Você sabe as diferenças entre o autismo em meninas e o autismo em meninos? Bom, explicaremos detalhadamente como essa condição afeta, principalmente, a capacidade neurológica das meninas, apresentando questões importantes como a gravidade, diagnóstico, formas de estímulo para meninas autistas e muito mais.
Existe autismo em meninas?
O autismo, conhecido tecnicamente como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é um transtorno que afeta a parte neurológica das pessoas. Essa condição se dá desde o nascimento.
Estudos apontam que essa condição costuma afetar mais as crianças do sexo masculino, mas não é uma exclusivdade desse sexo. Ou seja, apesar da proporção de, em média, uma menina autista para cada quatro meninos, o autismo em meninas também acontece.
Para entender melhor sobre a existência do autismo em meninas, o texto aqui, detalha alguns aspectos importantes e definitivos sobre essa condição nas crianças do sexo feminino, portanto, acesse e confira!
É verdade que autismo em meninas é sempre mais grave?
Durante muito tempo, havia o consenso que, quando uma menina era diagnosticada com autismo, ela desenvolveria os aspectos considerados mais graves para essa condição, como ataques epiléticos e hiperatividade.
A proporção apresentada anteriormente, de uma menina autista para cada quatro meninos, era aceita por grande parte dos estudiosos que trabalham com crianças autistas. Mas, essa proporção pode ser enganosa nos dias de hoje, pois estudos mais recentes apontam que, por conta da maior facilidade de socialização entre as meninas, além de outros aspectos cognitivos, o diagnóstico é complicado de ser obtido nas meninas.
Ou seja, até mais recentemente, os diagnósticos de autismo em meninas representavam, em sua grande maioria, os casos mais graves, porém, em contrapartida, diversas meninas podiam ter a forma mais leve de autismo, que não costuma ser identificada nas primeiras consultas. Dessa forma, é mais comum que as meninas autistas consigam “mascarar” seus sintomas, situação essa que também é responsável por um diagnóstico errado em meninas, temos situações de meninas autistas que recebem diagnóstico de TDAH, bipolaridade, TOD, TOC… e depois de muitos anos conseguem entender que são autistas, e o diagnóstico estava errado.
Dessa forma, não é correto afirmar que o autismo em menina é sempre mais grave, pois, atualmente, os médicos já conseguem identificar inclusive a forma mais leve de autismo nesse grupo, refutando essa ideia que durante muito tempo foi dada como verdade.
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Como é feito o diagnóstico de autismo em meninas?
O diagnóstico de autismo, tanto em meninas como em meninos, é feito de forma clínica, através da observação do comportamento dos pacientes e conversas regulares com os pais das crianças. Dessa maneira, observando aspectos que são atrelados ao TEA, determina-se se a criança possui ou não essa condição.
Como dissemos, existem alguns aspectos que sempre dificultaram e ainda dificultam o diagnóstico do autismo em meninas, mascarando essa condição. Porém, a forma como é feito o diagnóstico não faz diferença entre os sexos, ocorrendo da mesma maneira em meninos e meninas.
De acordo com um estudo da Brown University, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Autism Research, a habilidade de lingugem é um dos principais fatores para que o diagnóstico de autismo em meninas seja dificultado ou atrasado. De acordo com a pesquisa, as meninas possuem habilidades linguísticas mais sofisticadas e, tendo em vista que o atraso na linguagem é uma das características que os pais percebem primeiro, essa percepção fica mais complicada.
Quem pode fazer o diagnóstico de autismo em meninas?
O diagnóstico de autismo em meninas pode ser feito por algumas classes médicas, como neuropediatras, psiquiatras e psicólogos.
A escolha pelo especialista depende de alguns fatores, principalmente de acordo com a idade do paciente. Caso os primeiros sintomas sejam identificados ainda na infância, é recomendado que os pais procurem por um neuropediatra infantil ou um psiquiatra infantil. Caso os sintomas se apresentem já na fase adulta, um psicólogo é o especialista mais indicado, possivelmente junto à um psiquiatra especialista em autismo também.
É importante entender que, independentemente do especialista procurado para realizar o diagnóstico, é fundamental que ele seja feito o quanto antes, permitindo que os pais, ou o próprio paciente, atuem diretamente para amenizar as dificuldades pelas quais passa o paciente que tem essa condição, melhorando a qualidade de vida e o convívio social.
Disfarces que contribuem para o atraso do diagnóstico de autismo em meninas
Para que ocorra esse atraso no diagnóstico de autismo em meninas, alguns aspectos são fundamentais. A seguir, falaremos mais especificamente sobre quais são essas condições que atrapalham esse diagnóstico e que fizeram com que, durante muito tempo, pesquisadores e médicos dessa área pensassem que os casos de autismo em meninas fossem sempre mais graves.
O cérebro feminino e o autismo em meninas
É notório que o desenvolvimento da capacidade cerebral ocorre de maneira distinta entre meninos e meninas, principalmente quando estamos falando de crianças autistas.
Como já foi dito, a linguagem, por exemplo, é uma das características mais fáceis de identificar nos primeiros sintomas, para determinar se uma criança tem autismo ou não, e essa é uma capacidade desenvolvida por conta do estímulo do cérebro.
A literatura histórica aponta que, como abordado anteriormente, as meninas desenvolvem mais rapidamente essa capacidade de se expressar através da linguística, ou seja, da fala.
Dessa forma, com a comunicação mais avançada, principalmente em comparação aos meninos da mesma idade ou de meninos mais velhos diagnosticados com autismo, essa característica específica acaba disfarçando consideravelmente a condição do autismo, dificultando a conclusão dos médicos responsáveis.
Além dessa questão, outros comportamentos tipicamente relacionados às capacidades cerebrais da criança, se diferem entre meninas e meninos nos primeiros anos de vida.
Alguns comportamentos diferentes, como a introversão, a dificuldade de interagir e de se relacionar com outras pessoas, brincar sempre com os mesmos brinquedos e efetuar movimentos repetitivos, entre outros, são considerados “normais” em meninas, chamando menos atenção nos casos semelhantes quando ocorrem em meninos.
Masking ou camuflagem
Muitos cientistas concluíram nos últimos anos que o autismo em meninas é “camuflado”. Isso acontece pois, principalmente, os sinais do espectro autista é “mascarado”, ou seja, os principais sintomas que caracterizam essa condição não são muito visíveis.
Essa camuflagem faz com que o diagnóstico, muitas vezes, seja feito tardiamente. Em alguns casos, inclusive, o diagnóstico é determinado apenas na fase adulta.
Nesses casos, em que ocorre a camuflagem do espectro do autismo em meninas, atrasa-se o diagnóstico e a vida delas acaba sendo condicionada pelo esforço em se adequar às demandas sociais.
Esse esforço pode fazer com que elas se adaptem perfeitamente, como se elas realmente não tivessem nessa condição de autismo, mas, em contrapartida, estudos apontam que isso pode causar uma exaustão física e emocional muito grande.
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Como estimular minha filha com autismo, o que devo saber?
Quando o diagnóstico de autismo em meninas é feito de maneira precoce, ou seja, ainda nos primeiros anos após o nascimento, existem alguns tratamentos que são eficazes para melhorar a condição de vida e o modo como elas se inserem no meio social.
Essa é uma área muito estudada, principalmente por conta da complexidade que é entender a condição de e como devem ser as medidas para ajudar uma pessoa autista. Justamente por isso, listamos alguns dos tratamentos mais comuns e que apresentam resultados relevantes:
- Treino de habilidades discretas (ABA DTT) (Análise do Comportamento Aplicada);
- Modelo Denver;
- Método Jasper;
- DIR/ floortime.
Cada um desses tipos de tratamentos apresentados acima funciona de uma maneira específica, para casos particulares, tipos e subtipos de autismo e para graus de gravidade divergentes.
Para entender qual o tratamento que mais funciona para as suas filhas, os pais podem experimentar todos, buscando locais ou especialistas que trabalham a partir desses estudos. Para dar sequência ao tratamento é importante que os pais escolham aquele que a filha melhor se adaptar, ou seja, aquele que se mostrar o mais estimulante e eficaz para as condições do espectro de autismo de suas filhas.
Por que devo seguir meninas autistas nas redes sociais?
Assim como em diversas áreas da nossa vida, em que buscamos inspirações e pessoas que debatam sobre assuntos que nos interessam, a relação com o autismo não é diferente.
É importante que os pais e, principalmente, as próprias meninas escutem outras pessoas que passam pela mesma situação que elas, entendendo como é o dia a dia dessas pessoas, quais são as dificuldades, os sintomas, o convívio social e muito mais.
Atualmente, as redes sociais são plataformas potentes nesse quesito. Muitos influenciadores ou grupo de pessoas autistas expõem suas vivências, trabalhando em cima de mostrar e inspirar outras meninas que sofrem com essa condição e estão com dificuldades em viver suas vidas de maneira tranquila.
Perfis de meninas autistas para seguir no Instagram:
Para finalizar, listamos algumas dessas pessoas ou páginas que vivem ou estudam sobre essa condição do espectro autista, e que compartilham suas vivências em suas redes sociais. Confira!
- @ativismoautista
- @ameninaneurodiversa
- @autizando
- @carolsouza_autistando
- @heyautista
- @kmylla_borges
- @tirinhasdasara
- @tabata_meumundoatipico
- @autismoemportugues
Conclusão
Com o artigo, podemos concluir que o autismo em meninas pode afetar uma grande quantidade de pessoas. Historicamente, essa condição foi atrelada ao sexo masculino, mas, cada vez mais, os cientistas e médicos da área da psicologia e da neurociência vêm percebendo que essa condição é mascarada nas meninas. Ou seja, o autismo está presente muito provavelmente em proporções mais próximas do que sempre foi determinado, justamente pelo fato de que o diagnóstico em meninas ocorre, muitas vezes, de forma tardia, mascarando esses números. Dessa forma, sempre que os pais perceberem comportamentos sintomáticos dessa condição, é importante buscar o auxílio dos profissionais mais indicados para cada tipo de situação, acelerando o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento mais apropriado para cada contexto. Por fim, é importante observar e ouvir pessoas que possuem essa condição, pois essa pode ser uma forma de melhorar o convívio e a qualidade de vida das meninas que possuem o espectro autista.
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