Antes de responder se a hiperatividade infantil tem cura, ou não, eu acredito que seja altamente relevante analisarmos o que é, afinal, a hiperatividade infantil. E como ela é vista, analisada, diagnosticada e abordada dentro da psicologia.
A hiperatividade é uma condição neurobiológica que afeta crianças, adolescentes,e até adultos, impactando diretamente no comportamento, atenção e autocontrole da pessoa.
Ela refere-se especificamente ao comportamento de estar excessivamente ativo, agitado ou inquieto. Pode ser um traço de personalidade, uma resposta temporária a certas situações (como a ingestão de cafeína ou açúcar) ou até mesmo um sintoma de diferentes condições médicas ou psicológicas, como o TDAH.
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A hiperatividade pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos e não é necessariamente indicativa de um diagnóstico de TDAH. Um diagnóstico preciso deve ser feito por um profissional especializado com base na avaliação completa dos sintomas e da história da pessoa.
Uma pergunta frequente que nós escutamos de familiares, cuidadores e educadores é: “A hiperatividade infantil tem cura?” A resposta, em termos médicos, seria a de que não é uma condição curável no sentido biológico, mas pode ser gerenciado e controlado com intervenções apropriadas, incluindo apoio psicológico.
O impacto da hiperatividade infantil
A hiperatividade é caracterizada por sintomas como impulsividade, hiperatividade e dificuldade de concentração. Muitas vezes, as crianças que possuem o transtorno têm dificuldade em manter a atenção em tarefas escolares, lembrar-se de instruções simples e controlar seus impulsos.
Seu impacto, porém, não se limita à esfera acadêmica, mesmo que seja a principal causa da busca “hiperatividade infantil tem cura”, pois pode afetar a autoestima da criança, suas interações sociais e a dinâmica familiar.
Por exemplo, uma criança que se movimenta “o tempo todo”, que possui dificuldade para lembrar detalhes, informações e paços completos, que “fala sem parar”, é curiosa a ponto de ignorar o ambiente a sua volta para focar em algo, entre outras características que podem chamar a atenção da família para a necessidade de uma intervenção profissional.
Além do horizonte
Se você está buscando saber se a hiperatividade infantil tem cura, ou não, é relevante, também, entendermos o que se entende por cura. Estratégias para lidar com comportamentos, meios de auxiliar a criança a se concentrar, melhora do sono, e assim por diante.
É importante entendermos que a ideia de “cura” no contexto da hiperatividade pode ser ambígua, pois não se trata de eliminar a condição, mas de administrá-la para permitir que a criança desenvolva seu potencial máximo. A abordagem de tratamento costuma ser multifacetada e multidisciplinar, envolvendo estratégias médicas, educacionais e psicológicas.
Intervenções Médicas
A pesquisa sobre a possibilidade de que a hiperatividade infantil tem cura, é de grande interesse para a medicina. Porém, até o presente momento, não foram encontrados meios bioquímicos de mudar a configuração neural das nossas pequenas fontes inesgotáveis de energia.
O tratamento médico geralmente inclui o uso de medicamentos estimulantes, como o metilfenidato, para melhorar o foco e a concentração. No entanto, é importante lembrar que a medicação é apenas uma parte do processo de administração das características do transtorno, e deve ser administrada sob a supervisão de um médico especializado.
Se os pais ou responsáveis optarem pela medicação, com crianças a situação pode ser um pouco mais delicada e não dispensa ou substitui o acompanhamento psicológico.
O apoio educacional é essencial!
As escolas desempenham um papel crucial no apoio às crianças com hiperatividade. Estratégias educacionais adaptativas, como modificações na sala de aula e uso de técnicas de ensino diferenciadas, podem ajudar a maximizar o aprendizado e minimizar as frustrações acadêmicas.
Assim como as demais formas de apoio, é importante buscar por profissionais para que o atendimento seja completo, contextualizado e faça sentido para a criança dentro do seu universo individual.
E a psicologia?
A psicologia infantil oferece uma perspectiva valiosa no manejo dos sintomas, por assim dizer, e pode nos ajudar a ter uma perspectiva mais ampla do porquê não é possível afirmar que a hiperatividade infantil tem cura.
Nós, profissionais dessa área, não apenas ajudamos a criança a compreender e lidar com suas emoções e desafios, mas também fornecemos orientação e estratégias práticas para que a família encontre meios de prestar apoio.
Algumas opções incluem:
A terapia cognitivo-comportamental (TCC): A TCC é frequentemente usada para ajudar as crianças a desenvolver habilidades de autorregulação, autocontrole e estratégias para lidar com a impulsividade e a distração. Através de sessões individuais, a criança aprende a identificar pensamentos negativos e padrões comportamentais prejudiciais, substituindo-os por abordagens mais saudáveis.
E o treinamento de habilidades sociais: Crianças com hiperatividade podem ter dificuldades nas interações sociais devido a impulsividade e problemas de atenção. A psicologia infantil oferece treinamento de habilidades sociais, que inclui ensinar a criança a entender as emoções dos outros, controlar impulsos e manter o foco durante as interações sociais.
A família desempenha um papel crucial no apoio à criança com hiperatividade. Entender que a afirmação de que a hiperatividade infantil tem cura é falsa, a condição, ser paciente e oferecer um ambiente de apoio são fundamentais. Algumas estratégias comuns incluem:
Educação: Informar-se sobre as suas características é o primeiro passo para entender as necessidades da criança. Isso permite que os pais adotem abordagens mais eficazes para lidar com os desafios diários.
Comunicação Aberta: Manter linhas abertas de comunicação com a criança é essencial. Encorajar a expressão de sentimentos, preocupações e sucessos contribui para um ambiente acolhedor.
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Estabelecer Rotinas: Crianças com hiperatividade se beneficiam de rotinas estruturadas. Criar horários previsíveis ajuda a minimizar a ansiedade e melhora o foco.
Reforço Positivo: Reconhecer e recompensar comportamentos positivos desempenha um papel essencial no desenvolvimento da autoestima e motivação da criança com hiperatividade, auxiliando-a a superar os desafios que enfrenta. Isso cria um ciclo virtuoso em que a criança se sente encorajada e motivada a continuar progredindo.
Embora a hiperatividade infantil não tenha uma “cura” no sentido tradicional da palavra, uma abordagem abrangente de tratamento e apoio pode permitir que as crianças alcancem seu potencial máximo.
Com o apoio da psicologia infantil, intervenções educacionais e o apoio amoroso da família, é possível proporcionar aos pequenos que convivem com a condição as ferramentas para navegar pelos desafios e viver uma vida feliz e realizada.
E, claro, com um acompanhamento psicológico contextualizado, que respeite a individualidade da criança e faça sentido para ela.
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