Como identificar os transtornos psicológicos na adolescência?

Como identificar os transtornos psicológicos na adolescência?
Paulinha Psico Infantil

Paulinha Psico Infantil

Olá, sou a Paulinha, psicóloga infantil com foco em transtornos do neurodesenvolvimento. Crio conteúdos na internet desde 2015 e ajudo milhares de mães e outras profissionais da área todos os dias aqui e em minhas redes sociais.

Os transtornos psicológicos na adolescência se referem a padrões emocionais, de pensamento, perceptivos, e de comportamento que causam sofrimento significativo e prejudicam, assim, o dia a dia de uma pessoa. As causas são distintas e variam amplamente, indo muito além das características determinantes pessoais, e podem incluir atributos biológicos, psicológicos, sociais e culturais. 

O entorno econômico, político e ambiental que interferem diretamente no padrão de vida, nas condições de trabalho e no apoio comunitário disponível para auxiliar durante o desenvolvimento da criança, contribuem grandemente para os transtornos psicológicos na adolescência. Além das questões genéticas, a nutrição tem, também, um papel central para o bem estar do ser humano em desenvolvimento. 

A rede de apoio com a qual uma pessoa que sofre com transtornos psicológicos na adolescência pode contar é de grande importância para que sua qualidade de vida seja garantida. Não apenas a família cumpre este papel, mas também a comunidade na qual esta pessoa se encontra inserida através dos sistemas de saúde disponíveis para fazer o atendimento especializado. Infelizmente, em países emergentes como o Brasil, aproximadamente 80% das pessoas com transtornos mentais não recebem o tratamento adequado, encontrando-se socialmente vulneráveis, sem ter acesso a programas educativos, empregos e moradias que se adaptem às suas necessidades.  Um outro problema encontrado é a má qualidade dos serviços prestados, fatores que, combinados, tornam o tratamento e as intervenções consideravelmente complexas. 

O que nós, psicólogos, podemos fazer, afinal, para prestar o auxílio necessário? O primeiro passo, acredito eu, é compreender como estes transtornos transparecem em adolescentes para realizar o diagnóstico o quão antes for possível. 

Depressão

Como identificar os transtornos psicológicos na adolescência?

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) entre 10% a 20% dos adolescentes são diagnosticados com depressão. A falta de informações sobre as manifestações da doença em jovens propicia que os tratamentos, por diversas vezes, não sejam adequados aos sintomas, consequentemente favorecendo comportamentos considerados de risco. 

Dentre os transtornos psicológicos na adolescência, a depressão se destaca por dificultar quimicamente a comunicação entre determinados neurotransmissores e causar, além de alterações de humor, grande desordem emocional. O adolescente encontra-se, então, angustiado e irritado com frequência, incapaz de executar tarefas simples do dia a dia, apático perante grandes acontecimentos, entediado, com baixa autoestima, profundamente triste, insone ou “com sono o tempo todo” e busca isolar-se dos amigos e familiares. Sintomas físicos também são comuns, como enxaquecas, dores musculares, constipação e bruxismo, por exemplo. 

A fase adolescente é, naturalmente, um período turbulento emocionalmente, repleta de novidades e acontecimentos que fazem do paciente suscetível ao desenvolvimento de sintomas sérios. Para além do diagnóstico, o apoio do psicoterapeuta, da comunidade escolar e dos familiares é sempre recomendado durante a transição da infância para a fase adulta, porém é especialmente indispensável para as pessoas que sofrem com o transtorno.


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Ansiedade

Os transtornos psicológicos na adolescência devem ser constantemente discutidos. É durante este período do desenvolvimento que bons hábitos, valores e as habilidades socioemocionais são solidificados. Há certa explosão de ideias, sonhos, pensamentos e experiências que irão afetar a autoconfiança e a autoimagem dos nossos pequenos indivíduos acontecendo simultaneamente. 

Sendo assim, as torrenciais mudanças físicas, emocionais e psicológicas tornam a passagem pela adolescência empolgante e confusa, ao mesmo tempo, devido à inexperiência ao lidar com os próprios sentimentos, as novas preocupações e a quantidade de decisões a serem tomadas. Condições que “abrem espaço” para o desenvolvimento de um transtorno de ansiedade. Há, porém, uma linha tênue que diferencia os comportamentos patológicos dos regulares. Preocupação excessiva com situações triviais, apreensão constante com o futuro, dificuldades de socialização, fadiga, perda do apetite ou apetite excessivo, roer as unhas, arrancar cabelos e movimentos repetitivos, por exemplo, são sinais que demandam maior atenção e análise. 

O tratamento mais efetivo para a ansiedade em adolescentes é a psicoterapia, eventualmente necessitando de suporte psiquiátrico, a depender dos sintomas e do perfil de cada paciente. Apesar de os sintomas serem semelhantes aos de um adulto, adolescentes lidam de maneira diferente o que pode levar à certa negligência do desconforto psicológico por parte dos responsáveis ao interpretar como “exagero” ou “frescura” acarretando, assim, no agravamento dos sintomas. 

Transtornos alimentares

A autoimagem é de grande importância para uma personalidade em desenvolvimento, e é comum que adolescentes mudem seu comportamento ao longo dos anos e de acordo com as relações sociais em busca de um encaixe na sociedade que o circunda. É frequente, portanto, que jovens busquem um corpo que esteja de acordo com o padrão divulgado por artistas, influenciadores digitais, nas redes sociais e até mesmo o reforçado pelas pessoas próximas. 

A tendência a alterar seu comportamento, visão de mundo, opiniões, e demais questões internas faz com que o adolescente seja suscetível à mudanças físicas drásticas em nome de um padrão estético que não condiz com a realidade diversa do ser humano. Sendo assim, a distorção da própria imagem pode ocorrer e favorecer o surgimento de comportamentos prejudiciais para o bem estar físico e psicológico. 

Os transtornos psicológicos na adolescência costumam alertar os pais ou responsáveis das mais diversas formas. Os transtornos alimentares, consequentemente, se refletem em comportamentos como culto excessivo ao corpo, sentimentos de culpa relacionado à alimentação, baixa autoestima, mudanças drásticas no apetite como a ingestão de nenhum alimento ao longo do dia, ou ingerir alimentos em excesso, estão entre os sintomas que devem ser observados e levados à terapia para que o adolescente possa receber o tratamento adequado, com as intervenções necessárias o quão antes possível. 

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Como identificar os transtornos psicológicos na adolescência?

Cada paciente é único, e o mesmo é válido para como os sintomas de transtornos psicológicos na adolescência se manifestam, de maneira distinta e contextualizada dentro do universo de cada um. O adolescente com TDAH, principalmente se não diagnosticado na infância, pode estar propenso à impulsividade, longos períodos de tela, não sustentar sua atenção por muito tempo em atividades com pouco estímulo ou repetitivas, frequentemente esquecendo datas, prazos, objetos e trabalhos importantes, assim como oscilações constantes de humor, apresentando-se irritado, inquieto e até mesmo agressivo. 

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade não demanda exames laboratoriais para a elaboração de um diagnóstico, que pode ser feito por um psicólogo clínico. O uso de medicamentos é altamente recomendado para que o paciente tenha maior qualidade de vida. 

Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)


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Grande parte das crianças que sofrem com o transtorno obsessivo-compulsivo têm ciência da não naturalidade de seus objetos de foco, e constantemente se tornam retraídas e quietas. As compulsões são, frequentemente, atos voluntários que o paciente acredita serem necessários para compensar ou neutralizar efeitos e sentimentos provenientes das obsessões como, por exemplo, contar até 30 antes de passar pela porta para evitar um acidente hipotético. 

É comum que, quando interrompidos, estes pacientes se tornem preocupados, ansiosos e até mesmo agressivos. Portanto, é importante que a família observe se a criança repete as atividades escolares diversas vezes para evitar erros, passa tempo “demais” no banheiro, realiza rituais atípicos como checar a porta diversas vezes ou evitar contato com determinados objetos, entre outros sintomas que possam ser relatados ao terapeuta que irá atender ao paciente. 

É de extrema importância, em todos os casos, identificar e diagnosticar os transtornos psicológicos na adolescência o mais cedo possível para que as intervenções sejam feitas de forma preventiva, ou seja, a fim de evitar que as consequências de sintomas não tratados se perpetuem e afetem a vida adulta do paciente. Devido à complexidade do adolescer de uma criança e do enfrentamento dos sintomas dos transtornos psicológicos, a rede de apoio do paciente deve contemplar, além da família, profissionais das áreas de terapia ocupacional, psiquiatria, assistência social, nutrição e demais áreas para que o atendimento disponível seja multidisciplinar, abrangente e completo, promovendo, assim o desenvolvimento pleno do seu paciente. 

Além das informações disponibilizadas aqui, estou em constante processo de formação e compartilhamento de conhecimento através do meu blog. Ao assinar o PsicoPlano Infantil, você recebe auxílio especializado desde a escolha do ambiente para o seu consultório até dúvidas do processo terapêutico. Para saber mais sobre psicologia infantil, me siga nas minhas redes (Instagram, TikTok, YouTube).  

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