O termo “crianças neurotípicas” é frequentemente usado no contexto da neurodiversidade para descrever pessoas cujo desenvolvimento neurológico e comportamental está dentro das faixas consideradas típicas. Em outras palavras, que não são afetadas por transtornos neuropsiquiátricos, como autismo ou TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), por exemplo.
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Definindo a neurotipicidade:
O termo “neurotípico” é uma construção linguística que surgiu para criar um contraste com “neurodiversidade”. É importante lembrar que “neurotípico” não é um diagnóstico médico de nenhuma natureza, mas sim uma forma de descrever o funcionamento neurocomportamental típico de uma pessoa.
As crianças neurotípicas geralmente seguem um desenvolvimento padrão nas mais diversas áreas da infância, as mesmas nas quais crianças neuroatípicas apresentam dificuldades, como a linguagem, a interação social, e as habilidades cognitivas e emocionais. Elas são capazes de se adaptar com relativa facilidade às demandas da sociedade em termos de comunicação, relacionamento com os outros e comportamento social.
Isso não significa, de forma alguma, que crianças neurotípicas estão livres de sofrimentos, dificuldades, situações complexas ou que não irão demandar um apoio pontual psicológico ou psiquiátrico durante suas vidas. Apenas que não há, para além, a presença de transtornos ou síndromes que alterem significativamente o funcionamento neural da criança.
O que é avaliado para alegar que o desenvolvimento de uma criança é “normal”?
Desenvolvimento da linguagem: Elas normalmente atingem marcos importantes no desenvolvimento da linguagem, como aquisição de vocabulário, compreensão e uso adequado da linguagem, de acordo com as idades esperadas.
Habilidades sociais: Têm facilidade para iniciar e manter relacionamentos sociais com outras crianças e adultos. Elas compreendem e se ajustam às nuances da comunicação social.
Comportamento típico da faixa etária: Apresentam um comportamento geralmente aceitável e consistente com as normas sociais. Suas respostas emocionais são apropriadas para diferentes situações.
Habilidades de comunicação não-verbal: Crianças neurotípicas são capazes de compreender e utilizar a comunicação não-verbal, como gestos, expressões faciais e contato visual.
Interesses diversificados: Demonstram uma ampla (mesmo!) variedade de interesses e atividades recreativas típicas para a faixa etária, compartilhada com outras crianças.
Independência funcional: Conforme crescem, adquirem habilidades de autocuidado “sozinhas”, como se vestir, comer e usar o banheiro de forma independente.
Adaptação escolar: Crianças neurotípicas conseguem se ajustar ao ambiente escolar, seguir regras e aprender de forma eficaz.
E qual a importância do conceito “neurotípico”?
O conceito de “neurotípico” é fundamental para entender a diversidade neurocomportamental da infância. Ele destaca que a variabilidade é uma característica natural da humanidade.
Em outras palavras, não existe um único padrão “normal” que todos devam seguir, mas sim uma ampla gama de maneiras pelas quais as pessoas podem experimentar e interagir com o mundo naturalmente.
Ao reconhecer a neurodiversidade, somos capazes de combater estigmas e preconceitos associados a diferenças neurológicas. Isso ajuda a criar sociedades mais inclusivas, nas quais todas as crianças têm a oportunidade de prosperar, independentemente de estarem no espectro do autismo, tendo TDAH ou sendo neurotípicas.
Educação e apoio para crianças neurotípicas:
Sim, ele existe! E não deve ser dispensado. Embora as crianças neurotípicas não enfrentam os mesmos desafios que as crianças com transtornos neuropsiquiátricos, elas ainda têm necessidades educacionais, emocionais e sociais que devem ser atendidas.
Por isso eu elaborei algumas considerações importantes a serem feitas:
Sobre o ambiente educacional inclusivo:
As escolas devem criar ambientes inclusivos onde todas as crianças, independentemente de serem neurotípicas ou neuro divergentes, se sintam valorizadas e respeitadas. Isso inclui a promoção da compreensão e empatia em relação às diferenças neurocomportamentais.
Sobre o desenvolvimento emocional:
Embora as crianças neurotípicas geralmente tenham um desenvolvimento emocional típico, ainda é importante fornecer apoio emocional adequado. Isso inclui ensiná-las a reconhecer e gerenciar emoções, resolver conflitos de forma construtiva e cultivar a empatia em relação aos outros.
Sobre o desenvolvimento cognitivo:
As escolas devem oferecer currículos que desafiem intelectualmente as crianças neurotípicas e incentivem o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade.
Sobre a promoção do bem-estar geral da criança:
O bem-estar físico e emocional é fundamental para todas as crianças. Isso inclui promover uma alimentação saudável, incentivar a prática regular de atividades físicas e ensinar estratégias de enfrentamento do estresse.
Sobre a consciência da existencîa de diversidade:
A exposição das crianças neurotípicas à diversidade humana desde a infância desempenha um papel fundamental na sua formação intelectual, emocional e também identitária. Essa exposição contribui para a construção de sociedades mais inclusivas, tolerantes e acolhedoras com aqueles que se encontram “fora do que é comum”.
A primeira característica a ser desenvolvida é empatia, pois elas têm a oportunidade de conhecer pessoas com experiências de vida completamente diferentes das suas. Ao interagir com pessoas de diferentes origens étnicas, culturais, religiosas e sociais, as crianças aprendem que julgamentos precipitados podem ser nocivos e prejudiciais.
Conhecer pessoas com diferentes origens e perspectivas enriquece a compreensão do mundo. As crianças neurotípicas têm a oportunidade de aprender sobre diferentes culturas, tradições, línguas e experiências que podem estar fora de sua realidade social. O que as encoraja a questionar situações, a aprender sobre o que é diferente e a apreciar a riqueza da diversidade humana.
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A ótica do contexto neurodiverso:
Em um mundo no qual a neurodiversidade é reconhecida e valorizada, é fundamental entender que as crianças neurotípicas fazem parte desse mosaico de diversidade, cada uma à sua forma. Cada criança é única, com suas próprias forças, desafios e potencialidades.
Os pais e educadores desempenham um papel crucial em criar um ambiente onde todas as crianças, independentemente de serem neurotípicas ou neurodivergentes, possam prosperar. Isso envolve promover a aceitação, a compreensão e a empatia em relação às diferenças neurocomportamentais, bem como fornecer o apoio necessário para que todas as crianças atinjam seu pleno potencial.
O conceito de “neurotípico” nos lembra que a diversidade é uma característica natural e valiosa da humanidade. Ele nos convida a celebrar todas as formas de ser e experimentar o mundo, criando uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.
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