Como trabalhar com pacientes autistas?

Como trabalhar com pacientes autistas?
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Quem já estudou sobre o Transtorno do Espectro Autista ou até mesmo já trabalhou com pessoas ou crianças no espectro sabe que, ainda que muitos sinais e estereotipias sejam os mesmos, cada autista é único e pode manifestar seus comportamentos de maneira especial. Os pais ou cuidadores que lidam com crianças no TEA sabem, também, as dificuldades imprevisíveis que aparecem no dia a dia. Por isso, tanto pais quanto profissionais da área muitas vezes se perguntam como lidar melhor com os pacientes autistas (no caso dos pais, como é que o profissional vai lidar com pacientes autistas).

Trabalho em equipe com os pacientes autistas

A primeira coisa que é importante deixar claro, principalmente para os pais, é que idealmente os pacientes autistas devem receber intervenção terapêutica de uma equipe multidisciplinar de profissionais, e não apenas o tratamento de um médico ou psicólogo. 

As pessoas com TEA, além das dificuldades próprias do espectro, muitas vezes apresentam diversas comorbidades. É muito comum que um autista tenha também TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), por exemplo, e deficiências cognitivas ou até motoras. 

Por esse motivo é tão importante que não só o diagnóstico aconteça com avaliação de diversos profissionais da área, como também o acompanhamento e intervenção aconteça de maneira integrada. Pode ser que uma criança com TEA precise do apoio de um fonoaudiólogo e um fisioterapeuta, por exemplo, além da intervenção psicológica. 

Como lidar com pacientes autistas no consultório

Como trabalhar com pacientes autistas?

Os terapeutas e psicólogos que recebem a missão de tratar uma criança ou jovem com TEA têm muitos desafios pela frente. 

Como o espectro do autismo varia em grau, comorbidades, estereotipias e as peculiaridades de cada indivíduo, cada um dos pacientes autistas vai ser um caso especial e cheio de personalidade, o que requer maleabilidade e capacidade de adaptação do profissional. Afinal, ele está lidando com um ser humano único e diferente de todos os outros. 

Ainda assim, existem muitas similaridades em todos os casos e, por isso, é possível estabelecer uma norma e uma série de estratégias para trabalhar com pacientes autistas de forma mais eficaz. Vamos conferir algumas delas. 

Estimulando os pacientes autistas

É muito comum que as pessoas no TEA apresentem grande dificuldade em lidar com situações sociais e com os sentimentos (tanto os próprios quanto os dos outros). Esse tipo de caso, que ocorre na maioria das vezes, é um grande exemplo da importância de estimular os pacientes autistas a desenvolverem certas habilidades. 

Por meio da metodologia ABA (Análise de Comportamento Aplicada), por exemplo, o psicólogo pode treinar os pacientes autistas a desenvolverem a capacidade de reconhecer os sentimentos relacionados às expressões faciais (podendo se utilizar de histórias ilustradas, cartas com fotos de pessoas expressando as emoções, etc.). 

As figuras são um ótimo meio de treinar e desenvolver os pacientes autistas dentro do consultório. Isso acontece porque os estímulos reais, quando simulados em consultório, podem ser aplicados de maneira gradual e controlada, de modo que a criança com TEA se acostume aos poucos, antes de ter que enfrentar a situação no mundo real. 

Outro meio muito valioso de estimular o desenvolvimento dos pacientes autistas são as brincadeiras e jogos lúdicos. Por meio deles, o psicólogo e até os pais podem ensinar a criança com TEA a imitar o comportamento dos pais ou de outras crianças quando se sentir confusa, por exemplo, ou diminuir a rigidez cognitiva, que é bem comum no autismo. 

É importante que as brincadeiras, atividades e jogos tenham regras claras e bem estabelecidas, e esse fator é especialmente importante no ambiente doméstico, já que a informalidade do cotidiano pode deixar tudo mais imprevisível. Pacientes autistas não lidam bem com mudanças bruscas e podem deixar de colaborar ou se divertir quando as estruturas de organização ficam muito frouxas ou não existem. 

Dicas de brincadeiras e jogos

Como trabalhar com pacientes autistas?

Pacientes autistas, muitas vezes, apresentam dificuldade em relacionar estímulos diferentes ou captar semelhanças em objetos diferentes. Tudo isso se dá pela rigidez cognitiva, uma característica muito comum no TEA. 

Uma maneira de lidar com isso é inventando brincadeiras de associação com a criança, como por exemplo criar uma competição de quem consegue fingir que um objeto é uma coisa diferente mais vezes. Exemplo: pegar uma régua e fingir que é uma espada, uma ponte, um muro, etc. Isso estimula a associação e a flexibilidade cognitiva. 

Outra boa estratégia é se aproveitar de jogos online para tentar estimular a convivência social dos pacientes autistas. Existe um jogo online chamado Gartic, por exemplo, que consiste em reunir um grupo de pessoas para que se adivinhe a palavra da rodada por meio do desenho de um dos integrantes. Essa brincadeira reúne a habilidade de associação com o convívio social, uma vez que toda partida tem um chat de conversa e os participantes normalmente falam bastante. 

Metodologia para lidar com pacientes autistas

São três as principais metodologias de intervenção para pacientes autistas: ABA (Análise de Comportamento Aplicada), DRBI (Intervenção de Desenvolvimento Baseada nas Relações) e NDBI (Intervenção Naturalista de Desenvolvimento Comportamental). 

Atualmente, a intervenção mais consolidada e comumente aplicada é a ABA, que já reuniu centenas de estudos e comprovações de resultados. Para a aplicação dessa metodologia, o profissional precisa de especialização. 

Estudos mais recentes, contudo, cada vez mais reforçam os bons resultados das metodologias DRBI e NDBI. Um dos principais avanços que, aparentemente, esses novos métodos trazem, é o maior desenvolvimento na comunicação social em relação à metodologia ABA. 

Nunca deixe de buscar saber mais

Uma das dicas mais importantes para o profissional que vai trabalhar com pacientes autistas é nunca ficar desinformado e nem achar que já sabe tudo. Existe todo um universo a ser explorado quando o assunto é autismo e, além do transtorno, cada indivíduo pode precisar de uma abordagem que englobe toda a bagagem intelectual do profissional. 

Para acompanhar no dia a dia vários conteúdos ricos em informação e, ao mesmo tempo, descontraídos e fáceis de entender, me acompanhe nas redes sociais Instagram e YouTube. Não deixe de estudar mais sobre esse mundo da psicologia infantil também pelo meu blog!

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