O Transtorno do Espectro Autista, ou TEA, é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta, principalmente, através de limitações sociais e emocionais na criança já na primeira infância, e pode ser diagnosticado por meio do teste neuropsicológico para autismo. A avaliação, tem como principal finalidade a identificação de possíveis comprometimentos das funções cognitivas do paciente, e também a determinação das que se encontram preservadas.
É comum que pais que identificam nos primeiros anos de vida da criança autista dificuldades relacionadas à comunicação verbal e à coordenação motora fina, por exemplo, procurem profissionais da psicologia para encontrar, além de explicações, suporte para promover o desenvolvimento saudável do pequeno indivíduo. Sendo assim, o teste neuropsicológico para autismo pode ser planejado a partir das necessidades de cada criança.
Por ser tão essencial para nós, psicólogos que atendemos crianças com TEA, trabalharmos corretamente com o paciente, neste texto eu trago quais são os teste neuropsicológico para autismo, para que você saiba quais são as opções e qual o melhor em cada caso!
Sintomas
As manifestações do autismo variam amplamente entre indivíduos, tornando-o um espectro. Há, portanto, pacientes de alto funcionamento intelectual, baixo funcionamento intelectual, que se comunicam verbalmente, ou não, com habilidades motoras desenvolvidas, ou não, etc. Consequentemente, o teste neuropsicológico para autismo é extenso e abrangente.
Mesmo perante a variedade de características individuais, há determinados sintomas lineares e comuns entre pessoas com TEA, utilizados como referência pelo DSM-V. As evidências científicas até o presente momento apontam para reflexos comuns que vão além dos fatores ambientais, genéticos ou da idade do paciente. Como o déficit na comunicação, a dificuldade para entender figuras de linguagem ou expressões faciais, estereotipias (chacoalhar o corpo, repetir palavras específicas, organizar objetos), interesses restritos que se tornam coleções e fontes de pesquisas constantes e dificuldades para processar estímulos sensoriais.
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Tal diversidade de comorbidades, ou a ausência delas, torna o processo diagnóstico desafiador, assim como a aplicação do teste neuropsicológico para autismo. Sendo assim, há determinada variedade de testes a serem aplicados a fim de avaliar o funcionamento da percepção visual e auditiva, da memória, da linguagem, da atenção, do humor e do quociente intelectual (QI) de cada criança.
O teste neuropsicológico
Realizado ao longo de algumas sessões de terapia após a avaliação inicial, o teste neuropsicológico para autismo consiste na aplicação de diversos testes válidos e padronizados por um neuropsicólogo qualificado, a fim de discernir quais intervenções serão apropriadas.
Conhecer a família do paciente é de extrema importância para a efetividade do teste neuropsicológico para autismo, pois o histórico da criança (a gravidez, o nascimento, o desenvolvimento) e seus impactos emocionais, além das intervenções anteriores, podem refletir na personalidade da criança e, consequentemente, no mapeamento do diagnóstico. É essencial que as informações anteriores sobre a criança sejam compartilhadas de forma honesta, assim como a participação ativa dos cuidadores para a repetição de atividades para que a assimilação ocorra.
As funções neurológicas avaliadas pelo teste neuropsicológico para autismo, além dos aspectos emocionais, sociais e comportamentais, são as visuais, a atenção, a organização, planejamento e flexibilidade mental, linguagem, processos de memória (verbais e visuais), funções visuoespaciais, visuo-construtivas e visuo-motoras e nível intelectual. Abaixo irei falar brevemente sobre os testes disponíveis.
BAYLEY III
O BAYLEY III é um instrumento que avalia cinco domínios em crianças entre 1 ano e 42 meses de idade a partir da observação da interação da criança com objetos e dos relatos familiares. São os domínios a cognição, a linguagem, capacidade motora, comportamento adaptativo e inteligência socioemocional. Os resultados buscam encontrar atrasos no desenvolvimento e auxiliar as intervenções através da informação.
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DENVER II
A triagem DENVER II, além de considerar os relatos dos cuidadores, pais, e familiares, e observar a interação da criança com determinados objetos, considera o desenvolvimento pessoal social, motor fino adaptativo, motor grosso e a linguagem da criança de 0 a 6 anos de idade. A interpretação é feita de forma individual e, posteriormente, de forma integral, a fim de identificar alterações no escore ou padrões no decorrer do processo.
NEPSY II
Voltada a crianças entre 3 e 16 anos, de maior abrangência etária que os anteriores, a NEPSY II é uma bateria de análises do desenvolvimento neuropsicológico do paciente, e fornece ao profissional medidas cognitivas para as capacidades sensório-motoras, de linguagem, de processamento visuoespacial, de aprendizagem, de percepção social, de função executiva e atencional, e de memória.
NEUPSILIN INFANTIL
Este instrumento de avaliação neuropsicológica breve, é aplicado por psicólogos em crianças de 6 a 12 anos, e avalia 8 funções principais: atenção, orientação, percepção visual, memórias, linguagem oral e escrita, habilidades aritméticas, habilidades visuoconstrutivas e funções executivas.
PROTEA – R
A partir de relatos dos responsáveis e da observação de brincadeiras pré-estabelecidas, o PROTEA – R sistematiza o conteúdo das entrevistas e observações clínicas para rastrear a presença de comportamentos sintomáticos do TEA em crianças de 2 a 5 anos.
SON-R 2 ½ – 7
O instrumento nomeado SON-R é utilizado para avaliar a inteligência geral, o desenvolvimento, as habilidades cognitivas, espaciais, viso-motoras e de raciocínio abstrato e concreto em crianças de 6 a 11 meses.
TIME-R
O teste infantil voltado às crianças entre 3 e 6 anos avalia a memória de curto prazo e seus componentes fonológicos e visuoespaciais.
VINELAND 3
Em forma de questionário, a escala de comportamento adaptativo vineland é aplicada a pais e professores para encontrar dados críticos que possam colaborar com o diagnóstico de deficiências intelectuais e de desenvolvimento, e fornecer suporte para a elaboração de planos educacionais e de intervenção.
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WISC-IV
A Escala Wechsler de inteligência apresenta índices para a compreensão verbal, a organização perceptual, a memória operacional e velocidade de processamento de pacientes de 6 a 16 anos de idade.
WVN
Já a Escala Wechsler não verbal de inteligência abrange pacientes entre 4 e 21 anos de idade, e avalia a capacidade intelectual de forma não verbal.
SRS-2
Podendo ser aplicada sem restrição etária após os 2 anos e meio de idade, a escala de responsividade social tem por finalidade mensurar os sintomas associados ao TEA e classificá-los como leves, moderados ou severos.
É importante ressaltar que os resultados do teste neuropsicológico para autismo, em conjunto, exercem, além da função diagnóstica, um norteamento das intervenções a serem realizadas pela equipe multidisciplinar de apoio ao paciente com TEA. Por meio do mapeamento das características particulares do paciente, é possível traçar quais suas reais necessidades para que seu desenvolvimento neuropsicológico seja constante e saudável.
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