportamento desafiador de crianças com TOD frequentemente se manifesta por meio de discussões persistentes e desafios diretos a adultos, como pais e professores. Elas tendem a recusar-se a obedecer a regras ou solicitações, levando a debates prolongados que podem ser exaustivos para as figuras de autoridade.
3. Desafio ativo de regras e autoridade: O desejo de desafiar regras e autoridade é uma característica marcante nos sintomas de TOD infantil. Crianças com esse transtorno muitas vezes desafiam abertamente as regras estabelecidas coletivamente e figuras de autoridade, agindo de maneira desrespeitosa em relação a pais, professores e outras pessoas que representam regras firmes em suas vidas.
4. Ressentimento: As crianças com TOD podem ser facilmente incomodadas por outros e muitas vezes nutrem sentimentos de ressentimento e vingança. Elas podem guardar rancor por situações percebidas como injustas e podem buscar formas de “acertar as contas” com aqueles que consideram responsáveis por suas frustrações.
5. Recusa em seguir regras: A recusa em seguir regras estabelecidas, mesmo quando a criança compreende claramente o que se espera dela, é uma característica comum do TOD. Isso pode resultar em comportamentos desobedientes e na quebra frequente de limites.
6. Culpar os outros: Crianças com sintomas de TOD infantil frequentemente recorrem a culpar outras pessoas por seus próprios erros ou comportamento inadequado. Elas têm dificuldade em assumir a responsabilidade por suas ações e preferem atribuir a culpa a terceiros.
7. Comportamento vingativo: Em resposta a situações percebidas como prejudiciais ou injustas, as crianças com TOD podem buscar vingança deliberadamente, tentando prejudicar intencionalmente os outros. Isso pode se manifestar por meio de comportamentos hostis e, em alguns casos, até mesmo agressivos.
8. Recusa em aceitar a responsabilidade: É comum que crianças com sintomas de TOD infantil relutem em aceitar a responsabilidade por seu comportamento inadequado. Elas tendem a minimizar suas ações e resistem a admitir que estão erradas, mesmo quando confrontadas com evidências claras.
9. Perturbações no ambiente escolar: O comportamento desafiador associado ao TOD muitas vezes se estende ao ambiente escolar. Isso pode resultar em problemas de aprendizado, conflitos frequentes com professores e colegas, além de um desempenho acadêmico aquém do potencial da criança.
10. Dificuldades nas interações sociais: Devido ao seu comportamento desafiador e tendência a discutir com os outros, crianças com sintomas de TOD infantil podem enfrentar dificuldades em fazer e manter amizades. Essas interações sociais problemáticas podem levar à alienação e ao isolamento da criança em relação aos colegas.
É importante observar que um diagnóstico de TOD requer que esses sintomas estejam presentes por pelo menos seis meses e sejam significativamente perturbadores para a vida da criança e da família.
Enquanto psicólogos infantis, devemos informar a família sobre a avaliação abrangente para determinar se o comportamento da criança atende aos critérios diagnósticos do TOD e para descartar outras possíveis condições que possam estar contribuindo para esses comportamentos desafiadores antes de trazermos uma confirmação de suspeitas.
Já é psicólogo, gostaria de trabalhar com a infância e não sabe por onde começar? Foi justamente pensando em quem precisa que eu criei o PsicoPlano Infantil. No meu blog, você encontra atualizações diárias sobre a psicologia infantil!
