É frequente eu receber a pergunta “Tia Paulinha, o que é a superdotação e como avaliar altas habilidades?”. As altas habilidades é o desenvolvimento precoce de habilidades específicas, geralmente incomuns dentro de determinada faixa etária e período de desenvolvimento, fazendo com que o paciente se destaque em relação aos demais.
Não há, ainda, um consenso entre especialistas sobre a terminologia correta ao se referir aos pacientes, é comum o uso de “superdotação”, enquanto alguns optam por chamá-los de “aprendizes capazes” ou outras denominações. A dúvida se deve ao caráter acadêmico das características apresentadas pelos indivíduos, pois o destaque se dá em diferentes áreas do conhecimento, seja ela concentrada apenas em biologia, ou na área da linguagem como um todo, por exemplo.
De acordo com a Resolução CNE/CEB n° 2, de 11 setembro de 2001, que assegura o atendimento escolar especializado para crianças com necessidades educacionais especiais, e em seu artigo 5º, inciso III, os alunos com altas habilidades apresentam “grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes”. E, assim como os demais, possuem direito garantido ao atendimento especializado dentro da instituição de ensino de forma a garantir a qualidade no processo de aprendizagem.
É importante, porém, distinguir as características de uma criança inteligente das de uma criança com altas habilidades para que seja possível saber como avaliar altas habilidades. Sendo assim, a seguir irei apresentar peculiaridades e indícios além do senso comum para que você, psicólogo, também possa auxiliar no desenvolvimento e atendimento.
Gênio?
Uns dos maiores impedientes no momento de buscar auxílio profissional são os estereótipos, e a criança com superdotação não se encontra livre deste fator. A ciência, até o presente momento, entende a condição como uma aptidão inata, um “dom”, presente em aproximadamente 5% da população, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Fora dela, no imaginário coletivo, é possível que as pessoas pensem instantaneamente em um “gênio maluco” altamente intelectual, que vive recluso em uma biblioteca, magro e sem ver o sol, fazendo experimentos de toda sorte, como nos filmes e livros fantásticos. Além do teor imaginativo, as pessoas podem associar a superdotação instantaneamente ao gênero masculino, à uma pessoa que não dispõe de habilidades sociais, que é ótima em matemática e adora ler.
There is no ads to display, Please add some
Estas noções pré-estabelecidas podem nublar a visão da natureza heterogênea das pessoas com altas habilidades, que podem, sim, não apresentar resultados em algumas áreas do conhecimento e “ir mal” ou adorar a companhia dos colegas e professores, por exemplo, dificultando o processo de diagnóstico. Por esta razão, a importância de saber como avaliar altas habilidades.
A escola, sendo o espaço no qual a criança estará presente grande parte do seu tempo, exerce um importante papel, também, na trajetória de autoconhecimento e desenvolvimento da criança. Justificando, assim, as constantes alterações e adaptações do espaço em prol dos alunos. Veremos abaixo, portanto, a função da escola para compreendermos como avaliar altas habilidades.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
A educação inclusiva, uma categoria da educação escolar básica, requer a disponibilidade de recursos e serviços específicos, voltados para a criança que demanda atendimento singularizado para apoiá-la durante seu desenvolvimento e processo de aprendizagem dentro da escola, na educação básica. Como salas de recursos e tutores especializados.
O texto elaborado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) salienta a importância da inclusão da criança com deficiência no ensino regular desde a educação infantil, a fim de assegurar seu acesso à uma educação de qualidade, à cultura e à convivência com a comunidade escolar, evitando, assim, a discriminação e o isolamento. E é continuamente atualizado para incluir as especificidades do atendimento diferenciado.
Ainda de acordo com a OMS, dentre os alunos que necessitam de adaptações no seu processo de ensino-aprendizado e estão inseridos no sistema regular de ensino, há mais de 2,5 milhões de crianças com altas habilidades regularmente matriculados em escolas brasileiras. Um número expressivo que chamou a atenção das instituições para a precisão de políticas nacionais voltadas para estes alunos e suas necessidades.
Há, portanto, meios de como avaliar altas habilidades ou ”apenas” inteligência, a fim de atender propriamente a criança, que pode encontrar dificuldades acadêmicas, de adaptação e emocionais durante a sua trajetória escolar e individual, garantindo assim a sua qualidade de vida.
Diagnóstico: o meio correto de como avaliar altas habilidades
There is no ads to display, Please add some
As crianças com altas habilidades se destacam das demais por meio do seu potencial. Quando em contato com outras do mesmo sexo, idade, entre outros, elas podem perceber a si mesmas como extremamente curiosas, irônicas, com fortes posicionamentos contra injustiças e impacientes. É comum que necessitem de poucas instruções para realizar atividades e tarefas, possuem boa memória, e sejam argumentativas, com amplo vocabulário.
O diagnóstico é feito, principalmente, por meio da avaliação neuropsicológica do paciente, realizada utilizando testes. O psicólogo norte-americano Joseph Renzulli alega que a superdotação é constituída de 3 principais elementos, a criatividade, alto QI e motivação acompanhada de alta produtividade. Abaixo, veremos como avaliar altas habilidades ao aplicar os testes:
Teste de Quociente de Inteligência (QI)
O teste de QI visa identificar as habilidades intelectuais acima da média de um indivíduo em comparação aos demais da sua respectiva faixa etária, e identifica suas capacidades lógicas e linguísticas, devendo ser aplicado apenas por um psicólogo habilitado para tal.
Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação
A TIAH/S tem como objetivo diferenciar as crianças que efetivamente têm altas habilidades/superdotação das demais, a partir de uma escala. É recomendado que ela seja aplicada em pacientes que possuem entre 9 e 15 anos.
A escala contém 42 itens, divididos em categorias como liderança, criatividade e habilidades acadêmicas específicas, por exemplo. Se for constatado certo número de características, pode-se considerar a possibilidade de superdotação.
There is no ads to display, Please add some
Escala Wechsler de Inteligência para Crianças
A Escala Wechsler, diferentemente da anterior, se aplica a crianças de 6 a 16 anos e é um kit de 15 subtestes no total. Elaborado pela Pearson Education, é possível avaliar o desempenho cognitivo, a capacidade intelectual e a capacidade de resolução de problemas da criança. O kit também dispõe de indicadores para a organização perceptual, a compreensão verbal, a velocidade de processamento,a memória operacional, o raciocínio abstrato e o raciocínio quantitativo.
Os conteúdos que trago para seu desenvolvimento profissional e muito mais você pode sempre acessar no meu blog. Para mais dicas, técnicas e informações me siga no meu canal do YouTube e no Instagram. Espero que o texto tenha sido informativo sobre como avaliar altas habilidades tanto para pais e mães quanto para terapeutas, vejo vocês por aqui!