A ansiedade da separação infantil é uma fase comum do desenvolvimento, que geralmente surge quando a criança começa a compreender que as pessoas e objetos ao seu redor continuam a existir mesmo quando ela não pode vê-los. Esse entendimento, conhecido como “permanência do objeto”, ocorre por volta dos 6 meses e é uma etapa importante no desenvolvimento cognitivo.
No entanto, com esse novo entendimento vem o medo de estar longe dos pais ou cuidadores, o que pode se manifestar como ansiedade de separação. Embora seja natural, a ansiedade da separação infantil pode ser angustiante tanto para as crianças quanto para os pais. A boa notícia é que existem formas de tratar e minimizar esse problema, ajudando a criança a desenvolver confiança e segurança.
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1. Compreender a Ansiedade da Separação Infantil
Antes de abordar como tratar a ansiedade da separação infantil, é importante compreender por que ela ocorre. Esse tipo de ansiedade geralmente se manifesta em crianças pequenas quando percebem que estão sendo separadas de seus pais ou cuidadores. Em muitos casos, a criança teme que a separação seja permanente, o que gera angústia. Esse medo de abandono é uma resposta natural, pois os pais são a principal fonte de segurança e conforto da criança.
A ansiedade da separação infantil é mais comum entre 6 meses e 3 anos de idade, embora possa se manifestar em diferentes níveis de intensidade em crianças mais velhas. Entre os sinais estão choro excessivo ao ser deixado na escola ou na creche, recusa em ficar sozinho e reações físicas, como dores de barriga ou de cabeça, quando se aproxima o momento da separação.
Entender que essa ansiedade faz parte do desenvolvimento infantil ajuda os pais a abordarem a situação de maneira calma e compreensiva. A ansiedade da separação não deve ser vista como um comportamento problemático, mas como um reflexo do apego da criança aos pais.
2. Estabelecer uma Rotina Consistente
Uma das formas mais eficazes de tratar a ansiedade da separação infantil é estabelecer uma rotina consistente. Crianças pequenas se sentem mais seguras quando sabem o que esperar. Criar uma rotina previsível para as saídas diárias pode ajudar a reduzir a ansiedade da criança. Ao estabelecer um ritual de despedida que seja sempre o mesmo, os pais podem proporcionar à criança uma sensação de estabilidade e confiança.
Esse ritual pode incluir dizer sempre as mesmas palavras ao se despedir, um abraço ou beijo especial, ou mesmo um gesto simbólico, como entregar um objeto de conforto, como um brinquedo ou cobertor. O importante é manter a despedida curta e previsível. Longas despedidas podem aumentar a ansiedade, pois a criança percebe a hesitação dos pais e pode interpretar isso como um sinal de que há algo para temer.
Além disso, é crucial que os pais mantenham sua palavra ao dizer que voltarão. Isso reforça a confiança da criança e a ajuda a entender que as separações são temporárias e que o cuidador sempre retornará.
3. Introduzir a Separação Gradualmente
Outro passo importante no tratamento da ansiedade da separação infantil é a introdução gradual de momentos de separação. Para crianças que ainda não estão acostumadas a se separar dos pais, pode ser útil começar com separações curtas e ir aumentando gradualmente o tempo que passam longe. Isso permite que a criança se adapte aos poucos e desenvolva a confiança de que pode ficar longe dos pais sem que algo de ruim aconteça.
Uma forma de fazer isso é deixar a criança com outro membro da família ou cuidador por curtos períodos de tempo e, aos poucos, aumentar a duração dessas separações. Por exemplo, os pais podem começar deixando a criança com o avô ou com a babá por 15 a 30 minutos e, ao longo do tempo, aumentar esse período conforme a criança se sinta mais confortável.
Essa abordagem gradual ajuda a criança a perceber que ficar longe dos pais por um tempo não é motivo de medo. A criança começa a desenvolver independência emocional, o que é essencial para o enfrentamento da ansiedade da separação infantil.
4. Oferecer Apoio Emocional e Validação
É essencial que os pais validem os sentimentos da criança durante episódios de ansiedade da separação infantil. Ao perceber que seus medos são levados a sério, a criança se sente ouvida e compreendida, o que diminui a sensação de insegurança. Dizer frases como “Eu sei que você está com medo, mas eu volto logo” ajuda a acalmar a criança e a mostrar que seu medo é reconhecido, mas que ela também pode lidar com a situação.
Além disso, é importante que os pais mostrem confiança na capacidade da criança de enfrentar a separação. Demonstrar calma e segurança durante as despedidas pode influenciar positivamente a forma como a criança lida com a separação. Se os pais demonstrarem ansiedade ou culpa ao deixar a criança, isso pode intensificar os sentimentos da criança, fazendo-a acreditar que a separação é realmente algo para se preocupar.
Por isso, oferecer um apoio emocional firme, mas encorajador, é essencial para ajudar a criança a desenvolver uma atitude mais saudável em relação à separação.
5. Criar Vínculos de Confiança com Outros Cuidadores
Uma maneira eficaz de reduzir a ansiedade da separação infantil é fortalecer os vínculos da criança com outros cuidadores. Isso pode incluir familiares, como avós, tios, ou mesmo babás e professores. Quando a criança sente que pode confiar em outras pessoas além dos pais, a separação se torna menos assustadora.
Os pais podem ajudar nesse processo incentivando a interação positiva com outros adultos de confiança. Por exemplo, permitir que o cuidador brinque com a criança na presença dos pais e, gradualmente, deixar a criança passar tempo sozinha com o cuidador. Dessa forma, a criança começa a perceber que outras pessoas também podem proporcionar conforto e segurança.
A formação de vínculos positivos com outros cuidadores ajuda a reduzir o medo de ficar longe dos pais e aumenta a capacidade da criança de lidar com situações de separação de forma mais tranquila.
6. Exposição Positiva a Novos Ambientes
A exposição gradual e positiva a novos ambientes também é uma técnica eficaz no tratamento da ansiedade da separação infantil. Se a criança associa certos lugares, como a creche ou a casa da avó, a experiências agradáveis, a separação se torna menos angustiante. Por isso, é importante criar associações positivas com esses ambientes.
Antes de deixar a criança em um novo local por um período prolongado, os pais podem levar a criança para uma visita curta, permitindo que ela explore o espaço e interaja com as pessoas. Essa familiarização pode ajudar a criança a se sentir mais confortável e segura quando for deixada lá por períodos mais longos.
Além disso, é útil incluir atividades divertidas e reconfortantes nesses ambientes, como brincar com brinquedos favoritos ou fazer um lanche especial. Isso ajuda a criar uma associação positiva com o local, tornando a separação mais fácil para a criança.
7. Procurar Ajuda Profissional Quando Necessário
Embora a ansiedade da separação infantil seja uma fase normal do desenvolvimento, em alguns casos pode se tornar mais intensa e persistente, interferindo na vida diária da criança e da família. Quando a ansiedade é severa e continua a afetar o bem-estar da criança por um período prolongado, pode ser necessário procurar ajuda profissional.
Um psicólogo infantil ou terapeuta especializado pode ajudar a criança a desenvolver estratégias de enfrentamento para lidar com a ansiedade de separação. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, é uma abordagem eficaz que ajuda a criança a modificar seus pensamentos e comportamentos em relação à separação, tornando-a menos assustadora e mais gerenciável.
Além disso, o terapeuta pode trabalhar com os pais para ensinar técnicas de enfrentamento e estratégias de apoio que podem ser usadas em casa para ajudar a criança a se sentir mais segura e confiante durante as separações.
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