Transtornos psicológicos são condições que afetam o comportamento e a mente das pessoas. Há diversos fatores biológicos, ambientais e sociais que contribuem para sua manifestação e/ou causa. “Paula, quais transtornos são os mais frequentes nos consultórios?”. Os transtornos psicológicos mais comuns são a depressão, a ansiedade, transtornos relacionados à traumas, distúrbios alimentares, e os relacionados ao desenvolvimento, mas não somente ou de forma isolada.
A saúde mental do ser humano é ampla, e não cabe em pequenas definições ou estatísticas de forma estática. Porém, de acordo com o DSM – 5 (Manual Estatístico de Transtornos Mentais), que realiza a catalogação das condições que são reconhecidas como patológicas, as populações têm, cada vez mais, procurado informações e tratamentos. No Brasil, entre os transtornos psicológicos mais comuns estão a ansiedade, a depressão e os transtornos alimentares, ocupando os três maiores números de incidência.
A identificação dos sintomas e do momento no qual a ajuda profissional se faz necessária é individual de cada paciente, família, ou responsáveis, de acordo com o contexto no qual o paciente se encontra inserido. Ao encontrar sinais como mudanças repentinas no comportamento e humor, dificuldades de raciocínio e de concentração, problemas ao se relacionar e expressar ideias, por exemplo, tanto em si próprio como em uma pessoa querida, é recomendada a busca por um psicólogo para um avaliação e se, de alguma forma, há a presença de algum dos transtornos psicológicos mais comuns como causa dos sintomas que estão afligindo sofrimento sobre a sua vida diária.
Mesmo enquanto consequências de alterações no sistema nervoso central, os transtornos psicológicos não são, necessariamente, ou exclusivamente, de origem genética. A sua categorização acontece a partir do reconhecimento de disfunções no sistema regular da mente de um indivíduo e os sintomas mais recorrentes, que interferem no seu dia a dia. Sendo assim, irei identificar um a um dos transtornos psicológicos mais comuns abaixo e suas principais características.
Depressão
A depressão afeta, de acordo com a OMS, aproximadamente 5,8% da população brasileira atual e pode ser altamente incapacitante. Além do sentimento persistente de tristeza profunda, quem sofre com o transtorno pode sentir-se apático, irritadiço, sem energia para realizar seus afazeres diários, perder ou ganhar peso rapidamente, e encontrar dificuldades para dormir.
Apesar de a depressão estar fortemente associada à tristeza cinematográfica, aquela que envolve lágrimas, um quarto escuro e uma expressão abatida no rosto, os sintomas podem variar e se manifestar de diferentes formas em cada paciente, assim como os demais transtornos psicológicos mais comuns.
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O estado de humor deprimido pode até mesmo passar despercebido por pessoas próximas ao indivíduo que se encontra depressivo. A “confusão” se deve grandemente à relevância midiática do tema, frequentemente abordado por meio de personagens das mais diversas naturezas, trazendo não somente a ampla discussão do tema, mas também estigmas e padrões que não estarão presentes no consultório ou durante a terapia.
Devido ao fato da depressão afetar a química do cérebro ao alterar os neurotransmissores e a produção natural de serotonina, algumas causas que não são genéticas podem ser menos exploradas. Eventos traumáticos, ambientes nocivos, abuso de substâncias, relacionamentos danosos, exposição à violência, entre outros, podem fazer do transtorno algo contínuo e levar à ideações suicidas, em seu pior quadro. Sendo assim, além da psicoterapia, se faz necessário, na maior parte dos casos, o uso de medicação psiquiátrica para um tratamento efetivo.
Ansiedade
Dentre os transtornos psicológicos mais comuns, o transtorno de ansiedade é o mais comentado publicamente. Diferente do que é amplamente difundido, além de um sentimento natural ao ser humano perante aquilo que é novo, desconhecido, ou inusitado, este “instinto de sobrevivência” pode, também, ser patológico quando atrapalha o desempenho das atividades diárias, a vida social, o bem estar emocional, e passa a limitar a pessoa em questão, causando sofrimento.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (ou TAG) acomete 9,3% da população brasileira, a maior parcela na América Latina, e é, assim como a depressão, a união de certa multiplicidade de fatores que cercam um indivíduo e influenciam em seu desenvolvimento, além das questões internas, os sintomas de ambos podem, inclusive, ocorrer simultaneamente.
Apesar da eficiência dos diversos tratamentos disponíveis, medicamentosos ou não, apenas 36,9% das pessoas diagnosticadas efetivamente buscam tratamento adequado, ainda de acordo com a OMS. Fator que reforça a importância da atuação de um psicoterapeuta, para evitar que sintomas como antecipação de perigo, medo, ou sensação constante de desconforto, por exemplo, se tornem empecilhos para o bem estar do paciente a longo prazo.
Transtorno afetivo bipolar
O transtorno bipolar atinge 4% dos brasileiros, e aproximadamente 60 milhões de pessoas pelo mundo. Muito mais do que oscilações repentinas de humor, de comunicação e de socialização, esta doença se caracteriza por episódios de mania e depressão prolongados. Eles se diferem entre si, majoritariamente, pelos intensos sentimentos de euforia, hiperatividade, autoestima elevada, sexualidade excessiva e humor expansivo, por exemplo, em contraste aos sentimentos, igualmente intensos, de falta de esperança, insônia, baixa energia e tristeza profunda.
Assim como os demais transtornos psicológicos mais comuns, as causas são uma combinação de fatores neuroquímicos, biopsicossociais e externos, e podem influenciar na progressão, ou não, da doença. Os tratamentos possíveis envolvem, além do uso de medicação específica, apoio psicológico, e os métodos variam de acordo com as particularidades de cada paciente.
Esquizofrenia
A esquizofrenia, assim como as demais psicoses, é uma doença grave que pode ser identificada a partir de distorções da realidade, dos pensamentos, da percepção, das emoções e do comportamento de um paciente. Os portadores deste transtorno apresentam sintomas, geralmente, no final da adolescência ou no início da fase adulta, e tem suas capacidades de interagir com os demais, trabalhar e estudar prejudicados pelas alucinações e delírios. O acesso ao tratamento, à saúde e à seguridade habitacional destes pacientes é dificultoso devido aos estigmas sociais em relação à doença, fazendo com que se tornem vulneráveis e suscetíveis ao isolamento social e a falta de atendimento psicológico.
Transtornos alimentares
Assim como a depressão, os transtornos alimentares são altamente divulgados pela mídia. Curiosamente, a mesma pode ser vista como a grande figura que perpetua expectativas irreais em relação à imagem estética das pessoas. Através do tempo, criaram-se determinados padrões sociais que geram expectativas e ideais de beleza de forma padrão.
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Independentemente de gênero ou idade, diversos indivíduos buscam dietas sem o acompanhamento de um nutricionista, fazem exercícios em excesso, buscam informações em fóruns, blogs, e grupos online que são repassadas de forma independente sem respaldo científico, entre outros comportamentos nocivos que configuram um transtorno alimentar, no qual o paciente se encontra vítima de um ideal que não representa a sua realidade, colocando, assim, a sua saúde em risco.
A sua incidência é maior durante a adolescência e juventude, e o atendimento psicológico é essencial para que o paciente possa superar determinados pensamentos e visões nocivas à sua própria identidade e bem estar, além do acompanhamento médico.
Em todos os casos, os transtornos psicológicos mais comuns requerem acompanhamento de um terapeuta. Nosso trabalho árduo e incessante em nome do bem estar dos nossos pacientes é sempre frutífero e importante. Para trazer reconhecimento a todos os profissionais, eu elaborei o meu PsicoPlano Infantil que, além de trazer os conhecimentos que compartilho nas minhas redes (blog, Instagram, TikTok, Facebook) de forma mais aprofundada, te mantém sempre em dia com as últimas descobertas da psicologia infantil.
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