Paula, meu filho não quer ir para a escola, o que eu faço? O primeiro dia de aula é sempre uma grande emoção para os pais. Escolher as primeiras roupas, o estojo, a mochila, e o caminho até a escola são momentos inesquecíveis, que guardamos com carinho.
E a primeira recusa de um filho em ir para a escola pode ser um desafio extremamente frustrante para os pais, afinal o que nós queremos é que as nossas crianças sejam felizes nas suas caminhadas e que, sempre que possível, não encontrem sofrimento.
Se o meu filho não quer ir para a escola, é natural que eu, enquanto pai ou mãe, tente repassar para ele que a educação é essencial para o seu sucesso e desenvolvimento, e não somente acadêmico. E a solução sempre se aproxima da abordagem que escolhemos para cada situação, com compreensão e paciência podemos encontrar soluções mais adequadas.
A psicologia infantil oferece estratégias valiosas e sugestões práticas para lidar com a questão, e eu as adaptei brevemente para poder auxiliar os pais a compreenderem o que eles podem fazer quando seu filho não quer ir para a escola.
Vamos às práticas!
Escutar e compreender
Quando o meu filho não quer ir para a escola, a primeira etapa é investigar quais as causas que cercam a recusa. Existem várias razões possíveis para a resistência da criança, como ansiedade de separação, dificuldades acadêmicas, problemas de socialização, bullying, problemas de saúde física ou emocional, entre outros.
A escuta ativa, como nós chamamos, é uma carta importante para “se ter na manga”, ou seja, escutar com atenção os relatos, as reclamações, os sentimentos e procurar compreender o que o seu pequeno está tentando comunicar.
Diálogo
Como familiar, conversar abertamente com a criança para entender seus sentimentos e preocupações em relação à escola não deve acontecer somente quando meu filho não quer ir para a escola, mas nos mais diversos contextos que exigem comunicação com outras pessoas.
Ouvir atentamente suas experiências, medos e ansiedades e validá-los demonstra empatia, para que seu menino se sinta compreendido, apoiado e visto. A minha dica é, portanto, o estabelecimento de um ambiente seguro e acolhedor para que seu filho se sinta à vontade para compartilhar situações desconfortáveis, preocupantes, entre outras nas quais ele não sabe como agir ou como resolver.
Procure a equipe escolar!
“Mas Paula, e se a razão pela qual meu filho não quer ir para a escola forem as pessoas da equipe escolar?” Mesmo assim, é de extrema importância comunicar os coordenadores, pedagogos, professores e assistentes que seu filho está encontrando dificuldades para se adaptar e precisa de ajuda.
Comunique-se com a escola para obter uma perspectiva mais completa da situação, que incluí as vivências escolares coletivas do seu pequeno. Trabalhar em parceria com a escola pode ajudar a identificar problemas específicos e buscar soluções adequadas, que façam sentido para ele.
A rotina faz toda diferença
Estabeleça uma rotina consistente para o seu filho, tanto em relação à hora de dormir quanto à hora de acordar. Uma rotina estruturada pode ajudar a reduzir a ansiedade e proporcionar uma sensação de estabilidade.
Uma rotina matinal agradável e tranquilizadora, com atividades que seu filho goste, como ouvir música, ler um livro ou brincar antes de ir para a escola pode ajudar a tornar o processo mais agradável e menos estressante.
Incentive a participação
Procure maneiras de incentivar seu filho a se envolver ativamente na escola para além da sala de aula. Estimular a participação em atividades extracurriculares, como esportes, arte, música ou teatro, que possam despertar seu interesse irão incentivá-lo a fazer amizades e interagir com os colegas e com a equipe escolar, trazendo a sensação de pertencimento.
Evite punir sentimentos
Nós não somos livres de cometer erros e agir sem pensar, diferentemente do que acreditamos ou como podemos frente a situações complexas, estressantes ou novas. “Então quando meu filho não quer ir para a escola eu não posso deixar ele de castigo?”
Isso mesmo! Punições exageradas, palavras duras e “tapinhas” podem aumentar a ansiedade e criar associações negativas em relação à escola. No lugar, oferece encorajamento, apoio e respostas tranquilas. Mostrar que você confia em sua capacidade de enfrentar os desafios é muito mais seguro e recomendado.
“E se meu filho não quer ir para a escola por birra?”
Dificilmente será o caso, como adultos, nós podemos ensinar habilidades de enfrentamento saudáveis e reforçar a importância de expressar emoções de maneira apropriada, para que ele se sinta seguro em buscar apoio sempre que necessário.
Lidar com a recusa escolar é um processo que requer paciência e persistência. Cada criança é única, e pode levar tempo para identificar e abordar as questões subjacentes. Seja paciente consigo mesmo e continue procurando soluções que estejam dentro da capacidade e da realidade do seu filho.
Com o apoio adequado e uma abordagem consistente, você estará ajudando seu filho a superar a resistência e a desenvolver uma atitude positiva em relação às suas obrigações acadêmicas.
“Paula, eu fiz tudo o que você falou e ainda assim o meu filho não quer ir para a escola”
Como profissionais, nós, da psicologia infantil, estamos sempre dispostos a ajudar e oferecer uma avaliação profissional com orientações especializadas para o seu filho. Você pode ajudar a identificar os fatores emocionais, comportamentais ou cognitivos que estão contribuindo para a situação ao trazer informações para o profissional que fará o acompanhamento.
Não há vergonha ou falha alguma em buscar ajuda. Ser papai ou mamãe é um eterno aprendizado, que envolve amor, dedicação, energia, entre tantas outras qualidades e esforços. Por meio da terapia individual ou familiar, o psicólogo infantil ajudará seu filho a desenvolver habilidades emocionais e sociais, além de encontrar estratégias eficazes para lidar com situações que requerem análises mais profundas.
Eu sempre disponibilizo diversas estratégias que auxiliam mamães e papais a terem uma experiência ainda mais positiva e enriquecedora no meu blog. Nas minhas redes sociais (Instagram, Facebook, YouTube e TikTok) compartilho dicas de livros, práticas e situações que promovem o desenvolvimento psicológico saudável de seus filhos. Não perca a oportunidade de acessar e conferir o conteúdo!