Durante muito tempo, acreditou-se que a depressão era uma condição exclusiva da vida adulta. No entanto, estudos e observações clínicas têm demonstrado que a depressão também pode afetar crianças, inclusive em idades muito precoces. Embora seja menos comum do que em adolescentes ou adultos, os sinais de depressão em crianças existem, são reais e podem trazer consequências sérias se não forem percebidos e tratados de maneira adequada.
A infância é um período de desenvolvimento emocional intenso, marcado por descobertas, aprendizagens e desafios. É natural que as crianças passem por momentos de tristeza, frustração ou mudanças de humor. No entanto, quando esses sentimentos persistem por longos períodos e afetam significativamente o comportamento, a socialização e o rendimento escolar, é necessário olhar com mais atenção.
Neste artigo, você vai entender quais são os principais sinais de depressão em crianças, como diferenciar sintomas normais de desenvolvimento de quadros que precisam de intervenção e o que fazer quando houver suspeita de depressão infantil. O objetivo é oferecer informações claras e acolhedoras para que pais, cuidadores e educadores possam atuar de forma preventiva e assertiva.
A Depressão na Infância Existe?
Sim, a depressão na infância é uma realidade, embora muitas vezes seja negligenciada ou confundida com problemas comportamentais, desobediência ou timidez. Estudos indicam que cerca de 2% a 3% das crianças entre 6 e 12 anos podem apresentar quadros depressivos, sendo ainda mais frequente na adolescência.
A depressão infantil, assim como a de adultos, é caracterizada por uma combinação de fatores genéticos, bioquímicos, psicológicos e ambientais. Crianças que vivem em contextos de estresse familiar, conflitos constantes, negligência emocional, separação dos pais, bullying ou perdas significativas têm maior risco de desenvolver o transtorno.
Diferente dos adultos, as crianças nem sempre conseguem verbalizar o que sentem. Por isso, é fundamental estar atento aos comportamentos, atitudes e mudanças sutis no dia a dia da criança. Os sinais de depressão em crianças costumam aparecer inicialmente de forma silenciosa e podem ser confundidos com outras dificuldades.

Sinais de Depressão em Crianças: O que Observar
A observação atenta do comportamento é uma das formas mais eficazes de identificar se algo não está indo bem com a saúde emocional de uma criança. A seguir, listamos os principais sinais de depressão em crianças que merecem atenção:
1. Mudanças no humor e no comportamento
Crianças com depressão costumam apresentar tristeza persistente, apatia, irritabilidade frequente e baixa tolerância à frustração. Diferente de uma tristeza pontual, os sentimentos depressivos duram semanas e interferem na forma como a criança interage com o mundo.
2. Isolamento social
Um dos sinais de depressão em crianças é o afastamento de amigos, colegas e familiares. A criança deixa de demonstrar interesse por brincadeiras, atividades antes prazerosas e prefere ficar sozinha com frequência.
3. Queda no rendimento escolar
A dificuldade de concentração, desmotivação e cansaço emocional impactam diretamente o desempenho escolar. Notas baixas, desatenção, esquecimento frequente e falta de envolvimento com as tarefas podem ser indicativos de que algo não vai bem.
4. Queixas físicas frequentes
Dores de cabeça, dor de estômago, náuseas e cansaço sem causa médica aparente podem ser manifestações somáticas da depressão infantil. A criança pode não saber expressar sua tristeza, mas o corpo fala por ela.
5. Alterações no sono e no apetite
Outro importante conjunto de sinais de depressão em crianças envolve mudanças no padrão de sono e alimentação. A criança pode dormir demais ou apresentar insônia, bem como perder o apetite ou comer em excesso.
6. Sentimentos de culpa e baixa autoestima
Mesmo em tenra idade, crianças deprimidas podem manifestar falas como “eu sou burro”, “ninguém gosta de mim” ou “eu sou um problema”. Esses pensamentos indicam sofrimento interno e baixa percepção de valor pessoal.
7. Comportamentos regressivos ou autodestrutivos
Voltar a fazer xixi na cama, chupar o dedo ou apresentar crises de birra intensas e descontroladas podem ser formas de a criança expressar seu desconforto emocional. Em casos mais graves, pode haver automutilação ou pensamentos de morte.
Diferença entre Tristeza Normal e Depressão
É natural que crianças enfrentem frustrações, perdas e dificuldades, e é saudável que se entristeçam diante disso. No entanto, a depressão é mais profunda e persistente. Ela não tem necessariamente uma causa clara, dura por semanas ou meses, e impacta negativamente várias áreas da vida da criança.
Enquanto a tristeza pontual é passageira e alterna com momentos de alegria, os sinais de depressão em crianças se mantêm constantes, mesmo na presença de estímulos positivos. Além disso, a criança deprimida pode perder a capacidade de experimentar prazer, demonstrar desinteresse por tudo e parecer emocionalmente “apagada”.
Por isso, é importante respeitar o tempo emocional da criança, mas também saber quando buscar ajuda. Ignorar ou minimizar o sofrimento infantil pode agravar o quadro e comprometer o desenvolvimento psicológico.
Fatores de Risco para a Depressão Infantil
Algumas situações aumentam a vulnerabilidade das crianças à depressão. Entre os principais fatores de risco, podemos destacar:
- Histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais;
- Perda de entes queridos (morte, separação, abandono);
- Violência doméstica, abuso físico ou emocional;
- Baixa autoestima ou falta de suporte emocional;
- Bullying ou rejeição social;
- Doenças crônicas ou limitações físicas;
- Estresse escolar ou pressão por desempenho.
A presença de um ou mais desses fatores não determina, por si só, que a criança desenvolverá depressão. No entanto, eles indicam a necessidade de maior vigilância e apoio emocional.

Importância do Diagnóstico Precoce
Identificar os sinais de depressão em crianças de forma precoce pode fazer toda a diferença no tratamento e na recuperação. Quanto antes o quadro for reconhecido, menores são as chances de complicações como retraimento social, dificuldades escolares, desenvolvimento de outros transtornos mentais ou comportamentos autodestrutivos.
O diagnóstico deve ser realizado por profissionais especializados, como psicólogos ou psiquiatras infantis, por meio de entrevistas clínicas, observação do comportamento, escuta ativa e, quando necessário, aplicação de instrumentos psicológicos apropriados à faixa etária.
A colaboração da escola e da família é essencial nesse processo. Professores, orientadores e cuidadores podem fornecer informações valiosas sobre o cotidiano da criança em diferentes contextos.
Como Buscar Apoio e Tratar a Depressão Infantil
Ao identificar sinais de depressão em crianças, o primeiro passo é não ignorar ou minimizar o que está acontecendo. Muitas vezes, os adultos podem reagir com frases como “isso é frescura”, “é só uma fase” ou “ela só quer chamar atenção”, o que apenas aumenta o sofrimento infantil.
O tratamento da depressão infantil pode envolver várias frentes:
1. Psicoterapia
A psicoterapia é a base do tratamento. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é amplamente utilizada e eficaz para trabalhar pensamentos distorcidos, comportamentos depressivos e habilidades sociais. Com crianças, o processo muitas vezes envolve recursos lúdicos e expressivos, como jogos, desenhos e histórias.
2. Aconselhamento familiar
É importante envolver os pais ou responsáveis na terapia para promover mudanças no ambiente familiar, melhorar a comunicação e fortalecer os vínculos afetivos. O apoio emocional dos adultos é crucial para a recuperação da criança.
3. Intervenção escolar
A escola pode colaborar adaptando demandas, oferecendo suporte pedagógico e incentivando a inclusão social da criança. Professores sensibilizados conseguem atuar como aliados importantes no processo terapêutico.
4. Medicação (em casos mais graves)
Em quadros moderados a graves, o psiquiatra infantil pode recomendar o uso de antidepressivos. A medicação é usada com muito critério e sempre em conjunto com a psicoterapia. Os benefícios costumam aparecer após algumas semanas, e o acompanhamento regular é essencial.
O Papel dos Pais e Cuidadores
Mais do que identificar os sinais de depressão em crianças, os pais têm um papel ativo na prevenção e no cuidado. Algumas atitudes podem fortalecer o equilíbrio emocional dos filhos:
- Esteja presente: dedique tempo de qualidade para conversar, brincar e ouvir sem julgamentos.
- Valide os sentimentos: demonstre empatia e acolhimento quando a criança estiver triste, frustrada ou ansiosa.
- Estabeleça rotinas: horários definidos para sono, alimentação e lazer trazem segurança emocional.
- Promova hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, atividade física e redução do tempo de tela ajudam na regulação do humor.
- Fique atento às mudanças: observe alterações sutis no comportamento e procure ajuda profissional quando necessário.
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