O déficit de atenção é uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente crianças, embora muitas continuem a lidar com os sintomas na vida adulta. E alegar que o déficit de atenção tem cura é, na realidade, uma inverdade.
Calma! É mais comum do que se pensa que pacientes e suas famílias se perguntem se o déficit de atenção tem cura, e as razões são, sim, válidas. Encontrar dificuldades frente a um diagnóstico é natural, por isso é tão importante que nós, profissionais, sejamos aqueles que informam os familiares com fatos científicos e meios para lidar com os sintomas e características das condições psicológicas enfrentadas pelas crianças.
There is no ads to display, Please add some
Afinal, o processo de descoberta é constante durante a nossa vida. Sendo assim, vamos juntos explorar este importante tópico em profundidade, examinando o que é o déficit de atenção e o que significa a tão buscada “cura” nesse contexto.
O que é o déficit de atenção?
O transtorno do déficit de atenção, frequentemente referido apenas como déficit de atenção, é uma condição neurológica crônica (ou seja, permanente) que afeta a capacidade de uma pessoa de direcionar e manter sua atenção, controlar impulsos e regular o próprio comportamento.
Embora haja a impressão de ser mais comum em crianças devido à maior facilidade para realizar um diagnóstico, os sintomas persistem também na adolescência, na idade adulta e assim por diante, não estando restritos a determinada idade.
Uma das razões pelas quais as famílias tendem a buscar saber se déficit de atenção tem cura é justamente a preocupação em relação à extensão e a influência dos sintomas no desenvolvimento das crianças e as possíveis consequências permanentes.
Cura ou gerenciamento?
Para a psicologia e a saúde mental em geral, encontrar a “cura” de um transtorno psicológico ou mental não significa necessariamente eliminar completamente todos os sintomas ou características da condição, muito menos o uso de substâncias para atingir o mesmo efeito. Em vez disso, a ideia de que o déficit de atenção tem cura é mais complexa e relativa.
Existem alguns pontos-chave a serem considerados quando associamos a palavra “cura” à psicologia infantil, sempre tendo a criança na sua individualidade enquanto parâmetro evolutivo:
Uma melhoria significativa: Alegar que déficit de atenção tem cura, para a psicologia muitas vezes se refere a alcançar uma melhoria significativa na qualidade de vida e no funcionamento da pessoa. O que pode ser traduzido enquanto uma redução substancial de sintomas, aumento da funcionalidade e bem-estar emocional geral.
A remissão dos sintomas que geram impactos negativos: Em muitos casos, a cura pode ser vista como a remissão completa dos sintomas, especialmente em transtornos psicológicos menos graves.
Por exemplo, alguém que teve um episódio leve de depressão durante um período de luto e pode se considerar curado quando os sintomas desaparecerem ou não retornarem por um longo período de tempo.
Manejo eficiente das adversidades: Para condições crônicas ou mais complexas, a cura pode significar a capacidade de gerenciar eficazmente os sentimentos, emoções, decisões e ações de forma a permitir uma vida saudável e funcional.
Em transtornos que demandam maior atenção profissional como o transtorno bipolar, por exemplo, a “cura” pode significar a estabilização das reações frente a diferentes humores e a capacidade de identificar e gerenciar as oscilações emocionais.
Conviver com a condição: Em alguns casos, a cura pode ser vista como a aceitação de que a condição é uma parte da vida da pessoa, e não algo que precisa ser “curado” no sentido tradicional, medicinal.
Isso pode se aplicar a condições crônicas, que na realidade são características do funcionamento neural da criança, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), no qual o foco é em aprender a viver bem com a condição, na configuração em que ela se manifesta, em vez de eliminá-la.
Uma das razões pelas quais a resposta para a pergunta “Déficit de atenção tem cura?” é, de forma simplificada, não.
Considerar o futuro: Em alguns casos, como o da esquizofrenia ou do transtorno de personalidade borderline, a ideia de cura pode ser menos aplicável. A ênfase da psicologia é frequentemente colocada em encontrar meios de lidar com os sintomas, prevenir crises e melhorar a funcionalidade social e emocional, e não a busca por uma cura.
A busca constante por saber se déficit de atenção tem cura pode vir até mesmo do próprio paciente. E o que nós podemos fazer é reforçar o conceito de que a “cura”, para a psicologia não é uma meta fixa e única, mas sim um processo individualizado que depende da natureza da condição, das metas do processo terapêutico e das necessidades reais do paciente.
O objetivo geral da psicoterapia é melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional da criança, muitas vezes por meio de intervenções terapêuticas, do apoio escolar e familiar e através da educação.
E parte do sucesso deste processo é a compreensão, por parte que quem recebeu o diagnóstico, de que o déficit de atenção é uma condição neurobiológica que envolve diferenças no funcionamento do cérebro, ou seja, uma característica imutável.
Embora não haja um consenso científico sobre a possibilidade de que o déficit de atenção tem cura definitiva, a psicologia oferece opções de estratégias voltadas para a administração dos sintomas.
Alguns exemplos são:
A terapia cognitivo-comportamental: Terapia cognitivo-comportamental (TCC) e outras abordagens terapêuticas podem ajudar as pessoas com déficit de atenção a desenvolver habilidades de autorregulação, organização e gerenciamento do tempo.
Modificações no estilo de vida: Estratégias como a criação de rotinas consistentes, a organização do ambiente e o estabelecimento de metas realistas podem ajudar a minimizar os impactos do déficit de atenção nas atividades diárias.
O apoio educacional: Muitas crianças e adultos com déficit de atenção se beneficiam de apoio adicional na escola ou no trabalho, como sala de aula de recursos ou adaptações específicas no ambiente de trabalho.
There is no ads to display, Please add some
A continuidade do atendimento psicológico ao longo da vida: É importante reconhecer que o déficit de atenção é uma condição que perdura ao longo da vida. No entanto, os sintomas podem mudar e evoluir com o tempo. Por exemplo, a hiperatividade pode diminuir na adolescência ou na idade adulta, mas os desafios com a atenção podem persistir.
O déficit de atenção não é uma condição que possa ser eliminada, mas é uma condição que pode ser gerenciada com grande sucesso. A “cura” para o déficit de atenção reside na capacidade de compreender e controlar os sintomas, o que pode exigir intervenção médica, terapia e apoio contínuo, não apenas na infância.
O objetivo principal é permitir que indivíduos com déficit de atenção vivam vidas produtivas, saudáveis e felizes, alcançando todo o seu potencial. A chave está em abraçar a jornada do manejo eficaz da condição ao longo da vida.
Curtiu o conteúdo? Ao assinar a nossa newsletter os novos posts do blog chegam diretamente no seu e-mail. Eu sempre compartilho novos conhecimentos e descobertas nas minhas redes sociais (Instagram, TikTok e Facebook) e no meu canal do YouTube, não deixe de conferir!