Comportamentos e autismo

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Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

O autismo não é só comportamento

Por isso eu odeio a maneira como o autismo é diagnosticado. Ele sempre foi sobre um conjunto de comportamentos. Nós reduzimos a condição humana até a um conjunto de comportamentos, onde você se enquadra ou não. Diagnosticar com base em sintomas comportamentais nos faz acreditar que se mudarmos os comportamentos a pessoa não será mais autista. O autismo é composto por diferenças de percepção e de pensamento; uma maneira diferente de perceber e experimentar o mundo. Em nenhum lugar do diagnóstico você vê todos as questões do processamento sensorial, dificuldade em ler no contexto, as dificuldades em processar múltiplas informações simultaneamente, dificuldade em filtrar dados irrelevantes, a lista de desafios das funções executivas, a atenção aos detalhes e fatos, questões de regulação emocional, a falta de pensamento flexível, e outros processos mentais que existem, independentemente de nosso foco na mudança de comportamento.

O diagnóstico baseado em comportamentos nos leva a terapias para extinguir e modelar esses comportamentos e medicamentos para suprimir comportamentos “autistas”. Ele ignora as muitas diferenças perceptivas e cognitivas que definem o autismo e subjacente a todos os desafios sociais e emocionais que experimentam. Infelizmente, para muitos no espectro que não apresentam os óbvios comportamentos “autistas”, suas lutas passam despercebidas. O autismo é uma condição humana, não um distúrbio de comportamento.

A razão pela qual esta página é tão popular é que olhamos para o autismo de dentro para fora, tentando entender como a pessoa pensa, sente e percebe o mundo. Esta página e os livros são dedicados a dar os pais, professores e profissionais uma melhor consciência de como a pessoa experimenta o mundo, a fim de ajudar a apoiá-los e os desafios que eles experimentam. Ao fazê-lo nós também respeitamos, aceitamos e validamos a pessoa, para que eles possam se sentir seguros, aceitos e competente em ser uma pessoa com autismo. A única maneira que podemos apoiar todas as pessoas é pararmos de rotular comportamentos, compreendendo como a pessoa pensa, sente e processa o mundo.

O autismo não é uma desordem comportamental, mas uma combinação de diferenças de processamento complexas. É uma condição humana diferente, não um conjunto de sintomas comportamentais. Precisamos avaliar maneiras originais da pessoa de perceber e processar o mundo e construir planos abrangentes para não apenas extinguir e forma comportamentos, mas apoiar os desafios individuais que a pessoa experimenta (sensoriais, cognitivas, sociais e lutas emocionais).

TRADUÇÃO: Paula G. Kopruszinski – Psicóloga

Fonte original texto em inglês

Texto original:

Autism is not about behavior

I so hate the way Autism is diagnosed. It has always been about a cluster of behaviors. We reduce the human condition down to a set of behaviors, which you either meet or don’t meet. Diagnosing based on behavioral symptoms makes it believed that if you change the behaviors the person is no longer autistic. Autism consists of perceptual and thinking differences; a different way of perceiving and experiencing the world. Nowhere in the diagnosis do you see all the sensory processing issues, difficulty reading context, struggles processing multiple information simultaneously, difficulty filtering irrelevant details, the list of executive functioning challenges, attention to details and facts, emotional regulation issues, lack of flexible thinking, and other mental processes that still stand regardless of our focus on changing behavior.

With a diagnosis based on behaviors it leads to therapies to extinguish and shape behaviors and drugs to suppress “autistic” behaviors. It ignores the many perceptual and cognitive differences that defines autism and underlies all the social and emotional challenges they experience. Unfortunately, for many on the spectrum who do not exhibit the obvious “autistic” behaviors, their struggles go unrecognized. Autism is a human condition, not a behavior disorder.

The reason why this page is so popular is that we look at autism from the inside-out, trying to understand how the person thinks, feels and perceives the world. This page and the books are devoted to giving parents, teachers and professionals a better awareness of how the person experiences the world in order to help support them and the challenges they experience. In doing so we also respect, accept and validate the person so that they can feel safe, accepted and competent in being a person with autism. The only way that we can support all people is to stop labeling behavior, but understanding how the person thinks, feels and processes the world.

Autism is not a behavioral disorder, but a package of complex processing differences. It is a different human condition, not a set of behavioral symptoms. We need to assess the person’s unique ways of perceiving and processing the world and build comprehensive plans to not just extinguish and shape behaviors, but support the individual challenges that the person experiences (sensory, cognitive, social and emotional struggles).

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