Afinal, o que é autismo?
O que é autismo?
Autismo é um transtorno do desenvolvimento infantil, de acordo com o DSM-V ele afeta 3 grandes áreas do desenvolvimento da pessoa: comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos.
A comunicação social envolve a nossa habilidade de comunicação com os outros e também, a habilidade de compreensão social, ou seja, entender comportamentos sociais. Os comportamentos repetitivos podem envolver estereotipias ou stims, ou ainda, questões relacionadas à rotina, pensamento rígido e inflexível, dificuldade de abstrair. Interesses restritos tem relação com o hiperfoco de cada pessoa, ou seja, dentro do TEA – transtorno do espectro autista, é comum um interesse específico em algum tema, objeto, personagem, assunto… isso é chamado de hiperfoco, a pessoa quer saber e falar somente sobre aquele tema, repetidas vezes.
Prevalência de autismo no Brasil e no mundo
De acordo com informações do CDC – Center of Deseases Control and Prevention, o autismo afeta 1 a cada 54 pessoas no mundo. Assim, a estimativa é que no Brasil existam mais ou menos 2 milhões de autistas.
Foi em 1993 que o Transtorno do Espectro do Autismo passou a integrar a CID – Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial de Saúde). E ainda, em 2013 que mudou o nome para TEA – Transtorno do Espectro do Autismo, ou seja, já validando o espectro e as diferentes formas dele se manifestar em cada pessoa. Você ainda quer saber como saber se seu filho tem autismo, não é mesmo?
O TEA, é definido pela presença de déficits persistentes na interação social e na comunicação. Até hoje ainda não se sabe a causa do autismo, muitos estudos levam a pensar em causas genéticas, unidas com fatores ambientais e sociais. Por isso o diagnóstico é realizado, principalmente, por meio da observação do paciente. Não existem exames que fecham o diagnóstico de autismo.
Testes de avaliação do autismo
Existem muitos testes que poderão te ajudar a saber se seu filho tem autismo, a maioria deles deve ser aplicado por uma psicóloga especializada. Porém, alguns estão disponíveis na internet e vocês poderá conhecer alguns fatores de investigação do teste e pensar sobre esses comportamentos em seu filho.
O teste Ados é único teste de avaliação para autismo padrão ouro.
Os testes na foto que tem uma imagem de www com setinha, são testes que você consegue encontrar online.
Clique em seus nomes para baixá-las:
O que são as estereotipias no autismo?
Se você quer realmente entender o “como saber se meu filho tem autismo” , entender as estereotipias é um ponto essencial para você. Primeiramente, saiba que STIMS ou estereotipias é exatamente a mesma coisa, stims é a palavra em inglês para estereotipias, porém, autistas adultos tendem a preferir chamar as estereotipias de stims.
Afinal Tia Paulinha, para que servem os stims? Eles são formas de regulação para pessoas com autismo. Regulação? Sim! Regulação sensorial, emocional ou comportamental! A pessoa autista usa diferentes formas de movimentar o corpo para conseguir se organizar frente à uma situação ou estímulo.
Agora, pense comigo, quantas vezes você treme a perna quando está ansiosa? Quantas vezes enrola o cabelo quando está com vergonha? Quantas vezes não sabe o que fazer com as mãos em uma foto ou palestra e fica nervosa e acaba mexendo, escondendo ou colocando as mãos no bolso?
Eu mesma já reconheci que uma forma que eu encontrei de me organizar quando eu ia palestrar era ficar mexendo nos anéis nos dedos, pois eu sentia vergonha de falar em público e essa era uma forma que me ajudava. OU SEJA, estereotipias nada mais são do que formas de regulação da pessoa autista, o que muda é que elas são formas não comuns, que a sociedade não está acostumada a ver, mas, se elas não machucam a pessoa nem ninguém ao redor dela, eles podem fazer estereotipias sim, não segure a mão de seu filho, não proíba ele de pular, rodar ou se balançar, é importante para o corpo dele.
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Quem pode fazer o diagnóstico de autismo?
O diagnóstico de autismo pode ser feito por neuropediatras, psiquiatras, psicólogos e neuropsicólogos! Qualquer um desses profissionais poderá te ajudar a fechar o diagnóstico de seu filho. Recomendo ainda que você procure um profissional especializado, busque indicação de outras mães e profissionais, pois nem sempre um profissional que não entende de autismo poderá te ajudar. Sabe quantas vezes as mães já ouviram a frase “ah, ele não tem nada, vamos esperar”, ou “você está vendo coisa onde não tem”.
E no final das contas, era sim autismo. Então saiba: NÃO ESPERE, se você está lendo esse texto provavelmente você já está na dúvida sobre alguns comportamentos de seu filho, busque boas indicações de profissionais na sua cidade. Continue lendo para mais informações para entender nosso texto: como saber se meu filho tem autismo 🙂
Indicações de profissionais para diagnóstico de autismo
Aqui eu deixo uma lista criada por um autista adulto, que foi agregando nomes e indicações de profissionais de diferentes estados do Brasil, dê uma olhada nesse link: Acesse a lista clicando aqui. Dentro desse link ele abre uma página de destaques do instagram, clique até encontrar a sua cidade e depois vá para o post, clicando novamente na imagem da foto.
Diagnóstico de autismo a partir do DSM-V
Muitos pais e profissionais que estão começando na área do autismo querem entender mais sobre afinal, COMO é feita a avaliação do diagnóstico do autismo, como os médicos e psicólogos fazem a avaliação sobre uma criança, um adolescente ou um adulto ser ou não autista. Resolvi explicar para vocês baseado no que, de fato, nós, terapeutas avaliamos o autismo.
Existe um manual diagnóstico de transtornos mentais, nesse manual tem tuuuudo que você imaginar sobre os mais diversos transtornos mentais, tem alguns que a gente até desconhece, pois é um manual muito grande e ninguém nunca leu tudo. Ele é mais como um item de pesquisa, que a gente vai procurar quando está desconfiando de algum diagnóstico, e aí vamos lá ler tudo o que o livro pode nos dizer sobre aquele caso.
O diagnóstico de autismo é feito a partir de três grandes áreas, relatadas no DSM-V, o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. No DSM-V, temos as seguintes páginas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA):
Nesse link você terá acesso ao DSM-V completo em PDF, o que poderá te ajudar a ler mais sobre o tema: Clique aqui
Diagnóstico diferencial do autismo
Quando um médico ou um psicólogo vai avaliar seu filho, eles também aprendem sobre diagnóstico diferencial. E eu queria te contar um pouco sobre esse tema, pois ele poderá ser essencial na sua busca sobre o diagnóstico de autismo de seu filho ou nas características de autismo.
O significado de diagnóstico diferencial, de acordo com o wikipedia, é:
“O diagnóstico diferencial pode ser definido como uma hipótese formulada pelo médico – tendo como base a sintomatologia (sinais e sintomas) apresentada pelo paciente durante o exame clínico – segundo a qual ele restringe o seu diagnóstico a um grupo de possibilidades que, dadas as suas semelhanças com o quadro clínico em questão, não podem deixar de ser elencadas como provável. A partir do diagnóstico diferencial, o médico pode selecionar testes terapêuticos, ou ainda, exames complementares específicos a fim de se obter um diagnóstico final ou de certeza.”
Para ter certeza que vocês está respondendo a sua pergunta sobre como saber se meu filho tem autismo, você precisa entender um pouco sobre diagnóstico diferencial também, por isso eu trouxe esse texto para nos ajudar a pensar e entender melhor.
Ou seja, existem alguns diagnósticos que podem ser confundidos com autismo, então, o DSM-V alerta o médico ou o psicólogo sobre esses possíveis diagnósticos relacionados, para que, na avaliação clínica, o médico/psicólogo esteja atento com essas outras questões possíveis.
Aqui apresento a lista de DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL para autismo:
“(…) Síndrome de Rett.
Uma ruptura da interação social pode ser observada durante a fase regressiva da síndrome de Rett (em geral, entre 1 e 4 anos de idade); assim, uma proporção substancial das meninas afetadas pode ter uma apresentação que preenche critérios diagnósticos para transtorno do espectro autista. Depois desse período, no entanto, a maioria dos indivíduos com síndrome de Rett melhora as habilidades de comunicação social, e as características autistas não são mais grande foco de preocupação. Consequentemente, o transtorno do espectro autista somente deve ser considerado quando preenchidos todos os critérios diagnósticos.
Mutismo seletivo.
No mutismo seletivo, o desenvolvimento precoce não costuma ser acometido. A criança afetada normalmente exibe habilidades comunicacionais apropriadas em alguns contextos e locais. Mesmo nos contextos em que a criança é muda, a reciprocidade social não se mostra prejudicada, nem estão presentes padrões de comportamento restritivos ou repetitivos.
Transtornos da linguagem e transtorno da comunicação social (pragmática).
Em algumas formas de transtorno da linguagem, pode haver problemas de comunicação e algumas dificuldades sociais secundárias. O transtorno específico da linguagem, porém, não costuma estar associado a comunicação não verbal anormal nem à presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Quando um indivíduo apresenta prejuízo na comunicação social e nas interações sociais, mas não exibe comportamentos ou interesses restritos ou repetitivos, podem ser preenchidos critérios para transtorno da comunicação social (pragmática) em vez de transtorno do espectro autista. O diagnóstico de transtorno do espectro autista se sobrepõe ao de transtorno da comunicação social (pragmática) sempre que preenchidos os critérios para transtorno do espectro autista, devendo-se indagar cuidadosamente sobre comportamento restrito/repetitivo anterior ou atual.
Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) sem transtorno do espectro autista.
Pode ser difícil diferenciar deficiência intelectual sem transtorno do espectro autista de transtorno do espectro autista em crianças muito jovens. Indivíduos com deficiência intelectual que não desenvolveram habilidades linguísticas ou simbólicas também representam um desafio para o diagnóstico diferencial, uma vez que comportamentos repetitivos frequentemente também ocorrem em tais indivíduos.
Um diagnóstico de transtorno do espectro autista em uma pessoa com deficiência intelectual é adequado quando a comunicação e a interação sociais estão significativamente prejudicadas em relação ao nível de desenvolvimento de suas habilidades não verbais (p. ex., habilidades motoras finas, solução de problemas não verbais). Diferentemente, a deficiência intelectual é o diagnóstico apropriado quando não há discrepância aparente entre o nível das habilidades de comunicação social e outras habilidades intelectuais.
Transtorno do movimento estereotipado.
Estereotipias motoras estão entre as características diagnósticas do transtorno do espectro autista, de modo que um diagnóstico adicional de transtorno do movimento estereotipado não é feito quando tais comportamentos repetitivos são mais bem explicados pela presença do transtorno do espectro autista. Quando as estereotipias causam autolesão e se tornam um foco do tratamento, os dois diagnósticos podem ser apropriados.
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Anormalidades de atenção (foco exagerado ou distração fácil) são comuns em pessoas com transtorno do espectro autista, assim como o é a hiperatividade. Um diagnóstico de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade deve ser considerado quando dificuldades atencionais ou hiperatividade excedem o tipicamente encontrado em indivíduos de idade mental comparável.
Esquizofrenia.
Esquizofrenia com início na infância costuma desenvolver-se após um período de desenvolvimento normal ou quase normal. Há descrição de um estado prodrômico no qual ocorrem prejuízo social, interesses e crenças atípicos que podem ser confundidos com os déficits sociais encontrados no transtorno do espectro autista.
Alucinações e delírios, características definidoras da esquizofrenia, não são elementos do transtorno do espectro autista. Os clínicos, entretanto, devem levar em conta que indivíduos com transtorno do espectro autista podem ser concretos na interpretação de perguntas sobre aspectos-chave da esquizofrenia (p. ex., “Você ouve vozes quando não há ninguém por perto?” “Sim [no rádio]”).”
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Como saber se meu filho tem autismo?
Agora vou citar para você alguns sinais comuns para o diagnóstico de autismo, devo dizer ainda, que NEM todo autista irá apresentar exatamente esses sinais, ok? Por isso é tão importante um profissional especializado.
Características e sintomas mais comuns para você saber se seu filho é autista:
- Pouco contato visual;
- Dificuldades de comunicação, não necessariamente de linguagem, seu filho pode falar, mas apresenta dificuldades em se comunicar adequadamente;
- Dificuldades sociais: evita brincar com outras crianças ou ao contrário, quer tanto brincar com outras crianças que invade o espaço delas sem entender as regras sociais do brincar;
- Dificuldades com sono;
- Seletividade alimentar;
- Transtorno do processamento sensorial: tampa ouvidos com barulhos como liquidificador, aspirador, secador, carros. Não gosta de cortar o cabelo, nem as unhas. Não gosta de sujar as mãos com tinta, comida ou qualquer outra textura. Evita brincar com massinha, slime e outras texturas. Parece ter dificuldades com equilíbrio e noção corporal.
- Puxa adultos pelo braço, usa a mão do adulto como ferramenta;
- Dificuldades em resolução de problemas compartilhados;
- Quando bebê era um bebê bastante irritado ou, extremo oposto, muito passivo que nunca chorava, nem reclamava.
- Não apontam para o que querem;
- Pode apresentar ecolalia imediata ou tardia – repetição de frases de desenhos, filmes, ou ainda, da frase que você mesma disse;
- Parecem prestar mais atenção à objetos que pessoas;
- Dificuldade em sair da rotina, mudar rotas, ruas, horários;
- Poucas estratégias para linguagem não-verbal, dificuldades com gestos ou comunicações alternativas à fala;
- Movimentos repetitivos corporais – estereotipias – balançam o corpo, as mãos, pulos, flapping;
- Alinham brinquedos, colocam objetos dentro e fora de potes, parecem não ter repertório de brincar para novas brincadeiras, tendem à repetição;
- Possui baixa tolerância à frustração, chora muito quando contrariado.
Essas são algumas características que você poderá se basear para a sua pergunta: “como saber se meu filho tem autismo”. Tenho certeza que algumas dessas características da lista poderão te ajudar a pensar sobre os comportamentos de seu filho.
Quais os principais níveis do autismo?
De acordo com o DSM-V, temos 3 níveis de gravidade do autismo. Ao observar esses níveis, você poderá entender melhor sobre o diagnóstico de autismo e a sua avaliação entre leve, moderado e grave. Como saber se meu filho tem autismo leve, moderado ou grave?
Nível 1 – Graus de autismo – Necessidade de pouco apoio
Como saber se meu filho tem autismo leve?
Nível 2 – Graus de autismo – necessidade moderada de apoio
Como saber se meu filho tem autismo moderado?
Nível 3 – Graus de autismo – necessidade de apoio muito substancial
Como saber se meu filho tem autismo grave?
Gostou do nosso texto sobre “como saber se meu filho tem autismo” ? Deixe seu comentário, sua dúvida ou outros assuntos que você gostaria de ver por aqui! 🙂
Espero que com esse texto você tenha conseguido responder a sua pergunta “como saber se meu filho tem autismo”, ou ao menos investigar comportamentos e características sobre seu filho. 🙂
Fiquem atentos aos nossos conteúdos por aqui!
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Beijos da Tia Paulinha!
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