A infância é uma fase de crescimento, descobertas e desenvolvimento emocional. Naturalmente, crianças enfrentam situações que podem gerar medo, insegurança e preocupação — seja com a escola, separação dos pais ou mesmo fantasias do imaginário infantil. No entanto, quando essas reações se tornam exageradas, frequentes e interferem na vida da criança, pode-se estar diante de um transtorno de ansiedade infantil.
Muitos adultos ainda acreditam que a ansiedade é um problema exclusivo da vida adulta, mas esse pensamento está ultrapassado. A ansiedade pode surgir desde cedo e, quando não identificada e tratada, tende a evoluir para quadros mais sérios que afetam o desenvolvimento escolar, social e emocional da criança.
Neste artigo, você vai entender o que é o transtorno de ansiedade infantil, como ele se manifesta, quais os principais sintomas, os fatores de risco e, principalmente, as formas de tratamento e apoio que podem fazer a diferença para o bem-estar da criança e da família.
O que é Transtorno de Ansiedade Infantil?
O transtorno de ansiedade infantil é uma condição psicológica caracterizada por níveis excessivos de medo, preocupação ou nervosismo que vão além do esperado para a idade da criança. Essa ansiedade não se restringe a situações específicas e costuma ser intensa, persistente e difícil de controlar.
Crianças com esse transtorno tendem a reagir com desproporcional apreensão a eventos comuns, como ir à escola, dormir fora de casa ou até mesmo falar com desconhecidos. A ansiedade interfere no comportamento, nas relações sociais e no rendimento escolar, podendo causar sofrimento significativo.
É importante diferenciar a ansiedade normal — como sentir-se nervoso antes de uma prova ou tímido em um novo ambiente — da ansiedade patológica, que limita a capacidade da criança de viver com tranquilidade e segurança.
Tipos de Transtornos de Ansiedade na Infância
O transtorno de ansiedade infantil pode se apresentar de diferentes formas, dependendo da idade e das características individuais da criança. Os principais tipos são:
1. Transtorno de Ansiedade de Separação
É um dos mais comuns entre crianças pequenas. A criança manifesta medo intenso de se afastar dos pais ou responsáveis, apresentando choro excessivo, recusa em ir à escola ou até sintomas físicos como dor de barriga ou náuseas.
2. Fobia Social (Ansiedade Social)
Caracteriza-se pelo medo excessivo de ser julgado ou rejeitado por outras pessoas. A criança evita interações sociais, apresentações em público e até brincadeiras em grupo, por medo de passar vergonha.
3. Fobias Específicas
Incluem medos irracionais e intensos de objetos ou situações específicas, como medo de altura, de insetos, de escuro ou de determinados lugares.
4. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
A criança apresenta preocupações constantes e excessivas com várias áreas da vida — desempenho escolar, saúde dos pais, futuro, acidentes — mesmo quando não há motivo real para tanto.
5. Transtorno do Pânico
Caracterizado por crises súbitas de medo intenso acompanhadas de sintomas físicos como palpitações, falta de ar, tontura e sensação de desmaio ou morte iminente.
6. Mutismo Seletivo
A criança consegue falar normalmente em casa, mas permanece em silêncio em ambientes como a escola, mesmo sendo capaz de falar. O silêncio é fruto de uma ansiedade intensa em contextos sociais.

Sintomas do Transtorno de Ansiedade Infantil
Os sintomas do transtorno de ansiedade infantil podem variar de acordo com o tipo de transtorno, mas geralmente envolvem aspectos emocionais, comportamentais e físicos. Veja alguns sinais que merecem atenção:
Sintomas Emocionais e Cognitivos:
- Preocupações frequentes e excessivas;
- Medo de ficar longe dos pais;
- Baixa autoestima;
- Sensação de que algo ruim vai acontecer;
- Medo constante de errar ou fracassar.
Sintomas Comportamentais:
- Evitação de situações sociais;
- Atrasos ou recusas em ir para a escola;
- Agressividade ou irritabilidade sem motivo aparente;
- Crises de choro, birras ou ataques de pânico.
Sintomas Físicos:
- Dores de cabeça e barriga sem causa médica aparente;
- Tensão muscular;
- Taquicardia;
- Sudorese;
- Problemas de sono ou pesadelos frequentes;
- Fadiga constante.
Esses sintomas precisam ser observados por um período prolongado (geralmente mais de seis meses) e devem causar prejuízo significativo na vida da criança. O diagnóstico não deve ser feito de maneira precipitada ou com base em um único episódio de ansiedade.
Causas e Fatores de Risco
Não existe uma única causa para o transtorno de ansiedade infantil. Ele resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais, temperamentais e psicológicos.
Fatores Genéticos:
- Crianças com histórico familiar de ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais têm maior predisposição a desenvolver o transtorno.
Fatores Ambientais:
- Ambientes familiares com conflitos, separações, excesso de cobranças ou superproteção aumentam o risco.
- Mudanças abruptas, como mudança de escola ou cidade, também podem desencadear ansiedade.
Traumas e Experiências Negativas:
- Experiências traumáticas, como acidentes, hospitalizações, bullying ou perdas, são gatilhos comuns.
Temperamento Pessoal:
- Crianças naturalmente mais sensíveis, tímidas ou introspectivas têm maior tendência a desenvolver ansiedade.
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico do transtorno de ansiedade infantil deve ser feito por profissionais especializados, como psicólogos ou psiquiatras infantis. O processo envolve:
- Entrevistas com os pais ou responsáveis;
- Conversas e observações clínicas com a criança;
- Questionários e escalas específicas de avaliação;
- Informações vindas da escola, professores e outros adultos próximos.
É importante destacar que o diagnóstico é clínico, ou seja, não há exames laboratoriais que confirmem a ansiedade. O profissional avalia o contexto, a intensidade dos sintomas e o impacto que eles causam na vida da criança.

Tratamento do Transtorno de Ansiedade Infantil
A boa notícia é que o transtorno de ansiedade infantil tem tratamento eficaz. Quanto mais precoce for a intervenção, maiores são as chances de sucesso e menor o risco de complicações futuras, como depressão, isolamento social ou baixa autoestima.
1. Psicoterapia
A terapia é o principal recurso para tratar a ansiedade infantil. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais indicadas. Ela ajuda a criança a identificar pensamentos disfuncionais, desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar a regulação emocional.
O trabalho terapêutico pode envolver atividades lúdicas, metáforas, jogos e desenhos, tornando o processo mais acessível e confortável para a criança.
2. Terapia Familiar
O envolvimento da família é essencial. Os pais precisam aprender como lidar com a ansiedade do filho sem reforçar comportamentos evitativos ou superprotetores. A orientação parental favorece um ambiente mais estável e acolhedor.
3. Intervenção Escolar
A escola precisa ser parceira no processo de tratamento. Ajustes nas demandas acadêmicas, apoio de professores e ações para combater o bullying são fundamentais para reduzir o estresse do ambiente escolar.
4. Medicamentos (quando necessário)
Em alguns casos mais graves, o médico psiquiatra pode prescrever medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos, para reduzir os sintomas enquanto a terapia é desenvolvida. A medicação deve ser usada com muito critério e acompanhamento constante.
Como Ajudar uma Criança com Ansiedade
Mesmo fora da terapia, existem diversas atitudes que pais e educadores podem adotar para ajudar crianças que sofrem com o transtorno de ansiedade infantil:
- Mantenha uma rotina estruturada e previsível;
- Ensine técnicas de respiração e relaxamento;
- Valorize conquistas, por menores que sejam;
- Dê espaço para a criança falar sobre seus medos;
- Evite superproteção ou minimizar os sentimentos da criança;
- Estimule gradualmente a exposição às situações temidas;
- Mantenha uma comunicação aberta com a escola.
Lembre-se de que a ansiedade não é uma escolha, nem uma forma de manipulação. A criança precisa de acolhimento, escuta e apoio para aprender a lidar com suas emoções.
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