Crianças podem ter comportamentos agressivos e de violações a direitos básicos alheios. Normalmente, isso será colocado sob uma perspectiva moral dos adultos e mesmo dos seus pares. É claro, não é possível normalizar esses comportamentos, mas é preciso ficar atento. Esses comportamentos não significam que a criança seja “má”; eles podem ser sintomas de um transtorno de conduta infantil.
Esse é um transtorno associado a crianças e adolescentes justamente devido ao seu curso mais comum. Apesar dos sinais começarem a aparecer nos anos da pré-escola, os sintomas mais nítidos começam a surgir entre o meio da infância e o meio da adolescência. Por isso, é importante ficar atento!
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O que é transtorno de conduta
Como adiantamos anteriormente, o transtorno de conduta é um caso clínico associado a comportamentos repetitivamente violadores, seja de outras pessoas ou questões sociais, como normas consensuais e regras sociais para o seu contexto. São diversos os critérios comportamentais que devem ser avaliados ao identificar esse transtorno.
Por se tratar de um transtorno com diagnóstico complexo, é preciso sempre tentar excluir outras possibilidades, como o transtorno de oposição desafiante, TDAH, transtorno depressivo e bipolar, transtorno explosivo intermitente ou transtorno de adaptação. Além disso, é preciso sempre ficar atento se alguma dessas outras manifestações não corre em comorbidade com o transtorno de conduta.
Alguns fatores de risco podem estar associados ao surgimento do transtorno. Em especial, eles podem ser temperamentais, ambientais, genéticos ou fisiológicos, aponta o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Estima-se que a ocorrência do transtorno por mais de um ano seja de 4% da população, em uma mediana. Estudos apontam que meninos adolescentes apresentam a maior prevalência de transtorno de conduta.
Subtipos de transtorno de conduta
Mesmo se tratando de um transtorno com características gerais, existem subtipos de transtorno de conduta associado ao início das manifestações. Segundo o DSM-V, eles são o tipo com início na infância; tipo com início na adolescência; tipo com início não especificado.
Para o primeiro tipo, ao menos um sintoma é apresentado antes dos 10 anos de idade, enquanto para o segundo nenhum deles é apresentado antes dessa idade. No último caso, os critérios são preenchidos, contudo não é possível identificar quando eles apareceram.
Mas, quais são esses sintomas? Confira a seguir!
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Transtorno de conduta infantil: quais são os sintomas
O DSM-V é a principal referência internacional para o diagnóstico de transtornos mentais. Dentro do manual, o transtorno de conduta está tipificado no capítulo de “Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta”. Os critérios diagnósticos elencados pelo DSM são divididos em 3, contudo, as tipificações das manifestações em apenas um dos critérios chega a 15, portanto, é importante acessar o conteúdo na íntegra.
Pelo DSM, o padrão de comportamento repetitivo e persistente de violação de direitos básicos, bem como normas e regras sociais, é o primeiro critério. Eles são elencados em mais de 15 atividades, que envolvem agressões a pessoas e animais, falsidade ou furto e violações graves de regras.
Além disso, há a perturbação comportamental que cause prejuízos clínicos nos funcionamentos social, acadêmico ou profissional do paciente. Por fim, para indivíduos de 18 anos ou mais, os critérios para transtorno de personalidade antissocial não podem ser preenchidos.
Quais as características do adolescente com Transtorno de Conduta
Os indivíduos que desenvolvem o subtipo de início na adolescência tendem a ter relações mais tranquilas com os colegas e possuir comportamentos agressivos. Também nesse subtipo há menor propensão de que o quadro se mantenha na vida adulta. Contudo, pessoas com transtorno de conduta infantil demonstrado antes dos 10 anos podem manter o quadro após a adolescência.
Como a gravidade dos sintomas se agrava com o passar da idade, é importante estar sempre atento. O desenvolvimento corporal, cognitivo e sexual do paciente levam a demonstração de sinais mais agressivos com a maturação da idade. Brigas físicas, bullying, utilização de armas, crueldade com pessoas e animais e violações de leis, especialmente confrontando as vítimas, podem ser sinais do transtorno.
Ao lidar com um paciente com transtorno de conduta infantil manifestado antes ou depois da adolescência, é necessário fazer uma observação clínica correta e eficiente, evitando diagnósticos dúbios. É comum, por exemplo, que o transtorno de oposição desafiante seja um precursor infantil do transtorno de conduta. Além disso, pode haver confusão com TDAH ou mesmo comorbidade. Avaliar se o adolescente já apresentava esses sinais será importante para o diagnóstico.
Qual é a diferença do transtorno de conduta infantil para o TOD
Pode ser um pouco complicado diferenciar o transtorno de conduta infantil do transtorno de oposição desafiante (TOD). Isso porque o TOD se manifesta por meio de sinais menos graves, mesmo que associados ao confronto com autoridades, como pais e professores. O transtorno de oposição desafiante se manifesta principalmente pelo padrão de humor irritável ou raivoso e comportamentos questionadores.
A principal forma de diferenciar esses dois tipos de transtorno é pela gravidade dos sintomas. No TOD, não costuma haver agressão a pessoas ou animais, nem destruição de propriedade ou padrões de furto e falsidade, aponta o DSM. Por outro lado, os padrões de desregulação emocional, como humor raivoso e irritável, não tendem a aparecer no transtorno de conduta infantil.
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Vale lembrar que essas duas manifestações clínicas podem ocorrer de maneira comórbida, ou como uma evolução de um caso clínico para outro.
Como ajudar o paciente com transtorno de conduta infantil ou TOD
Se você é um psicólogo percebe, e talvez tenha dúvidas, de que um paciente tenha transtorno de conduta infantil, esse texto talvez já tenha sido um bom caminho. Contudo, ainda existem mais conteúdos para auxiliar. Além de acessar o blog da tia Paulinha para conferir mais artigos sobre estes temas, você também pode conferir o que eu falei, em vídeo, no meu canal do YouTube. Que tal conferir?
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