A linha entre o que é característico de uma criança, o que faz parte da sua personalidade e o que é padrão para sua faixa etária e aquilo que não pertence a ela e vai gerar a dificuldade de entender ela pode ser tênue para pessoas que estão convivendo com uma criança com autismo pela primeira vez. E identificar o momento certo de procurar psicoterapia para autismo infantil pode ser um pouco nebuloso.
Existem alguns indícios que, se observados no seu pequeno, podem ser uma indicação da necessidade de um acompanhamento terapêutico, mesmo que ele não esteja dentro do espectro. Crianças muito novas ainda não possuem vocabulário suficiente para expressar suas emoções, detalhar frustrações, medos e inseguranças que estão vivenciando, e podem apresentar alterações no comportamento diário para “contar” aos pais que precisam de ajuda.
Esta constante observação do comportamento dos pequenos e compartilhamento de informações nas redes sociais, seriados, filmes, etc. têm ajudado cada vez mais famílias à procurar profissionais da psicologia para fazer processos diagnósticos das mais diversas naturezas, que levam, inclusive, à recognição dos sintomas mais comuns em pessoas com autismo. Outro fator por trás do aumento significativo dos diagnósticos é o acesso à serviços de saúde, dentre os quais se encontra a psicoterapia para autismo infantil.
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Nem tudo é autismo!
Como adultos, cabe a nós saber filtrar com cuidado as informações que recebemos e, ao mesmo tempo, ter cuidado para não patologizar a infância. Uma criança feliz faz bagunça, é agitada, esquece informações repetidas diversas vezes, têm dificuldades acadêmicas, se distraí, não gosta de comer certos alimentos, pode ser introvertida, pode ser organizada, pode ter brinquedos e assuntos preferidos, e nada disso a impede de estar plenamente livre de transtornos e síndromes.
Há, porém, alguns sinais que chamam a nossa atenção. Alterações na alimentação (comer de mais, ou de menos), no controle intestinal e da bexiga. Crianças amuadas, que não se interessam por brinquedos e brincadeiras que antes chamavam sua atenção e ficam doentes com frequência. Os pequenos que se sentem ameaçados, estão constantemente irritados, que têm problemas na escola e de socialização, são apenas alguns exemplos de situações que podem usufruir da ajuda de profissionais da psicologia.
E se for?
Acho importante compreender, antes de procurar um profissional para dar início ao acompanhamento, que o autismo não é uma doença e, portanto, não possui curas disponíveis, e nenhuma forma de psicoterapia para autismo infantil irá promover a eliminação do transtorno, mas sim o apoio necessário para que cada criança no espectro encontre sua independência, saúde psicológica e qualidade de vida. A promessa de cura não estará, portanto, entre os serviços ofertados por um profissional qualificado que pode efetivamente auxiliar você, seus filhos, e sua família.
Afinal, a psicoterapia para autismo infantil é crucial para garantir a qualidade de vida tanto da criança com TEA quanto da sua família. O diagnóstico pode ser recebido com receio, curiosidade, ou como um desafio, ou de forma positiva, todas reações igualmente válidas. Porém nenhuma delas deve impedir que os responsáveis busquem o acompanhamento adequado para receber orientações sobre os sintomas, as dificuldades e as verdadeiras necessidades do pequeno indivíduo em questão.
A assistência psicológica prestada pela psicoterapia para autismo infantil pode ser benéfica para diversas dificuldades emocionais e comportamentais enfrentadas pelo autista desde a primeira infância e que geram grande preocupação aos cuidadores, como agressividade, dificuldades para se comunicar, interagir, se alimentar, de aprendizado, com hiperatividade, entre outras circunstâncias que irei explicar um pouco melhor a seguir.
Quando eu devo procurar ajuda?
Um dos papéis do psicólogo, e da psicoterapia para autismo infantil, por consequência, é o desenvolvimento de estratégias que irão desenvolver o aprendizado e a socialização da criança com autismo. Ao criar um ambiente seguro, confortável e acolhedor para cada paciente, o psicoterapeuta o expõe ludicamente às situações que irão auxiliar na identificação daquilo que está prejudicando ou impedindo seu desenvolvimento (maior indicador da necessidade de atendimento psicológico).
As circunstâncias citadas acima que podem ser consideradas sinais são:
– Dificuldades para processar e expressar emoções, como ficar em silêncio, chorar compulsivamente, usar da agressividade para comunicar necessidades e vontades;
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– Problemas acadêmicos, de aprendizagem, de associação de conteúdos escolares, como não identificar as letras, sílabas, ou os números, por exemplo;
– Desenvolvimento “estagnado” ou inexistente em alguma área específica que demanda especialização do profissional que fará o atendimento, de processamento auditivo, de atividade diárias como escovar os dentes ou lavar as mãos.
– Estereotipias (movimentos repetitivos) que são prejudiciais como se morder, bater a cabeça contra superfícies, bater com as mãos em punho contra o próprio rosto, ouvidos, pernas, entre outros movimentos que machucam;
– Problemas para interagir com os familiares, professores e colegas no dia a dia, ou outros profissionais como médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.
– Situações específicas que demandem ajuda externa como ciúmes, perda de pessoas queridas, mudança de cidade, casa e principalmente escola.
– A necessidade de explicar para a criança que ela tem autismo, o que é o TEA, como ele funciona e porquê ela “é diferente” dos amigos, familiares, e colegas da mesma idade, caso haja comparação por parte da criança e sentimentos de angústia em relação a isso;
E demais situações que façam com que a família sinta-se preocupada e diante da necessidade de buscar por auxílio profissional.
Afinal, nenhuma criança vem com um manual de instruções que nos diz exatamente o que fazer, principalmente quando seu pequeno é um pouco mais peculiar que os demais. Não há exatamente um momento no qual a terapia não se faz mais necessária, ela pode, porém ser mais espaçada, menos frequente, ou contar com outros profissionais.
Quer saber mais sobre a psicoterapia para autismo infantil?
O meu blog para pais sempre é atualizado, a fim de compartilhar o maior número de orientações possível, porém é sempre o psicoterapeuta que atende o seu filho que pode orientar, informar e acompanhar os progressos e necessidades reais dele de forma assertiva.
Ainda com dúvidas? Eu sempre estou disponível nas minhas redes sociais (Facebook, TikTok, Instagram), mesmo que seja “apenas” uma conversa, não deixe de seguir!