Transtornos comportamentais e emocionais são condições que afetam o funcionamento dos comportamentos e emoções regulares de uma pessoa. Eles podem ser consequências de fatores ambientais, sociais e psicológicos, e interferem significativamente na vida diária do paciente. Eu, Paula, acredito que seja importante relembrar que estes transtornos, assim como os demais, possuem tratamentos além de medicamentos. A terapia é o coração do processo de mudança e melhora da qualidade dos indivíduos que sofrem com as condições que irei abordar aqui.
Os transtornos emocionais são, hoje, uma questão de saúde pública no Brasil. Eles são responsáveis por grande parte dos afastamentos laborais e pela incapacitação, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 12 milhões de pessoas sofrem com depressão, e 18,6% com ansiedade.
As diferenças entre transtornos comportamentais e emocionais estão relacionadas, principalmente, à manifestação dos sintomas. Ambos modificam a mente, o comportamento, as atitudes, o humor e o raciocínio afetando, assim, a vida pessoal e profissional dos nossos pacientes. Porém os transtornos emocionais resultam em dificuldades sociais mais notáveis como comportamentos amedrontados, dissociativos, a preferência pelo isolamento e até mesmo ações violentas em determinados casos, como irei explicar a seguir.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
O transtorno de ansiedade generalizada gera grande mal estar físico aos pacientes que sofrem com a patologia. Além de constantes tensões musculares, falta de concentração, irritabilidade, sensação de sufocamento, medo, taquicardia, entre outros sintomas paralisantes que acabam por impedir os indivíduos de realizarem suas atividades diárias, e ele pode ocorrer em crianças de tenra idade pelos mais diversos fatores.
O tratamento para ansiedade, assim como os demais transtornos comportamentais e emocionais, envolve em certos casos, além da terapia, o uso de fármacos específicos que devem ser prescritos e ter seus efeitos observados por um médico psiquiatra.
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
O TOC é, também, considerado um distúrbio psiquiátrico e está relacionado à ansiedade, sendo caracterizado, principalmente, por crises frequentes de compulsão e obsessão. A obsessão, para nós, psicólogos, é um termo que abrange as ideias, pensamentos e imagens que aparecem de forma invasiva na mente do paciente. Estas “aparições” são extremamente insistentes e frequentes de tal forma, que a única escolha possível se torna a realização dos atos ritualísticos para que se encontre alívio, mesmo que temporário.
Dentre os transtornos comportamentais e emocionais, o TOC se difere pelas etapas e regras rígidas que devem ser seguidas para aliviar os sintomas de ansiedade. Há certa tendência de que os rituais estejam voltados para atividades de limpeza, organização, contagem, checagem e conferência, constantemente envolvendo práticas de colecionismo.
O diagnóstico pode demorar anos para ser conclusivo, e os tratamentos com medicação tendem a ser voltados para o uso de antidepressivos. A abordagem que apresenta melhores resultados para pacientes que sofrem com o transtorno obsessivo compulsivo é a terapia cognitivo comportamental, há ampla literatura sobre o tópico para confirmar sua eficácia.
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Transtorno de pânico
Quando vivenciadas por uma pessoa, situações extremas podem causar diferentes respostas e manifestar sintomas de transtornos comportamentais e emocionais distintos simultaneamente. Por exemplo, a região central do cérebro, responsável pelo controle das emoções e pela liberação dos hormônios correspondentes pode transformar um momento de ansiedade, uma resposta natural do corpo humano para nos deixar alertas aos perigos e à necessidade de fuga, em uma crise de pânico ao liberar adrenalina em grandes quantidades e alarmar o corpo para um risco de vida que, na realidade, inexiste.
Situações de extremo estresse como discussões acaloradas, crises financeiras, experiências traumáticas, falecimento de pessoas queridas, ou seja, que causam sofrimento emocional intenso podem ser uma forma de gatilho para uma crise de pânico. O diagnóstico pode ser demorado devido à similaridade dos sintomas a outras condições de saúde como o infarto e o transtorno de ansiedade generalizada. Há, então, um processo diagnóstico a ser realizado ao longo de diversas sessões de terapia após a remediação da crise.
Transtorno bipolar
O transtorno bipolar é um distúrbio psiquiátrico de alta complexidade identificado, majoritariamente, a partir de episódios depressivos e de euforia que variam em duração, intensidade e frequência. A sua principal característica é a oscilação de humor entre as crises e suas consequências na vida diária de um paciente. A alternância entre os sentimentos e formas de interpretar os acontecimentos provocam reações desproporcionais, diversas vezes desconexas da realidade e da situação e consequências variadas.
O diagnóstico deste transtorno baseia-se no histórico pessoal do paciente e nos relatos de familiares e amigos, e nos sintomas característicos das crises, que vão de um estado de autoconfiança, alta libido, autoestima e agitação, por exemplo, para grande apatia, desinteresse, baixa autoestima e isolamento social, causando, assim grande contraste. Apesar de incurável, os sintomas podem ser tratados, principalmente, através da psicoterapia, que oferece forte suporte ao paciente durante os episódios, na prevenção da recorrência das crises e na continuidade do tratamento psiquiátrico, na prática de exercícios e da alimentação saudável, que colaboram grande para o bem estar do paciente em todos os casos de transtornos comportamentais e emocionais.
Depressão
A depressão é um transtorno emocional constante que interfere diretamente nos neurotransmissores e o equilíbrio químico do cérebro, refletindo, consequentemente, no interesse pelas atividades diárias e comuns àquela pessoa. Os sintomas mais evidentes no paciente que sofre com a doença são angústia, ausência de motivação, esquecimentos, raciocínio lento em relação à períodos anteriores, apatia e irritabilidade. Suas causas são provenientes de diversos campos além da genética, como a qualidade da alimentação, a prática (ou não) de exercícios físicos, acontecimentos ao longo da vida e a natureza das relações com as pessoas, por exemplo. O tratamento mais adequado e eficaz é, ainda, a psicoterapia.
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Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
O transtorno de estresse pós-traumático está diretamente relacionado à ansiedade e, diferentemente dos demais transtornos comportamentais e emocionais, têm como causa a manifestação de distúrbios em decorrência de experiências traumáticas. Os sintomas variam de paciente para paciente, porém são lineares e podem acontecer durante qualquer faixa etária, sendo eles a reexperiência traumática (pesadelos, lembranças), o isolamento social (fugir de situações, pessoas, ou atividades que relembrem os acontecimentos) e hiperexcitabilidade (tonturas, sudorese, insônia, taquicardia, dores de cabeça, etc.) que levam ao desenvolvimento de comorbidades. A terapia mais indicada para pacientes que estão sofrendo com TEPT é a cognitivo comportamental e, se necessário, o uso de ansiolíticos, conforme recomendação psiquiátrica em conjunto ao terapeuta.
Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares como a anorexia, a bulimia e a compulsão alimentar, são caracterizados por uma irregularidade dos comportamentos que cercam a alimentação do paciente e causa alterações no consumo dos alimentos de forma prejudicial para a saúde física e psicológica da criança, ou adulto. Os sintomas incluem imagens distorcidas do próprio corpo, restrições exacerbadas ou excesso de quantidades a serem ingeridas, deficiência nutricional e comportamentos compensatórios. Apesar de estar altamente associado à mulheres, é presente também em homens das mais diversas idades.
Transtornos de personalidade
Os padrões de pensamento, relacionamento, percepção e reação de uma pessoa são considerados traços de personalidade e, quando rígidos ou mal adaptados, podem se tornar um transtorno. Geralmente evidenciados entre o final da adolescência e o início da fase adulta, os sintomas podem variar amplamente porém, em sua maioria, são sofrimentos consequentes de comportamentos relacionados à auto identidade e ao funcionamento interpessoal, como uma imagem de si instável, dificuldades para estabelecer ou manter relacionamentos íntimos, insensibilidade, incoerência, problemas ao compreender limites, entre outros. Assim como os transtornos comportamentais e emocionais citados anteriormente, o tratamento mais indicado é a psicoterapia.
Sempre é bem vindo o reforço de que nós, terapeutas, somos profissionais essenciais para um desenvolvimento saudável da sociedade. Por esta razão, acredito que seja importante compartilhar meus conhecimentos através do meu blog, tanto para terapeutas quanto para as famílias. Assim como sempre busco deixar as minhas redes (Instagram, YouTube, Facebook) sempre atualizadas e disponíveis para te auxiliar a promover o melhor atendimento possível!
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