O que é fobia social infantil?

O que é fobia social infantil?
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

“Estado de ansiedade desencadeado por uma violenta reação de medo, que se manifesta de forma recorrente, quando a pessoa se defronta com determinadas circunstâncias ou objetos específicos, mesmo apenas imaginados ou mencionados”, essa é a definição que o dicionário Michaelis dá para a fobia. Apesar dessa ser uma definição genérica, existem quadros distintos, como a fobia social infantil.

Mas mesmo esse tipo de fobia não é único. No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), são descritos três tipos de fobia. São elas a fobia específica, a agorafobia e a própria fobia social, também chamada de transtorno de ansiedade social. Todas elas estão incluídas dentro do capítulo de transtornos de ansiedade do manual.

Quando falamos em fobia na prática da psicologia, não tratamos do medo simplesmente, um sentimento normal. A fobia é o medo sistemático e intenso a situações e objetos. O nível desse medo e sua persistência é grande ao ponto da pessoa viver a sua vida pensando nele. Ela pode organizar sua rotina e mesmo suas relações sociais e profissionais a fim de evitar contato com o objeto ou a situação.

Normalmente as pessoas associam a fobia a um dos transtornos descritos no DMS-V: a fobia específica. Esse é aquele tipo de transtorno caracterizado pelas manifestações de ansiedade ou medo acentuados associados a objetos e situações específicas. Alguns exemplos são o medo de altura, de animais específicos, de sangue.

Contudo, esse não é o único tipo de fobia, como falamos mais acima. A agorafobia e a fobia social infantil também são transtornos de ansiedade. Apesar de serem similares, esses dois transtornos não são idênticos. Você pode entender melhor a seguir!

Fobia Social e Agorafobia

Estes dois tipos de fobia estão associados a situações sociais. Elas estão mais relacionadas às atividades que uma pessoa pode precisar fazer. Isso vale tanto para a ansiedade em relação à possibilidade de fazer essas atividades ou efetivamente participar delas. Diferentemente das fobias específicas, elas não estão associadas a objetos, ações ou seres exclusivamente, mas a situações de convívio público.


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O transtorno de ansiedade social, ou fobia social, é caracterizado essencialmente pelo medo ou pela ansiedade exagerados em situações nas quais pode haver uma avaliação por outras pessoas. Segundo o DSM, o indivíduo tem a preocupação de que será julgado como ansioso, débil, maluco, estúpido, enfadonho, amedrontado, sujo ou desagradável. Ele teme agir ou aparecer de certa forma ou demonstrar sintomas de ansiedade, tais como ruborizar, tremer, transpirar, tropeçar nas palavras, que serão avaliados negativamente pelos demais.

Já no caso da agorafobia, o medo está associado ao medo ou ansiedade sobre a possibilidade ou concretização de exposição a diversas situações. O DSM lista as seguintes circunstâncias como critérios diagnósticos: 

  • Uso de transporte público (por exemplo, automóveis, ônibus, trens, navios, aviões)
  • Permanecer em espaços abertos (por exemplo, áreas de estacionamentos, mercados, pontes)
  • Permanecer em locais fechados (por exemplo, lojas, teatros, cinemas)
  • Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão
  • Sair de casa sozinho

A diferença está justamente no tipo de situação que desperta o medo ou a ansiedade ou esquiva. No caso da ansiedade social, o medo de ser avaliado negativamente é o principal fator associado ao diagnóstico.

Qual é a diferença da fobia social infantil

O que é fobia social infantil?

As taxas de prevalência de fobia social infantil se assemelham às dos adultos, cerca de 7%. Contudo, com o decorrer da vida adulta esses índices passam a diminuir. O que ocorre é que as manifestações da fobia social em crianças podem ser um pouco diferentes, até pelas particularidades da sociabilidade infantil.

Quais são os principais medos das crianças por faixas etárias

É comum que em crianças esse tipo de ansiedade se manifeste não apenas na relação com adultos, mas também com seus pares. Como as situações geram medo e ansiedade, crianças podem expressar esses sentimentos de forma particular. Segundo DSM-V, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais.

Normalmente, o transtorno tem um período de ao menos seis meses. Quando as manifestações são menores do que isso, não indicam, normalmente, caso clínico, mas apenas um medo transitório. Essa definição é importante porque serve como diferenciador para o caso das crianças.

No caso dos adolescentes, é observado um padrão mais amplo de medo e esquiva, incluindo encontros, quando relacionados às crianças. “Crianças com alta inibição comportamental são mais suscetíveis às influências ambientais, tais como um modelo socialmente ansioso por parte dos pais. Além disso, o transtorno de ansiedade social pode ser herdado (embora a ansiedade do tipo somente desempenho seja menos)”, aponta o DSM-V.


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Com qual idade a fobia social infantil aparece

Pesquisas desenvolvidas nos Estados Unidos apontam que a média do surgimento do transtorno é na infância, aos 13 anos de idade. Segundo o DSM-V, 75% dos casos do transtorno começa a se desenvolver na maioria dos indivíduos entre os 8 e os 15 anos. 

O manual aponta que “o transtorno ocasionalmente emerge de história infantil de inibição social ou timidez nos estudos norte-americanos e europeus. O início também pode ocorrer no princípio da infância. Pode se seguir a uma experiência estressante ou humilhante”. Contudo, o surgimento também pode se dar lentamente.

Quando devo procurar ajuda

Para a maioria dos casos de transtornos, o que define o limite entre um sentimento comum e um problema clínico é a intensidade e o impacto do problema. Se a ansiedade e o medo apresentados pela criança não são normais e influenciam diretamente seu desenvolvimento e sociabilidade, é hora de procurar um profissional adequado, como psicólogo ou psiquiatra.

Também é possível observar o problema a partir da duração dele. Como você viu nesse artigo, a continuidade de sintomas associados à fobia social infantil por mais de seis meses já é preocupante.


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E se você quer saber ainda mais sobre desenvolvimento infantil e procurar por profissionais qualificados, continue acompanhando o blog da tia Paulinha! Por aqui, você pode ter acesso a conteúdos sobre todo o universo da psicologia infantil! 

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