Criança com crise de ansiedade, quais os sinais?

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Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Segundo a OMS, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade no mundo. A organização aponta que 18,6 milhões de brasileiros vivem com o transtorno, algo próximo a 10% da população. Mas e o cenário da criança com crise de ansiedade? Bom, ele também existe. E os números também são preocupantes.

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP), aponta que uma a cada quatro crianças e adolescentes teve sinais de ansiedade e depressão durante a pandemia. Entre as crianças, os transtornos de ansiedade são o tipo mais comum. De 10% e 15% dessa população sofre com algum nível.

Como nem sempre as crianças com crise de ansiedade, especialmente as mais novas, serão capazes de expressar exatamente o que estão sentindo, é importante ficar bem atento às particularidades da manifestação desse transtorno nos pequenos.

O que é a ansiedade infantil

Crianças com crises de ansiedade podem estar sofrendo diversos tipos de transtorno. A manifestação dessa doença nos pequenos é perceptível, mas sempre devem ser observados com cuidado. Por mais que a ansiedade patológica seja preocupante, existe uma manifestação cotidiana desse sentimento, que nunca pode ser tratada como problemática. Quem já sentiu uma crise de ansiedade, entende a diferença. 

É importante dizer que a ansiedade assume diversas formas. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) aponta mais de uma dezena de transtornos de ansiedade. Contudo, alguns deles são mais comuns entre as crianças e os adolescentes. Entenda quais são.

Transtorno de ansiedade de separação

Segundo o DSM-V, este transtorno se caracteriza essencialmente pelo medo ou a ansiedade excessivos envolvendo a separação de casa ou de figuras de apego. “A ansiedade excede o esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do indivíduo”, aponta o Manual.

A prevalência desse transtorno, aponta o Manual, é a maior entre crianças menores de 12. Com o passar dos anos, na evolução para a adolescência e a vida adulta, a prevalência diminui percentualmente.

Fobia específica

Esta é a famosa “fobia”. Caracterizado essencialmente, segundo o DSM-V como um transtorno que promove o medo ou ansiedade circunscrito à presença de uma situação ou objeto particular. O medo de um tipo específico ou diverso de animais, veículos, altura. Todas essas fobias estão associadas à ansiedade.

Esse tipo de ansiedade é comum em crianças, mas principalmente em adolescentes. Na população entre 13 e 17 anos a prevalência dessa fobia é de 16%.

Fobia social

“A característica essencial do transtorno de ansiedade social é um medo ou ansiedade acentuados ou intensos de situações sociais nas quais o indivíduo pode ser avaliado pelos outros. Em crianças, o medo ou ansiedade deve ocorrer em contextos com os pares, e não apenas durante interações com adultos”, aponta o DSM-V.

A taxa de prevalência com mais de 12 meses de transtorno é semelhante entre adolescentes, adultos e crianças, mas tende a cair com o passar do tempo.

Transtorno de pânico

Este tipo de transtorno é caracterizado por ataques inesperados de pânico, que ocorrem frequentemente. Esse tipo de ataque fica caracterizado por um sentimento de medo ou desconforto abrupto. Essa crise chega ao seu pico em minutos.

Transtorno de ansiedade generalizada

Quando falamos sobre ansiedade, normalmente o transtorno de ansiedade generalizada é o que mais remete às características comumente conhecidas da ansiedade patológica: preocupação excessiva sobre diversos eventos ou atividades com intensidade, duração e frequências desproporcionais. 

A prevalência maior deste transtorno tende a ser em adultos, mas também afeta crianças. Vale lembrar que todos os tipos de transtornos citados não são exclusivos de nenhuma faixa etária e nem mesmo são a totalidade dos transtornos. É importante sempre passar por análise clínica.

Quais os principais sinais da criança com crise de ansiedade

Como você pôde ver, a criança com crise de ansiedade pode estar sofrendo diversos tipos de transtornos diferentes. Em suma, é possível identificar alguns sinais da ansiedade a partir da avaliação do comportamento “normal” da criança. Sintomas mais ou menos específicos podem surgir de acordo com o transtorno em questão. Vale também levar em conta que, em muitos casos, existe comorbidade, com o acúmulo de mais de um transtorno. Entenda alguns indícios.

  • Crianças que não relaxam quase nunca
  • Alteração no apetite
  • Dificuldades no sono
  • Medos específicos, como agulhas, elevador, animais, que trazem prejuízos para a criança
  • Nível alto de antecipação com situações futuras
  • Medo de ir à escola
  • Estresse
  • Mudanças de humor
  • Medo muito grande

Esses são apenas alguns dos sinais. Alguns deles não podem estar listados, e alguns podem ser mais particulares. Um diagnóstico de uma criança com ansiedade deve ser feito exclusivamente por um psicólogo ou um psiquiatra, e a observação dos sinais pelo pai servem apenas como uma forma de compreender a possibilidade de que o pequeno tenha o transtorno.

Como saber se é um comportamento comum

Como já destaquei, a ansiedade é um sentimento comum a todas as pessoas, crianças ou adultos. Durante o dia, podemos ficar ansiosos por diversas razões e de forma saudável. Essa é uma expressão do nosso sentido de preservação e nos ajuda a continuar atentos e preparados para desafios cotidianos. Contudo, a ansiedade patológica, apresentada por criança com crise de ansiedade é justamente o excesso desses sintomas.

Entender quando não se trata de um caso comum é fundamental, especialmente para os pais. Como a criança com crise de ansiedade mais nova muitas vezes não consegue manifestar verbalmente o que está sentindo, é importante observar sinais. Adolescentes, por outro lado, podem ter sintomas confundidos com comportamentos comuns da fase.

Para isso, é fundamental observar as diferenças comportamentais da criança comparadas ao seu antigo comportamento. Alguns exemplos: ela passou a ter um medo grande de atividades ou objetos novos? Passou a resistir à escola? Deixou de se divertir com coisas que gostava?

Todos esses comportamentos novos, que parecem não ser saudáveis, podem servir de indicativos. Portanto, é importante ficar atento às mudanças. Mas sem desespero. É natural que a criança mude seus interesses e personalidade.

Se trouxer prejuízo, o que devo fazer?

Criança com crise de ansiedade precisa passar por avaliação clínica e, confirmado algum transtorno, começar a terapia. Se você é pai ou mais de criança com crise de ansiedade, o primeiro movimento deve ser a busca por apoio de um psicólogo infantil. E se você deseja indicações de profissionais qualificados com o método da Paulinha, acesse a página de alunas e encontre aquele mais próximo.

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