A psicologia é uma área de estudo muito vasta, repleta de caminhos a ser seguido. Cada psicólogo possui uma especialização específica, que vai de acordo com estudos e abordagens em diferentes campos. Entre eles estão a psicologia comportamental e a psicologia comportamental infantil.
Nesse artigo verificaremos sobre o que se trata a psicologia comportamental infantil. Para isso, é preciso fazer uma explicação mais ampla, entendendo sobre os principais aspectos desse campo, sem levar em consideração a idade dos pacientes que são avaliados por profissionais que utilizam essa abordagem.
De modo geral, a psicologia comportamental é uma área também conhecida como behaviorismo. Esse é um dos campos da psicologia mais famosos e com abordagens mais aceitas ao longo do tempo, com estudos formalizados por psicólogos bastante conceituados como B. F. Skinner, Watson e Pavlov.
A ideia da psicologia comportamental é baseada em comportamento e estímulos. Esse “setor” busca determinar características comportamentais através do meio em que as pessoas estão inseridas e os estímulos que elas recebem.
As 3 principais abordagens do behaviorismo são: behaviorismo clássico, behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. Cada uma dessas abordagens tem pensamentos diferentes, mas com um pressuposto principal: o comportamento pode ser condicionado ou ser adquirido através de ensinamentos.
Psicologia infantil
Agora que introduzimos alguns detalhes do behaviorismo, é importante começar a discutir sobre o aspecto infantil para depois passarmos a debater sobre a psicologia comportamental infantil.
De maneira ampla, a psicologia infantil é o campo da psicologia que tem como principal objetivo atender pacientes infantis, ou seja, bebês ou crianças.
Normalmente a abordagem mais utilizada é a psicoterapia, que tem como fundamento tentar ajudar as crianças atendidas a trabalhar o controle e a expressão de suas emoções, que podem estar bastante afloradas e confusas.
Durante a infância, é normal que, devido a falta de clientes e entendimento de como o mundo funciona, que as crianças tenham dificuldades de se expressar e comunicar de maneira tranquila é compreensível.
Em certos períodos, como por volta dos 2 e 3 anos de idade, as crianças começam a apresentar comportamentos mais expressivos, justamente por essa falta de expressão de suas emoções. É nessa época, por exemplo, que as crianças começam a apresentar as famosas birras, justamente pela confusão que ocorre em relação aos seus sentimentos atrelada à dificuldade de se comunicar.
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Nesse sentido, o trabalho do psicólogo é justamente trabalhar para que ocorra uma mudança comportamental no quadro de cada paciente. Claro, outro papel importante da psicoterapia é identificar possíveis transtornos ou condições neurológicas fora do padrão , que podem caracterizar transtornos como autismo, TDAH, entre outros.
Abordagens da psicologia infantil
Assim como a psicologia, como um todo, possui uma série de campos e abordagem para trabalho com os pacientes, a psicologia infantil também pode trabalhar com diferentes abordagens para atendimento do público infantil.
Uma delas, por exemplo, é a psicologia comportamental infantil, que tem como base a análise comportamental, com a orientação de pais e das escolas dos pacientes, pois o contexto social em que a criança está inserida é muito importante e serve como condicionamento do comportamento infantil.
Outra abordagem é o TCC (terapia cognitiva comportamental), que é uma psicoterapia que avalia os pensamentos decorridos de um estímulo. Esses estímulos seriam os responsáveis por gerar os comportamentos e sentimentos dos indivíduos avaliados.
Uma terceira abordagem é a psicoterapia na perspectiva fenomenológico-existencial, que, segundo Feijó-2002, “consiste em compreender o existir com base na filosofia da existência, tomando o homem como um ser indefinível, sem classificações, simplesmente reconhecendo a infinita abertura perante o existir, para assim alcançar a sua essência.”
Podemos citar também outras três abordagens que também são costumeiramente utilizadas: psicodrama, Gestalt terapia e centrada na pessoa.
A escolha da abordagem utilizada depende muito de cada situação e de cada psicólogo que realizará o atendimento. Enquanto um psicólogo pode ter maior facilidade com a psicologia comportamental infantil, outro pode trabalhar melhor com o TCC, e vice-versa.
Psicologia comportamental infantil
Como dissemos, a psicologia comportamental infantil tem o papel de caracterizar os indivíduos por meio de estímulos e levando em consideração o ambiente em que eles estão inseridos.
Dessa maneira, a psicologia comportamental infantil utilizada por psicólogos infantis tem o objetivo de permitir uma observação ampla do comportamento dos pacientes, através de diferentes estímulos durante o atendimento.
Uma das técnicas mais presentes na terapia de psicologia comportamental infantil são os reforços (positivos e negativos) , punições e extinção. Mas o que é isso? Bom, os reforços têm o objetivo de estimular a repetição de comportamentos por meio de uma recompensa positiva. Porém, é possível que o reforço seja negativo.
Esse é um processo longo, em que os terapeutas trabalham situações repetitivas para que o paciente atinja esse objetivo do reforço positivo.
Reforço positivo: quando a recompensa é satisfatória. É alcançado quando o paciente obtém ou adota o comportamento esperado durante o processo.
Reforço negativo: consiste em retirar um estímulo aversivo ou desagradável após a ocorrência da resposta.
As punições, tanto as negativas como as positivas na psicologia comportamental infantil tem o objetivo de eliminar ou diminuir determinados comportamentos, visto que, são comportamentos considerados “indesejados”.
O processo de extinção também tem relação com a retirada e diminuição de um comportamento inadequado.
Psicologia comportamental e autismo – ABA e autismo
ABA é a abreviação para Applied Behavior Analysis e também é conhecida como Análise do Comportamento Aplicada.
Essa análise está totalmente ligada à psicologia comportamental infantil, pois o seu principal objetivo é trabalhar os reforços, nesse caso dos comportamentos positivos/adequados.
Ele é considerado, atualmente, a base mais eficaz para o tratamento de crianças com TEA ( Transtorno do Espectro Autista) e por isso é muito utilizado dentro da psicologia comportamental infantil. Ele parte de dois princípios: aprendizagem e comportamento. Além disso, busca compreender três perguntas fundamentais:
- Como o comportamento funciona?
- De que forma o comportamento é afetado pelo meio em que a pessoa vive?
- Como ocorre o aprendizado?
Como crianças autistas costumam apresentar dificuldades no desenvolvimento de certas capacidades e também possuem comportamentos que, muitas vezes, os pais não sabem como lidar, os métodos dentro da ABA ajuda a criança desenvolver certos aprendizados importantes para lidar com seus sentimentos e para que o seu comportamento tente se adequar o máximo possível dos padrões sociais.
A principal ideia é que a aplicação dos métodos baseados em ABA na psicologia comportamental infantil consiga fazer com que as crianças autistas melhorem suas capacidades sociais e comportamentais para que elas consigam ter uma vida mais qualificada possível. Para isso, é importante que elas atinjam alguns ideias:
- Melhora nas habilidades da linguagem e na comunicação;
- Aperfeiçoar a atenção, o foco, a interação social e os estudos;
- Diminuir certos comportamentos, como crises emocionais, agressividade e comportamentos autolesivos;
Para saber mais sobre os métodos baseados em ABA, clique aqui
Psicologia comportamental e a TCC
Para finalizar, outra abordagem muito utilizada dentro da psicologia comportamental infantil é o TCC (terapia cognitiva comportamental), que, como dissemos anteriormente, é uma psicoterapia que avalia os pensamentos decorridos de um estímulo.
A base dessa teoria está no Behaviorismo Radical, uma das vertentes mais expressivas do Behaviorismo ou psicologia comportamental, e também em teorias cognitivas.
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Essa vertente entende a maneira como os seres, incluindo as crianças, são afetadas por um acontecimento ou estímulo. A ideia é trabalhar essas sensações que são encontradas após esse estímulo, e não o estímulo em si.
Nesse sentido, durante as sessões com os psicólogos, os pacientes devem descrever suas sensações após uma determinada situação que pode ocorrer a qualquer momento. A ideia é que o psicólogo trabalhe para entender os motivos que geraram esses sentimentos e como trabalhá-los.
Conclusão
Como vimos, a psicologia comportamental infantil trabalha com diversas vertentes e conceitos para que a avaliação de cada paciente, bem como seu tratamento, seja o mais eficiente possível em cada situação. Existem variantes que interferem diretamente durante o atendimento, mas a ideia é que os psicólogos consigam aplicar essas técnicas para entender a situação de cada paciente e buscar soluções para modificar comportamentos e trabalhar as sensações.
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