Que avaliação psicológica para altas habilidades podemos usar?

Que avaliação psicológica para altas habilidades podemos usar?
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Existem casos de crianças que apresentam habilidades e capacidades muito acima da média, podendo superar o avanço previsto na escola: são crianças que tem Altas Habilidades, ou Superdotação. Mas como saber se meu filho é “apenas” inteligente ou se ele tem altas habilidades? Para isso, é preciso conhecer o tipo de avaliação psicológica para altas habilidades que funciona e como aplicar. 

O que é a alta habilidade ou superdotação?

Antes de saber como fazer o teste final e descobrir se uma criança é superdotada, é preciso primeiro conhecer essa característica e conseguir diferenciar a alta habilidade do simples desenvolvimento precoce de alguma habilidade específica. 

A primeira coisa que é importante entender é que uma criança superdotada não vai necessariamente ser um gênio dos cálculos matemáticos e se sair bem em todas as disciplinas da área de ciências exatas. É claro que existem esses casos, mas uma criança com altas habilidades demonstra, também, um superdesenvolvimento em outras áreas. 


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É muito comum que, ao falar de crianças com altas habilidades, muitas pensem, por exemplo, no estereótipo do gênio maluco ou intelectual recluso: um garoto magro que não tem habilidades sociais, adora ler e é muito bom com números. Isso não é verdade, uma vez que as pessoas com altas habilidades formam um grupo completamente heterogêneo, um indivíduo superdotado pode ter um desempenho acadêmico ruim e, além disso, muitas vezes apresentam também ótimas habilidades sociais

Por que fazer avaliação psicológica para altas habilidades?

Que avaliação psicológica para altas habilidades podemos usar?

Um outro fato que muitos não sabem sobre as crianças superdotadas é que elas, assim como as crianças que apresentam atrasos ou deficiências intelectuais, precisam de uma atenção especial por parte dos pais e da escola também. Existe, inclusive, um documento disponível no site do Senado que aponta as políticas públicas para a inclusão das crianças e jovens com altas habilidades/superdotação nas escolas. 

O documento, chamado “Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”, foi criado pelo NAAH/S (Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação) e aponta diversas estratégias e direcionamentos quanto ao tratamento adequado que pode ajudar a criança com altas habilidades a desenvolver melhor seu potencial. 

As pessoas com altas habilidades não nascem já plenamente desenvolvidas em todos os campos que apresentam aptidões excelentes, mas nascem, sim, com grande potencial de aprendizado. Esse é o principal motivo pelo qual é tão importante reconhecer um caso de altas habilidades/superdotação em crianças, já que desse modo elas podem atingir seu potencial e se sentir confortável consigo mesmas. 

Qual avaliação psicológica para altas habilidades devo usar?

Existem alguns testes disponíveis que ajudam a identificar se uma criança pode ou não ter altas habilidades. Alguns desses devem ser aplicados por profissionais da área, enquanto outros são de livre aplicação. Vamos dar uma olhada em alguns: 

TIAH/S – A Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação tem como principal objetivo filtrar os casos de crianças que possam realmente ter altas habilidades. Ou seja, trata-se de uma escala que tem o objetivo de separar crianças que podem ser superdotadas daquelas que com certeza não são. Caso o resultado do teste aponte para a possibilidade de que a criança tenha altas habilidades, ela deve ser direcionada para um diagnóstico feito por avaliação psicológica. O TIAH/S é indicado para crianças entre 9 e 15 anos. 

Essa escala apresenta 42 itens que apontam comportamentos divididos em cinco categorias: capacidade intelectual geral, liderança, habilidades acadêmicas específicas, criatividade e talento artísticos. Quando a criança apresenta determinado número de características presentes na escala, pode-se então considerar a possibilidade de que ela tenha altas habilidades.

WISC IV – A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças é uma ferramenta que vem no formato de kit e tem como objetivo avaliar as capacidades intelectuais, desempenho cognitivo e a capacidade de resolução de problemas e se aplica a uma faixa etária de 6 a 16 anos de idade. Essa avaliação psicológica para altas habilidades, que é produzida pela corporação Pearson Education, oferece indicadores de acordo com as categorias de compreensão verbal, raciocínio abstrato, organização perceptual, velocidade de processamento, memória operacional e raciocínio quantitativo. 


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Ao todo, são 15 subtestes no WISC IV e, além de servir como um indicador de altas habilidades, o kit da Pearson pode, também, ser usado para apontar atrasos e possíveis transtornos cognitivos ou intelectuais

Novas escalas e baterias em estudo

Que avaliação psicológica para altas habilidades podemos usar?

No Brasil, existem algumas iniciativas acadêmicas que estão desenvolvendo métodos de avaliação psicológica para altas habilidades, como é o caso da Escala de Identificação de Características associadas às Altas Habilidades/Superdotação (EICAH/S) e a Bateria de Avaliação de Altas Habilidades/Superdotação (BAAH/S).

O BAAH/S consiste em um teste que foi aplicado em 987 crianças e adolescentes, com idades entre 8 e 17 anos, onde seis subtestes foram aplicados entre os participantes. Quatro desses subtestes estão na categoria de inteligência (raciocínio verbal, abstrato, numérico e lógico) e criatividade (teste completando figuras e outro para criar metáforas). 

Já a EICAH/S, um projeto mais recente, comprovou em um estudo realizado com 485 crianças que o grupo critério (crianças que já são diagnosticadas com altas habilidades) responderam melhor ao teste, em relação ao grupo controle (crianças que não têm altas habilidades). Nessa avaliação psicológica para altas habilidades, a criança ou adolescente (o teste foi aplicado em crianças de 9 a 12 anos de idade) completa algumas afirmações com as respostas presentes em uma escala Likert (do tipo “não tem nada a ver comigo” até “tudo a ver comigo”, gradualmente separadas). Os itens da escala são divididos entre as categorias de Categorias Socioemocionais e Características Cognitivas.

Dica de livro gratuito!

O livro “Um olhar para as altas habilidades”, distribuído pela Secretaria da Educação, do Governo do Estado de São Paulo, possui informações e esclarece dúvidas quanto às altas habilidades/superdotação de maneira gratuita e de fácil acesso. É um livro completo, que tenta responder todo tipo de dúvida e, melhor ainda, oferece uma rica bibliografia para mais estudos. 

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Política Nacional de Educação Especial


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