Autismo e emoções: como ajudá-los?

Autismo e emoções
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

O transtorno do espectro autista está associado a prejuízos na comunicação e na interação social. Associado a isso, estão padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesse ou atividades. Devido a essa relação tão estreita com a sociabilidade, muitas vezes autismo e emoções passam por preconceitos e confusões. E viemos esclarecer algumas dessas  questões.

Vale destacar que o transtorno do espectro autista se divide em níveis de gravidade. Ao todo, são três. O primeiro deles é classificado por “Exigindo apoio”; o segundo, “Exigindo apoio substancial”; e o terceiro “Exigindo apoio muito substancial”. Essa gradação faz com que os sintomas sejam diferentes a cada nível. Eles vão desde déficits com prejuízos notáveis até uma grande limitação em se comunicar e praticar atividades sociais.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), o transtorno do espectro autista engloba transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.

O diagnóstico ideal para o transtorno é feito a partir de uma avaliação de múltiplas formas de informação, como pais, cuidadores, professores, observação e, quando possível, o relato do próprio indivíduo.

Pelo próprio DSM-V, a prevalência de autismo nos Estados Unidos e alguns outros países atualmente é de 1% da população, com estimativas similares entre populações de todas as faixas etárias. Os primeiros sinais de autismo começam a surgir entre os 12 e 24 meses de vida. Ainda assim, crianças mais novas ou mais velhas podem apresentar os sinais precocemente ou posteriormente, a depender do nível.

A teoria da mente no autismo

Uma das principais teorias para definir autismo e emoções é a teoria da mente. Essa é a ideia também chamada de mentalização. Ela define a capacidade desenvolvida pelas pessoas de representar em si mesmo e nos próximos estados mentais independentes. A partir da teoria da mente, estabelece-se que uma pessoa seja capaz de entender que existe uma diferença entre o que ela acredita, vê e deseja e essas mesmas atribuições no outro.

Diz-se que é uma teoria justamente por não ser possível observar a mente. Não existe uma definição objetiva ou palpável dela, portanto tanto sua própria mente quanto a de qualquer um outro é uma suspeição. Ao compreender que se possui uma mente, a intuição logo diz que o outro também tem e, por consequência, existe uma reciprocidade nesse sentido.

Segundo a teoria da mente, pessoas que fazem parte do espectro autista teriam um déficit nessa função.

Um teste com bonecas, chamado Sally e Anne, busca dar embasamento a essa ideia. O princípio é o seguinte. Sally tem um cestinho. Ela pega uma bolinha, anda e a coloca dentro deste cesto e sai do cenário. Então, Anne chega, pega a mesma bolinha e a troca de lugar, colocando dentro de uma caixa. Então, a dúvida levantada para as crianças é: quando a Sally volta, onde ele procura a bolinha?

Crianças típicas — aquelas que têm o desenvolvimento, como o nome diz, típico para a sua fase — normalmente vão dizer que Sally procuraria a bolinha no cesto, já que não viu a mudança promovida por Anne. Contudo, crianças no espectro autista dirão que, na verdade, ela vai buscar na caixa, já que essa é a informação objetiva que tiveram. 

Segundo esse teste, seria possível descrever um comportamento sem empatia das crianças autistas, já que elas não seriam capazes de criar uma conexão com o outro. A teoria da mente embasaria essa ideia. Contudo, essa ideia é questionada e autismo e emoções podem ocorrer com outra ligação.

A teoria da super empatia no autismo

Se por um lado se pensa que a pessoa no espectro autista pode ter uma falta de empatia, outras ideias reforçam o contrário: pessoas autistas são excessivamente empáticas. Segundo o mesmo teste indicado anteriormente, crianças autistas podem ter uma perspectiva objetiva de uma situação, mas isso poderia estar associado à imersão na situação, com forte identificação com o sentimento alheio.

Essa seria uma maneira de não apenas se inserir no contexto do outro, mas ter uma identificação emocional tão forte com a situação que a percepção sobre o acontecimento ocorre de maneira mais intensa do que em relação às pessoas típicas.

Pode ser que o autista não consiga compreender sutilezas das situações sociais e pistas de comportamento. Contudo a expressão da empatia não se restringe a isso. Como os sentimentos são intensos e a conexão grande, eventualmente pode haver um distanciamento relacionado à autoproteção.

Autismo e emoções: como trabalhar

Para conseguir trabalhar o tema do autismo e emoções, é ideal lançar mão de estratégias lúdicas, capazes de envolver e despertar o interesse da criança. Algumas possíveis estratégias podem ser as seguintes.

Video modeling

Esta é uma técnica também chamada de modelagem de vídeo baseada em evidências. Ela está baseada na exibição de vídeos que expõem habilidades. Por meio da observação, a criança consegue desenvolver capacidades sociais, como brincadeiras, cumprimentos, e demais capacidades do dia a dia.

Pareamento

O pareamento pode ser feito com figuras, cartinhas, apresentação no computador… o terapeuta poderá variar os estímulos para motivar ainda mais o paciente. Mas a ideia central aqui é parear um rosto/emoção com o nome que temos para aquela expressão. Então você pode procurar cartinhas com as emoções e parear com a sua imitação ou ainda, se a criança for alfabetizada, ela mesma poderá encontrar o nome e parear. Caso o paciente não seja alfabetizado, poderá parear expressões iguais em personagens diferentes.

Histórias sociais

A ideia da história social é ser uma ferramenta capaz de ensinar para a criança, de forma lúdica, situações sociais que ela possa ter dificuldades em agir. Os comportamentos e respostas estimuladas vem por meio de uma história com detalhamento do passo a passo, multiplicidade de cenários que ela pode esperar, ações que são esperadas delas e visualização das interações.

Autismo e emoções: jogo da Tia Paulinha

E se você deseja ter uma outra possibilidade de atividade para fazer com as crianças na prática clínica, uma ideia é o jogo da Tia Paulinha. É uma atividade visual com imagens de diversas situações para você trabalhar com seu paciente. Você poderá trabalhar a compreensão de emoções, leitura social do ambiente, resolução de problemas, criatividade, empatia. É só clicar aqui para entrar!

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