A avaliação de uma criança TEA durante sessões psicológicas é uma parte fundamental do processo de intervenção e apoio. Os profissionais de psicologia têm um papel crucial em ajudar a entender as necessidades, habilidades e desafios específicos de cada criança dentro do espectro autista.
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Para realizar uma avaliação abrangente e eficaz, é necessário considerar uma série de fatores importantes. Neste texto, exploraremos o que é necessário avaliar do ponto de vista da psicologia ao trabalhar com crianças autistas durante as sessões terapêuticas.
O que o psicólogo infantil está “procurando”?
História do desenvolvimento: Uma avaliação completa deve começar pela obtenção de informações detalhadas sobre o histórico de desenvolvimento da criança TEA.
O que inclui marcos importantes do desenvolvimento (como aquisição de linguagem, habilidades sociais, marcos cognitivos), assim como quaisquer regressões ou mudanças significativas no desenvolvimento que os pais ou cuidadores possam ter observado ao longo dos anos, meses ou até mesmo nos dias anteriores à sessão.
Comunicação e linguagem preferida pela criança: Uma área crítica a ser avaliada é a comunicação. A criança TEA pode ter dificuldade em desenvolver habilidades de linguagem de forma típica.
Portanto, é importante avaliar o nível atual de comunicação da criança, seja ela verbal ou não verbal. Isso pode incluir a análise do vocabulário, da capacidade de expressão, da compreensão de instruções verbais e não verbais, bem como o uso de sistemas alternativos de comunicação, como a comunicação por meio de símbolos ou dispositivos de comunicação assistiva.
O comportamento social da criança: A avaliação do comportamento social da criança TEA é essencial. Os profissionais de psicologia devem observar como a criança interage com os outros, incluindo pais, cuidadores, colegas e outras crianças.
O que pode demandar a análise das habilidades de jogo, a capacidade de fazer amigos, a compreensão de pistas sociais (como contato visual, expressões faciais e linguagem corporal) e a empatia em relação aos outros.
O relato dos professores e profissionais da escola também desempenha um papel crucial no atendimento psicológico de uma criança TEA e não pode ser desconsiderado.
Os profissionais da educação passam muitas horas com a criança durante o dia, o que os coloca em uma posição única para observar e compreender o comportamento, as habilidades sociais, as interações com os colegas e outras características da criança em um ambiente social ilimitado e espontâneo.
E essas observações fornecem informações valiosas sobre o funcionamento da criança fora do ambiente clínico.
Comportamentos repetitivos e interesses restritos: A criança TEA frequentemente apresenta comportamentos repetitivos ou têm interesses altamente específicos. É importante avaliar a natureza e a intensidade desses comportamentos, pois podem afetar o funcionamento diário da criança. A análise deve incluir se esses comportamentos são disruptivos, limitadores ou, em alguns casos, se podem ser canalizados de forma positiva.
Sensibilidades sensoriais: Crianças com autismo muitas vezes têm sensibilidades sensoriais incomuns. Portanto, a avaliação das respostas da criança a estímulos sensoriais, como luz, som, texturas e sabores, é crucial.
A avaliação das sensibilidades sensoriais em crianças com autismo pode ser realizada por meio de observações diretas e relatos dos pais ou cuidadores. Profissionais de saúde e terapeutas podem usar questionários específicos que exploram as reações da criança a diferentes estímulos sensoriais, como o Sensory Profile ou a Escala de Avaliação Sensorial.
Observações em ambientes variados, como em casa e na escola, ajudam a identificar quais estímulos sensoriais podem desencadear respostas incomuns, como hiperreatividade a sons altos ou aversão a texturas. Essas informações são essenciais para adaptar ambientes e intervenções, proporcionando à criança um ambiente mais confortável e ajudando-a a regular suas respostas sensoriais.
Entender como essas sensibilidades afetam o bem-estar da criança e seu comportamento é importante para personalizar e adaptar constantemente as nossas estratégias de intervenção e seu impacto na criança.
Habilidades cognitivas e acadêmicas: A avaliação das habilidades cognitivas é outra parte vital do processo que envolve a criança TEA. Ela ajuda a determinar o nível de funcionamento intelectual da criança e pode orientar a seleção de estratégias educacionais apropriadas. Além disso, é importante avaliar as habilidades acadêmicas da criança, como leitura, escrita, matemática e resolução de problemas.
Comportamento alimentar e hábitos de sono: Avaliar os hábitos alimentares e de sono é relevante, pois muitas crianças autistas podem ter preferências alimentares restritas ou dificuldades com a rotina de sono. Isso pode afetar seu crescimento, desenvolvimento e bem-estar geral.
Adaptação a mudanças e flexibilidade: A capacidade de se adaptar a mudanças e a flexibilidade são aspectos importantes do desenvolvimento da criança. Crianças autistas podem ter dificuldade em lidar com mudanças na rotina ou em aceitar novas situações. Portanto, avaliar como a criança lida com esses aspectos é relevante.
Estresse e ansiedade: Muitas crianças autistas são sensíveis ao estresse e podem experimentar ansiedade em situações específicas. Avaliar os fatores de estresse e ansiedade é importante para desenvolver estratégias de manejo adequadas.
Recursos de apoio e rede de suporte: Finalmente, é crucial avaliar a disponibilidade de recursos de apoio e a rede de suporte da criança, incluindo familiares, cuidadores, terapeutas e profissionais da escola. Uma avaliação abrangente deve incluir uma análise desses recursos para garantir que a criança receba o apoio necessário.
É importante ressaltar que a avaliação psicológica de uma criança TEA deve ser abordada de maneira holística e individualizada. Cada criança é única, e a abordagem terapêutica deve ser adaptada às necessidades específicas de cada caso.
A avaliação deve sempre ser conduzida por profissionais com experiência em trabalhar com crianças autistas, pois compreender as nuances desse transtorno é essencial para oferecer o melhor suporte possível.
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