A escolha da especialização é um momento tão íntimo e emocionante quanto escolher um curso na faculdade. Afinal, é da nossa carreira que estamos falando, e ela irá nos acompanhar por um longo caminho. Durante meus anos formativos, eu lembro de escutar pouco sobre a psicologia infantil, e ouvir opiniões baseadas em senso comum, que não agregam conhecimento sobre a carreira que eu escolhi, quem dirá sobre psicologia para autismo.
A faculdade de psicologia nos traz conhecimentos gerais sobre o nosso trabalho, que nos orientam e preparam para encontrar dentro deste enorme mar de possibilidades qual o nosso verdadeiro norte. E para o conselho federal de psicologia, até o presente momento, não se faz necessária uma especialização específica, sendo apenas a graduação o suficiente para você atuar na área da psicologia infantil.
Eu, particularmente, acredito que a especialização irá agregar grandemente e ajudar neste primeiro momento a atender clinicamente os pequenos. Há uma diversa gama de cursos nas áreas de desenvolvimento da psicologia para autismo, transtornos do neurodesenvolvimento, entre outros, que valem o tempo de pesquisa de qual pós graduação é a ideal para você e para o público que sente a maior conexão.
É parte do processo, portanto, para quem escolhe trilhar o caminho que eu escolhi, adquirir certa independência na busca por workshops, palestras, livros e informações. Eu acredito que a psicologia para autismo seja uma escolha gratificante para os profissionais da psicologia que estão interessados em ajudar as crianças dentro do espectro a se desenvolverem de forma plena e saudável, assim como as demais áreas, e muni-las das habilidades necessárias para lidar com os desafios que irão encontrar pelo caminho.
Na prática, a teoria é outra!
As oportunidades práticas provenientes do estudo da psicologia para autismo são amplas e não estão restritas ao atendimento clínico da criança, você pode orientar pais, atuar em sala de aula, supervisionar colegas que trabalham com a infância, em casas lar, hospitais e diversas outras opções.
Hoje, na era da informação, cada vez mais famílias identificam sinais em seus pequenos e buscam auxílio psicológico, fazendo da psicologia infantil uma área em constante crescimento, e a busca por profissionais qualificados é uma necessidade cada vez maior.
Existe certa diferença, porém, entre trabalhar com crianças neurotípicas e crianças neuroatípicas, e a psicologia para autismo se encaixa na segunda. A nossa sociedade estabeleceu um padrão de funcionamento neurológico com base naquilo que é comum, e as pessoas cujos cerébros funcionam de forma divergente deste padrão são lidas como neuroatípicas, como pessoas diagnosticadas com TDAH, TOD, Autismo, T21, esquizofrenia, e síndromes genéticas, por exemplo.
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Como uma área altamente técnica, os conhecimentos teóricos que iluminam a prática não podem ser simplesmente dispensados durante o atendimento de pacientes com TEA, que trazem demandas tão particulares. Encaixar na sua rotina um tempo para os estudos é, portanto, um dos pilares da psicologia para autismo, a área infantil como um todo requer de nós, especialistas, constante aprendizado e investimento.
A intenção não é apenas ser um profissional de destaque, mas estar acima da média, o que significa que você, enquanto terapeuta infantil, terá uma carga de conhecimento diferenciada e irá fornecer ao seu paciente o melhor atendimento naquela área. Para o autismo, nosso olhar deve estar voltado ao ABA, as NDBIs, demais terapias, e congressos e cursos voltados ao atendimento individualizado da criança com TEA.
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É possível tropeçar!
Além destas características, há algumas soft skills (aquelas que não podem ser aprendidas em cursos ou na universidade) que são fundamentais para trabalhar com crianças e famílias com demandas especiais. O equilíbrio e autocontrole andam juntos durantes os atendimentos, crianças autistas podem ter as mais diversas reações frente à situações inusitadas, ou não, que precisam de profunda análise posteriormente e compreensão durante a crise, e você é a peça central para que a situação mantenha-se sob controle.
Mesmo diante da grande satisfação que é trabalhar com psicologia para autismo, existem alguns erros não intencionais que podem ser cometidos na hora de começar na área. Um bom exemplo é acumular brinquedos no consultório. O brinquedo deve fazer sentido para o seu paciente e estar relacionado aos interesses dele para que possa exercer a sua função de material de apoio.
Algumas opções são, além de nós mesmos, terapeutas, materiais criativos como folhas sulfite, giz, canetinhas, massinha de modelar, por exemplo, e livros infantis. O foco deve ser sempre o vínculo que será estabelecido entre paciente e psicólogo. Outro exemplo é acreditar que você precisa abrir MEI ou CNPJ para começar o seu atendimento, ou que um consultório é necessário, quando, na realidade, apenas uma sala adequada e seu CRP são suficientes.
Os benefícios são maiores que os desafios!
Os benefícios de trabalhar com a infância, para nós que somos apaixonados, são incontáveis. Desde os mais inusitados apelidos que recebemos até os pequenos olhos alegres ao entrarem no seu consultório. A conquista da criança é um processo encantador, que de início não se solta e está desconfiada e ao longo das sessões se encontra e evolui é especialmente único. O contato com os pais, os relatos trazidos, quando eles compartilham conosco que a criança lembrou de nós ou algum avanço em casa reacende a nossa vontade de continuar nos especializando e buscando o melhor para cada um deles.
Como atuar na área sem uma pós!
Profissionais especializados são mais do que necessários e bem vindos, este tópico particularmente me inspirou a criar o PsicoPlano Infantil para que eu possa estar presente e ajudar cada novo profissional que decide trabalhar com a psicologia infantil. Nele tem aulas de abordagens, passo a passoa como atender crianças neurotípicas, como mensurar os resultados, como avaliar transtornos e muito mais!
A supervisão profissional também é uma grande aliada da sua prática diária, você sempre pode contar com profissionais mais experientes para dividir o conhecimento prático através da supervisão. Nós não estamos aqui para atribuir julgamentos ou alimentar medos e inseguranças, mas sim para auxiliar quem ainda está construindo seu repertório clínico.
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A comunidade de especialistas da psicologia infantil adora interagir, construir network e é particularmente ativa nas redes sociais voltadas para a área de atuação. Existem diversos profissionais online que compartilham conhecimentos exclusivos e pertinentes, que farão toda a diferença no seu atendimento, aqui estão as minhas redes TikTok, YouTube, Instagram e Facebook para você conferir.