Regulação emocional para crianças, o que é?

O que é regulação emocional para crianças?
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Algumas emoções são difíceis de lidar, não é mesmo? Existem algumas técnicas que foram desenvolvidas especialmente para lidar com essa dificuldade, e uma delas é chamada de regulação emocional. Muito importante no processo de amadurecimento infantil, a regulação emocional para crianças busca meios para que os pequenos reconheçam e estejam cientes de suas emoções, para que assim consigam lidar melhor com elas. 

Também chamada de autorregulação emocional para crianças ou regulação emocional para crianças, com a única diferença da forma que essa regulação pode ter sido feita. AUTO – por ela mesma, COREGULAÇÃO – com ajuda de outro. O ponto principal das técnicas utilizadas que falaremos aqui podem ser usadas pelos próprios pais ou cuidadores, como um meio de ajudar a criança a se desenvolver de modo que possa se adaptar às circunstâncias do cotidiano, principalmente as relações sociais. Além disso, aprender a lidar bem com as próprias emoções é aprender a lidar consigo mesmo.  

No livro “Regulação Emocional em Psicoterapia: um guia para o terapeuta cognitivo-comportamental”, Robert Leahy, que é psicólogo e diretor do Instituto Americano de Terapia Cognitiva em Nova York, define a regulação emocional como uma estratégia de enfrentamento

Regulação emocional para crianças é importante?

Regulação emocional para crianças é importante?

A capacidade de reconhecer as próprias emoções e as dos outros está inclusa nas diretrizes para o ensino pela Base Nacional Comum de Currículo (BNCC), um documento normativo disponibilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para guiar todas as grades curriculares, da educação infantil até o Ensino Médio, quanto ao conjunto de aprendizados essenciais na educação. 

Mas não só por isso, se você lida com crianças como psicólogo, ou até mesmo se você é pai ou mãe, é fácil perceber a importância da regulação emocional para crianças (e para adultos também né?).

Quando qualquer pessoa não sabe identificar bem suas emoções, ou não consegue perceber qual foi o estímulo que a trouxe, fica muito mais difícil lidar com ela e, por consequência, as reações e comportamentos podem acabar sendo muito intensos, bruscos e até violentos. Isso porque o que é desconhecido dá medo e é quase impossível de resolver. 

Se tratando de crianças, isso é mais perceptível porque, primeiro, elas nascem sem sequer saber que existe um nome para cada emoção. É importante, no processo de regulação emocional para crianças, saber distinguir bem as emoções, e os nomes que damos a cada uma ajudam nesse processo. 

A criança deve perceber que aquela irritação que ela sente quando está com fome ou sono não é a mesma que pode sentir quando é contrariada pelos pais, por exemplo. Isso pode evitar muito desentendimento (inclusive, entre os adultos também). 

Algumas vão bem, algumas vão mal 

Quando se trabalha com atendimento psicológico infantil ou se lida com crianças no dia a dia, é importante treinar o olhar para perceber como a criança está regulada emocionalmente. Isso porque essa regulação pode acontecer de maneira adequada ou não, o que é chamado de regulação emocional adaptativa ou desadaptativa. 

Ou seja, não existe “desregulação” emocional, todos vão regulando as próprias emoções, só que o resultado pode gerar harmonia e boa convivência, quando é adaptativo, ou uma série de problemas, conflitos e dores, quando é desadaptativo. Esse processo acontece sempre que algum estímulo, seja externo ou interno, gera emoções com as quais a pessoa tem que lidar. 

A regulação emocional para crianças, quando desadaptativa, vai levar a alterações ruins no convívio social e, além disso, não vai resolver a situação que gerou tal emoção ruim. Por exemplo: a criança quebra um brinquedo seu, sem querer, e fica com muita raiva. Então, ela pega todos os brinquedos próximos e joga longe, quebrando mais um monte. A situação que gerou a raiva não foi resolvida e os prejuízos só foram maiores para a criança. 

No exemplo, podemos ver todos os componentes do processo de regulação emocional para crianças: o estímulo, que foi o brinquedo quebrando; o surgimento de uma emoção forte, que no caso foi a raiva; e, finalmente, a reação da criança.

É importante ressaltar que a regulação desadaptativa pode acontecer também com relação a sentimentos bons, já que num momento de grande alegria a criança pode ficar exaltada e sem controle adequado do que está fazendo. 

Quando a criança aprende a identificar os sentimentos logo que eles aparecem e a lidar bem com eles, as coisas começam a melhorar. Na regulação adaptativa, a emoção chega, é reconhecida, e então a criança tenta aprender com ela e agir depois para afetar o ambiente de maneira que a situação que gerou aquilo se resolva. 

Efeitos a longo prazo da regulação emocional para crianças

Efeitos a longo prazo da regulação emocional para crianças

O que torna esse assunto tão importante é o fato de que a regulação emocional vai influenciar bastante na vida adulta. Com as explicações desse texto, pode ser que você tenha pensado em alguns adultos que também parecem não saber lidar muito bem com os próprios sentimentos. 

Isso acontece bastante e tem relação com o aprendizado emocional que a pessoa teve na infância. É claro que a vida ensina bastante e uma parte do amadurecimento é natural, mas sem o desenvolvimento adequado da regulação emocional ainda nos primeiros anos de vida, as coisas ficam bem mais complicadas na fase adulta. 

Por esse motivo, além do bem para a própria criança, que vai conviver melhor com os amiguinhos, com os familiares e consigo mesma, é uma boa ideia procurar ajuda psicológica para o trabalho da regulação emocional para crianças.

Como um psicólogo pode ajudar na regulação emocional para crianças?

Uma das etapas importantes nesse processo é a conscientização emocional. Como foi dito antes, é muito difícil lidar com os sentimentos e emoções quando nem se sabe os nomes de cada uma delas. Ao nomear as emoções, a criança aprende a identificar cada uma delas, já que, quando não têm nome, a ansiedade pode ser confundida com medo, a raiva com a fome ou sono, etc. 

Então, um dos papéis que o psicólogo ou até mesmo os pais podem desempenhar é justamente trabalhar esse desenvolvimento de percepção na criança, ajudando ela com recursos visuais, como figurinhas, cores e até alguns filmes infantis que falam sobre isso. Existem várias estratégias para a regulação emocional para crianças.

O psicólogo, em uma boa consulta, tem uma função muito importante de orientação dos pais, porque são eles que vão acompanhar a criança na maior parte dos momentos em que essas emoções aparecem e pode ser que eles, também, tenham dificuldades de lidar não só com as emoções do filho, mas também com a frustração de não conseguir um resultado bom naquele momento, por exemplo. 

Além da conscientização das emoções, é importante conversar com a criança sobre as ações que ela toma depois. Por exemplo: o pequeno ficou com muita raiva porque é hora de comer e ele não queria soltar o brinquedo. Primeiro, você identifica que aquela emoção é a raiva e que é uma coisa normal; então, você faz a criança perceber que o melhor é resolver a situação (comer a comida) para que possa voltar logo para o brinquedo. Fazer birra, chorar ou jogar coisas não vão resolver a situação e os pais ou psicólogo podem fazer a criança entender isso. 

É importante ressaltar que o desenvolvimento completo só acontece no final da adolescência, quando as partes do cérebro que ajudam na inibição emocional estão completamente formadas. 

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